Por Tawannee Villarim

17 de dezembro de 2020

Com 15 anos de carreira, Bruna Moura aka Lycra Preta, inicia uma “Faxina” em suas seleções e manda um set 100% vinil e se surpreende com faixas como se fosse a primeira vez que escutasse – lavou tá novo.

Muitos são os benefícios atribuídos para quem inicia no mundo da música cedo. Com a curitibana Bruna Moura, que começou a tocar aos 14 anos, não foi diferente! A jovem aos 16 anos teve a grande responsa de ser residente do lendário D-EDGE de Campo Grande/MS, unidade que foi aberta antes da mudança do club para São Paulo. Para uma mina – nova – que iniciou sua carreira em um universo dominado por homens, não foi nada fácil. Ao mesmo tempo que a DJ vencia o tabu de ser a primeira garota em uma cena dominada por artistas homens, ganhava mais espaço tocando nas principais casas noturnas do centro-oeste. 

Atuante em outras frente do universo da música eletrônica, Bruna, atualmente com mais de 15 anos de carreira se dedica ao Biscoiteca Social Club, núcleo que fomenta a cena musical valorizando a cultura da pista de dança por meio de live streaming, podcast, label, festas e conteúdo, onde atua diretamente como curadora e redatora. O projeto ficou conhecido por trazer nada mais, nada menos que o enigmático Moodymann ao Brasil. Na mesma turnê ao Brasil, o projeto também fez uma aparição no conhecido e um dos festivais mais desejados no país no ano de 2017. Saca só: 

Ligada diretamente à House Music em 2010 ganhou a atenção dos jurados do concurso Play for Real realizado pelo Mob Festival, conquistando um dos primeiros lugares na seleção que escolheria o artista que melhor representasse o estilo no país. Mas foi em 2019 que a Bruna finalmente reuniu toda sua coleção de LP’s e direcionou parte de sua pesquisa à atualizar seu acervo em vinil e aproveitou a deixa do início de sua jornada na produção musical para criar seu novo projeto, Lycra Preta. Com toda a representatividade dos sons elásticos e atemporais que tem tocado, deixa nítida a influência da música negra dançante como o jazz, disco e funky, equilibrando na medida exata o charme da tradicional house music nas suas vertentes deep, nu disco e acid. 

Passeando por diversas vertentes que bebem da água da house music, Bruna entrega pra gente um set 100% em vinil e comenta sobre suas seleções e por que não, sensações: 

Faz um ano que iniciei a “faxina” por aqui, depois de muitos anos me dedicando à pesquisa exclusivamente de música digital. Confesso que não tirei a poeira de todos os meus discos ainda e que hora ou outra me surpreendo com faixas como se fosse a primeira vez que escutasse. Esse set, gravado 100% com vinil, é uma amostra das misturas que gosto de fazer dentro do universo da House Music. Deep, Funky, Disco, Acid… tudo bagunçado mesmo, gosto de muitas vertentes e colocá-las separadamente em mixes nunca foi minha pira. Entre as escolhas, “Wood & Neon” de Roman Fluegel e “Undress my Soul” de HDSN representam bem o time das mais novas aquisições, enquanto as músicas de Ron Hardy e Phil Weeks demonstram o quanto são atemporais – lavou tá novo.