Fernanda Takai lança clipe no Music Non Stop, saiba por que ela é a cara do Brasil que deu certo

Claudia Assef
Por Claudia Assef

FOTOS BETO STAINO

Fernanda Takai e o Music Non Stop têm muita coisa em comum: gostam de música boa, de diversas épocas e não negam uma queda por música eletrônica construída no formato de canção. Que baita honra, então, foi a cantora mineira ter escolhido este site para lançar um dos clipes tirados do DVD Na Medida do Impossível – Ao Vivo No Inhotim, segundo registro em vídeo da carreira solo de Fernanda.

A faixa escolhida é a clássica Como Dizia o Mestre, gravada originalmente em 1975 por Benito de Paula, regravada pela primeira por uma cantora. Você assiste antes aqui.

Como Dizia o Mestre – Fernanda Takai

Há 25 anos na formação original do Pato Fu, Fernanda é a representação do Brasil que deu certo. Se a gente fosse fazer um daqueles GIFs biográficos aqui, não daria pra deixar de fora os adjetivos boa gente, amiga de todos, ligada em moda, humildona, bem-humorada, miscigenada, bebe pinga, mãezona, faz dancinhas fofas, entre muitas outras tags do bem.

Mesmo com um secto gigantesco de fãs há mais de duas décadas, Fernanda, apesar de ser sim uma celebridade, continua com os dois pés (normalmente calçando botas) na terra. O novo DVD, gravado num dos maiores museus a céu aberto do mundo, mostra uma artista totalmente consciente de seu repertório, cenografia, figurino e arranjos. Aproveitamos o lançamento pra fazer cinco perguntas pra fofa.

Fernanda fazendo pose praquele álbum de fotos maravilhoso num dos cantinhos perdidos do Instituto Inhotim

Music Non Stop – Você foi a primeira mulher a regravar Como Dizia o Mestre do Benito de Paula. Por que você acha? E o que o Benito achou?

Fernanda Takai – É uma canção dos anos 70 e apesar de ter sido um grande sucesso ficou um pouco esquecida. Também fiquei surpresa quando percebi que era a primeira mulher a regravá-la, pois é perfeita pra mandar “aquele” recado. Estive com Benito duas vezes e ele adorou! Ficou realmente feliz, pois somos de gerações bem diferentes e isso faz com que a música alcance um novo público.

Music Non Stop – Como é sua pesquisa musical até chegar a uma faixa pra transformar em cover?

Fernanda Takai – Uso muito a memória do que ouvia quando eu era mais nova. Lá em casa o espectro de estilos era muito amplo, e eu continuei com essa tradição depois de adulta. Gosto de imaginar que uma música, ao ganhar um arranjo novo e uma outra interpretação, vá cruzar várias fronteiras do tempo e de ouvintes. Algumas vezes estou ouvindo música aleatoriamente e algo me chama a atenção, daí paro pra escutar mais vezes e pensar na minha versão dela.

Music Non Stop – Como é a relação da sua filha Nina com a música? O que ela mais curte ouvir? Já toca algum instrumento?

Fernanda, Nina e John num rolê em família

Fernanda Takai – Nina é muito musical, mas não se dedicou a nenhum instrumento específico. Atualmente a sua maior paixão é o desenho. Tem passado muitas horas rabiscando e pintando em papel mesmo. Acho que está numa fase de ouvir muito trilhas de animes. Vive me mostrando umas coisas bem eletrônicas e aceleradas…

Music Non Stop – Você curte música eletrônica, lembro de você falando da festa do Ben Watt, lá pelos idos de 2000. Você continua acompanhando lançamentos do gênero?

Nada mau gravar um DVD tendo como pano de fundo a natureza e as obras do Inhotim

Fernanda Takai – Gosto mais da eletrônica na música. Ainda me vejo mais fisgada pelas canções construídas com essa sonoridade que tenham uma letra e um vocal bacana agregado. Talvez por isso goste de bandas como Air, Massive Attack, EBTG, The Bird and The Bee, Goldfrapp… veja que estou um tiquim desatualizada.

Music Non Stop – O que você tem visto de legal na música brasileira atualmente?

Fernanda TakaiStrobo, Roberta Campos, Figueroas e continuo gostando muito do Silva e Leo Cavalcanti.

Na Medida do Impossível – Ao Vivo no Inhotim
Artista: Fernanda Takai
Lançamento: Deck
Preço médio: R$ 39,90

Claudia Assef

https://www.musicnonstop.com.br

Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.