Festival que ocupa o incrível Museu de Inhotim, em Minas Gerais, volta com os grandes da MPB. Conversamos com os organizadores
Definitivamente, 2022 é o ano dos festivais. As maiores capitais do Brasil pipocam com eventos de grande porte reunindo pessoas, propagando músicas e ideias. Mais do que isso, permitindo manifestações culturais que trazem esperança de novos tempos. Tempo de mudança. Aí vem o MECA Inhotim.
Algumas características, fazem um festival ser diferente. A maior delas é a locação. A exemplo do que testemunhamos no Bourbon Festival, que toma as ruas da cidade histórica de Paraty, por exemplo, o MECA é um dos eventos mais cobiçados do país. Afinal, a música ocupa o maior museu a céu aberto do mundo, o Instituto Inhotim, a 60 quilômetros de Belo Horizonte, em um reserva de quase 800 hectares.
Esta é a primeira edição do festival depois da pandemia, o que apimenta ainda mais o evento. A fissura por estar novamente em Inhotim celebrando a música é compartilhada entre público e organização, como nos conta Rodrigo Santanna, fundador do MECA.
“A expectativa interna é super alta! É o nosso retorno, depois de dois anos hibernando. Esse período de pausa foi muito difícil pra gente, principalmente do ponto de vista emocional. A gente ama o que a gente faz, e estamos contando os minutos pra se encontrar de novo com a nossa comunidade. É ela que nos alimenta, nos inspira e faz os nossos olhos brilharem.O mercado dos festivais e eventos está vivendo um momento de euforia, de demanda reprimida, de crescimento acelerado, de excesso de opções. Mas no MECA sempre gostamos de tentar estar um pouco à frente do que está acontecendo e de pensar no longo prazo. Então, fizemos uma escolha oposta e vamos contra esse movimento.Decidimos focar agora em qualidade, não em quantidade. Por isso, essa edição será menor em tamanho de público, priorizando a experiência. Por outro lado, a programação cresceu, tanto em shows como em talks, painéis e workshops. É o maior investimento em programação que já fizemos até hoje.O nosso desafio é fazer com que todo mundo que participe do próximo MECAInhotim em agosto volte um pouco diferente, um pouco transformado. Com a cabeça mais aberta, com novos aprendizados, com novas descobertas, com novas reflexões e, principalmente, com novas perspectivas e esperanças pro futuro”.
Line Up com os grandes da MPB
No palco, o festival conta com grandes nomes da MPB, tendência este ano nos line-ups nacionais. Estão confirmados os shows de Caetano Veloso e Alceu Valença, além de Boogarins, Majur, Clara X Sofia, VHOOR e Bala Desejo. Mais nomes, no entanto, ainda serão anunciados nas próximas semanas.
O compromisso do MECA 2022 é surpreender e superar as edições anteriores. Pedimos a Rodrigo Santanna para nos adiantar algumas novidades:
O MECA é um festival de pessoas. Esse é o nosso norte, bem simples e direto. E sem dúvida, não somos mais as mesmas pessoas depois de tudo o que aconteceu na pandemia. Acho que é menos sobre como superar edições anteriores e mais sobre como ser verdadeiro ao nosso manifesto, que acaba refletindo muito o momento de vida atual de toda a nossa equipe e de todas as pessoas que estão junto com a gente.Queremos olhar pro futuro, e não voltar pro passado. Temos uma oportunidade única na história do mundo. Não queremos só melhorar o que já fizemos em 2019, mas sim começar a construir o que estamos imaginando fazer em 2024.Essa edição será muito importante e especial pra gente.Sobre a escolha do line-up, já é muito natural pro MECA, nesses nossos 12 anos de vida, fazer escolhas que dão uma riqueza muito grande pro line-up, em todos os sentidos. A beleza da multiplicidade e da diversidade cultural pra gente sempre foi essa: a soma das nossas diferenças não é matemática aritmética, um mais um no final acaba sendo muito mais do que dois.Além disso, o principal cuidado que tivemos nas escolhas dessa edição foi de trazer leveza, alegria e energia positiva como um todo pro festival. Sem deixar de estar conectado com tudo o que está acontecendo de mais relevante na cena musical atualmente, fazendo uma curadoria colaborativa com a nossa comunidade.E gostamos de fazer escolhas não óbvias, de apresentar nomes novos e de dar espaço para artistas se encontrarem com novos públicos. Juntar diferentes gerações, estilos, vivências e opiniões, tanto no palco como no público. E é isso o que vai acontecer na próxima edição.”