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Festa Motorola Apresenta: Todo DJ Já Sambou #hellocidades junta tribos e gente de todas as idades num domingo histórico em SP

Pista cheia

FOTOS E VÍDEOS
JOÃO SAL E FRANCO AMENDOLA (COLETIVO ROLÊ)

TEXTO CLAUDIA ASSEF

Quando seu Osvaldo Pereira, 83, tocou a primeira música da tarde, You Should Be Dancing, hit absoluto da disco music, dos Bee Gees, foi como uma ordem subliminar para desenhar o astral do dia: “vocês deveriam estar dançando”! E, quando é o primeiro DJ da história do Brasil que pede, você apenas obedece.

Foi esse o mood da festa Motorola Apresenta: Todo DJ Já Sambou #hellocidades, evento oficial de relançamento do livro escrito por esta que vos redige. Com um line-up que reunia grandes nomes da discotecagem nacional representando diferentes cenas, a festa já dava sinais de que entraria para a história. Mas o que de fato aconteceu extrapolou as expectativas.

Além da música impecável, o que se viu foi uma reunião de fatores que criaram um clima de final de novela: gente de todas as idades curtindo o dia de sol numa praça deliciosa, atividades para crianças, opções legais de comida, bons drinks e muitos, muitos encontros, sorrisos e abraços.

Camilo Rocha durante sua oficina de discotecagem e música eletrônica. Sabe muito.

O dia começou com oficina sobre discotecagem e música eletrônica, ministrada pelo DJ e jornalista Camilo Rocha, às 11h. Com um público bem variado – tinha de crianças ao próprio seu Osvaldo Pereira entre os participantes – Camilo deu uma geral na história da música eletrônica, passando por conceitos como edits e remixes, e mostrou faixas clássicas de produtores como Tom Moulton, nome tão importante na história e que nem sempre é lembrado.

L_cio em sua oficina de produção 

Em seguida, mais gente chegou para participar da oficina de remix do produtor L_cio. Durante uma hora, ele contou pra galera como retrabalhou a música Circuits, do produtor HNQO. Sentou junto da turma e abriu seu laptop para que todos pudessem acompanhar quais caminhos ele segue para fazer um remix.

Seu Osvaldo fala sobre os tempos modernos

Passava um pouco das 13h quando seu Osvaldo Pereira abriu os trabalhos da pista de dança tocando disco music. Ele passeou por vários estilos: samba-rock, tocou Elvis Presley, Marvin Gaye, Jorge Ben, até que pegou o microfone a anunciou uma sequência de clássicas dos anos 50, iniciando com Ray Conniff. Foi como entrar num túnel do tempo e cair num baile do Clube 220.

Sonia Abreu e Osvaldo Pereira: a primeira e o primeiro DJ do Brasil

Na sequência, o primeiro DJ passou a bola para a primeira DJ do Brasil, Sonia Abreu. Para acompanhá-la, ela convidou o percussionista Joni Anglister, que trouxe uma parafernália que incluía um Theremin. Sonia fez um set mistureba, passeou da música afriacana até a Alceu Valença e foi lindo. Contagiante ver como ela toca energia de uma garota, afinal de contas, é isso que ela mais ama fazer na vida. Falando dela, fica a dica: compre o livro Ondas Tropicais, biografia sobre a DJ que escrevi com Alexandre de Melo.

KL Jay mostra como se faz

Quem chegou em seguida para comandar a cabine foi KL Jay, DJ que é o titular dos toca-discos dos Racionais MCs. Cheio de carisma e fazendo muitos scratches, ele fez um maravilhoso pot-pourri de gêneros, levando quem estava na pista a dar altos pulos quando tocou Prodigy, o grupo mais adorado da cultura clubber dos anos 90.

KL Jay fez um set cheio de técnica e repertório incrível

O sol começava a dar sinais de trégua quando o DJ Magal pegou o bastão de KL Jay para fazer sua habitual viagem ao lado mais dark das pistas de dança. Mestre de muitas gerações, ele mostrou que conhecimento musical é chave quando se pensa numa carreira longa. Agradou em cheio.

Quando eu disser DJ, vocês dizem Magal

Enquanto isso na praça, além da pista, que àquela altura já estava cheia, viam-se muitas famílias com crianças, curtindo tanto as atividades do Clube do Livrinho, da Cia Caju, quanto o Music Lab, da Habro, com diversos instrumentos à disposição de quem quisesse tocar. A diversidade das pessoas, a civilidade (não se via lixo jogado no chão, obrigada!) e a alegria no rosto da galera foram das coisas que ajudaram a atingir o nível de “congela este momento pra sempre” que a festa teve. Ou só eu achei isso?

O Music Lab da Habro fez a alegria de bateristas como a Malu <3

E, sim, era um lançamento de livro, então teve sessão de autógrafos! Fiquei em choque ao ver várias edições antigas do livro, algumas bem surradas (que ótimo), outras assinadas por vários DJs que estão nas páginas. E o mais doido: perguntei para algumas pessoas se elas me venderiam o livro (vergonha, mas não tenho mais a primeira edição) e ninguém topou!

Outra atividade que foi um hit na festa foi o kaleidoscópio da Motorola. Muita gente aproveitou pra fazer uma foto maneira como essas aí embaixo:

Strike a pose!

