ODD festa ODD – foto: divulgação

Festa ODD faz 7 anos neste sábado, e listamos 5 razões para você não perder essa celebração

Claudia Assef
Por Claudia Assef

Texto Iasmim Guedes e Lau Ferreira

A consolidação de uma das maiores protagonistas da cena underground de São Paulo foi escrita graças a edições lendárias, que tornaram sua notabilidade gritante dentro do mercado da música eletrônica. A ODD se tornou um evento revolucionário no que se refere às expressões visual e sonora, e isso não podemos negar.

Mas se ainda restam dúvidas de toda sua importância, o caminho mais coerente é apresentarmos cinco motivos para não perder a celebração de sete anos da ODD, que vai rolar neste sábado, 30 de abril, em um local totalmente singular.

1- Estreia de Anastasia Kristensen no Brasil

Apesar de já ter se apresentado em toda a Europa e levado seu brilho de Bogotá a Tóquio, Anastasia nunca tocou no Brasil. Nome em ascensão no circuito europeu nos últimos três ou quatro anos, ela tem se destacado por um techno mais colorido e uma presença de palco cheia de luz e energia, que contrastam com o clichê blasé e soturno de seu look. Sua confiança em seguir caminhos fora do comum fazem dela uma artista imprevisível e ousada, casando perfeitamente com o espírito da ODD.

A partir dessa aura irresistível e do talento para entreter e produzir, Anastasia chegou a colaborar com nomes como Daniel Avery e Com Truise, chamando a atenção de marcas como Boiler Room, Resident Advisor e DJ Mag, além de ter tocado em eventos e clubes como Awakenings, Afterlife, Movement, EXIT Festival, Berghain e Bassiani. “Estou feliz de tocar na ODD porque é um evento lendário no Brasil e é a minha primeira vez no país. Espero por muita música eclética e uma vibe pra cima, mas descolada e maligna. Mal posso esperar para tocar!”, disse.

2- Local inédito como aperitivo a mais na celebração

Inovação é o ponto forte da ODD e dessa vez não será diferente. Trata-se de uma antiga fábrica de brinquedos, na Rua Moisés Kauffmann. Antes desabitada e monótona, em poucos dias estará movimentada e dançante, com pessoas e artistas performando por todos os cantos. A nova residência da ODD fica em um dos bairros mais antigos e tradicionais da Zona Oeste de São Paulo,  a Barra Funda, e incorpora perfeitamente todo o conceito desenvolvido ao longo dos anos em torno da identidade do rolê. Um local amplo para receber toda a grandiosidade do evento e do público, contará com duas pistas — open air e galpão — fortificando toda a potência da cena underground em habitar novos espaços através da música.

3- Line-up com estrelas brasileiras

Zopelar, uma das estrelas do line de 7 anos da ODD. Foto: Divulgação

A musicalidade expressada nas pistas da ODD sempre movimenta de maneira extraordinária a capital paulistana. Nesta edição podemos aguardar a mesma qualidade sonora que os idealizadores — Márcio Vermelho (ou somente Vermelho), Davis e Zopelar (três nomes que já eram mais do que notáveis à época) — frequentemente entregam. Grandes participações nacionais trazem a promessa de uma noite ainda mais memorável. Os projetos Vermelho, Davis, Zopelar, Vic Chamaleon, Delcu, Martinelli, Young, Ananda e Frontinn estão encarregados de garantir que a pista permaneça em movimento.

4- Tradição nas noites de São Paulo

O DJ e produtor alemão Dixon, tocando uma ODD antes da pandemia. Foto: Divulgação ODD

A ODD se transformou em símbolo das noites de São Paulo, por trazer inovação para a cena eletrônica e reunir diversidades culturais em um único espaço, em locais que sempre se transformam em atrativos e reforçaram a cada dia o protagonismo artístico cravado em sua essência.

A forte e onipotente identidade da ODD vem sendo construída desde de 2014 — a ideia surgiu a partir do projeto Laço, que durou de 2011 a 2016, do qual Márcio Vermelho fazia parte. A primeira edição aconteceu no bar do Cartel 011, em agosto do mesmo ano. Em 2015, Davis e Zopelar se uniram a ele, adicionando ainda mais potência para o projeto. As batidas dançantes da house music sempre tiveram espaço dentro da ODD e, além das belas sonoridades, ali se encontram também manifestações visuais e sensoriais, através da música e das intervenções.

“Durante todos esses anos, a ODD se consolidou de forma única através de suas manifestações artísticas: música, luz, performances, artes gráficas, intervenções e experimentações diversas. A curadoria musical/visual é um ponto alto, com muitas atrações que marcaram edições memoráveis e traduzem a diversidade sonora, com uma identidade própria”, conta Vermelho, salientando alguns dos pilares que têm garantido tamanha longevidade. “A primeira ODD em formato 24 horas, com Daniel Avery e Massimiliano Pagliara, foi um desses momentos singulares, assim como a primeira edição de rua, realizada na Ponte das Bandeiras. Os convidados internacionais que já passaram pela festa conseguem definir bem o espírito do nosso tempo e proposta. Alguns deles: Legowelt, Job Jobse, Steven Julien, Fort Romeau, Toulouse, Low Trax, Rødhåd, Octo Octa e Dixon, entre tantos outros”, relembra.
Já Davis reflete sobre os desafios superados ao longo de toda a história do projeto, e acha incrível “chegarmos em 2022 com uma proposta de olhar para o futuro”. “A trajetória da ODD me traz uma mistura de sentimentos, orgulho, gratidão e otimismo, e um anseio de trazer novos talentos que vão contribuir com a proposta artística para os próximos anos. O que eu espero pregar nessa edição é essa combinação — o melhor do que já fizemos até agora somado ao que acreditamos que podemos fazer de melhor nos próximos anos”, resume.

Davis Genuino, um dos criadores da ODD. Foto: Divulgação

5- Espetáculo artístico somado às experiências visuais

Com forte tradição voltada às expressões artísticas, este ano a ODD vem inovando na expansão das manifestações visuais e das performances, levando arte para novos espaços dentro do evento.
Aun Helden levará até a pista principal o segundo ato de sua trilogia “Eternidade” – o primeiro foi apresentado na SP- Arte, no dia 9 de abril. Aun e Katrevosa são residentes da ODD e ao lado de Enco se encarregam de transmitir as artes corporais. As projeções visuais ficam a cargo de L. Pitzs, enquanto Júlio Perante será o responsável por completar todo o show com luzes.

ODD 7
Local: Rua Moisés Kauffmann, 156 – Parque Industrial Tomas Edson, São Paulo – SP
Atrações: Anastasia Kristensen, Ananda, Cherolainne, Delcu, OSAGIE, Young Clubber, Vermelho, Davis, Zopelar, Frontinn e Martinelli (som); Aun Helden, Katrevosa, Enco, L.Pitzs e Julio Parente (visuais)
Data: 30/04 (sábado)
Horário: A partir das 22h
Ingressos: 2º lote a partir de R$ 90,00 via Sympla

Claudia Assef

https://www.musicnonstop.com.br

Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.

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