Depois de Magal ter dado aquela seleção de joias do seu repertório industrial à galera, um trio pesadíssimo subiu ao palco – e eu quase infartei quando vi que tinha conseguido juntar Anderson Noise, DJ Mau Mau e Renato Cohen num domingo à tarde. Praticamente a Santa Ceia do techno nacional. Olha como a galera reagiu.

Público curtindo Noise, Mau Mau e Renato Cohen tocando na festa

Que cabine é esta, Brasil?

Os três reis magos do techno tocaram com um pôr do sol de cartão postal no horizonte, momento em que o calor escaldante da tarde começou a abrir espaço pra um friozinho tipicamente paulistano. A luz, o astral, cada vez mais gente legal chegando, tudo isso só aumentou a magia do set do trio, que não perdoou e soltou bombas como Show Me Love, hit da Robin S. de 1993. Foi épico.

Noise, Mau e Cohen deixaram o palco ovacionados e deram lugar a duas rainhas do techno nacional, um encontro de gerações do girl power: Andrea Gram, um das primeiras mulheres a investir no techno pesado, no início dos anos 90, e Cashu, criadora da Mamba Negra ao lado de Laura Diaz, e uma das DJs que mais têm tocado na noite. A combinação das duas não poderia ter sido mais perfeita, ainda mais por que a performer Euvira chegou pra dançar o set delas na frente da cabine.

Andrea Gram e Cashu: duas divindades do techno nacional

A noite ainda tinha sets históricos pela frente, então sempre bom dar aquela parada para o reabastecimento. No cardápio, tinha opções para vegetarianos, hambúrgueres e até uma pizza artesanal feita pelos moradores que administram a Casa da Praça Waldir Azevedo.

Moradores da região se mobilizaram para arrecadar dinheiro para pintar a quadra da praça

Depois da surra que foi o set das meninas, outra dupla da pesada chegou pra mostrar por que a ODD faz tanto sucesso. Pedro Zopelar e Davis, criadores da festa junto com Márcio Vermelho, chegaram animados para o set, apesar de terem tocando noite/manhã adentro na ODD. Segundo eles, o Todo DJ foi um livro superimportante no início de suas carreiras. Fiquei feliz.

Mais feliz ficaram as pessoas na pista de dança. Como alguém comentou na página do evento, foi como se juntassem o Lov.e, a Mamba Negra, a ODD e várias outras festas num mesmo dia.

Zopelar, Davis, Andrea, Cashu, Clau Assef e Euvira. ODD meets Mamba e Dsviant.

A chegada da noite trouxe, além do frio, outra surpresinha pra festa. A VJ Elka Andrello preparou ilustrações de personagens do livro para projetar em pessoas e superfícies usando um aparelho Moto Z2 Play Projector Edition. O efeito das projeções, especialmente nas pessoas, ficou incrível. E o que dizer deste celular que é praticamente uma cineminha de bolso? Você pode usar pra projetar, pra ver TV, pra apresentar seus projetos numa reunião de trabalho…

E falando em imagens, a cobertura da festa foi realizada pelos fotógrafos João Sal e Franco Amendola, do Coletivo Rolê. Os meninos usaram aparelhos Moto Z2 Play Hasselblad Zoom Edition. Fotos e vídeos com outra categoria.

Euzinha projetada na cabeça de um dançarino


 
Marky nas costas de frenético fã de drum’n’bass

Teve até Alok na praça!

Seu Osvaldo nas projeções de Elka Andrello

Passava um pouco das 20h30 quando o rei do drum’n’bass DJ Marky subiu na cabine para fazer um set daqueles que a gente vai lembrar até o fim da vida. Ele atacou com clássicos do gênero, como Hide U, do Kosheen, e Brown Paper Bag, do Roni Size, mas não esqueceu da sua paixão pela disco music, que teve representantes como Everybody Dance, do Chic. A pista quase rachou quando ele tocou Bizarre Love Triangle, do New Order – não sei se sabe se foi sobrecarga de good vibes na pista, mas o gerador chegou a pifar por alguns segundos, causando um ligeiro apagão. Marky encerrou seu set minutos antes das 22h anunciado a música assim: “Agradeço ao meu pai e à minha mãe por terem me apresentado ao Michael Jackson“. E tocou Off The Wall. Foi de arrepiar até o último fio de cabelo. Todo mundo feliz demais!

Marky tocando Off The Wall no final da festa

Antes de abrir para a galeria de fotos, importante listar alguns agradecimentos que foram fundamentais, pois fazer um evento numa praça não é nada fácil: Subprefeitura de Pinheiros (especialmente a Elini Jaudy), Secretaria de Cultura de São PauloSRCOM, Miller, Smirnoff, TNT, Casa da Praça Waldir Azevedo, Agência Lema, Capslock, Yan Frazão Guimarães, DJ Ban, CIA do Caju, Juliana Ferreira, Soninha Francine, Maris Silva, Montreal Locação de Geradores, Habro Music, Agência Nossa! e, claro, Motorola, a patrocinadora da festa.

#HELLOCIDADES

O Motorola Apresenta: Todo DJ Já Sambou #hellocidades foi a primeira ação do projeto Hello Cidades, que tem como objetivo estimular o consumidor a voltar a se conectar com a vida real e a cidade. Os lançamentos que foram usados na festa, tanto na cobertura jornalística quanto nas projeções, são ótimos exemplos de como o smartphone pode ser usado para agregar pessoas e não apenas para sugar sua atenção.

VEJA FOTOS DA FESTA

 

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