Fábrica de vinis no Rio está em fase de testes
Depois de ser salva da falência pelo dono da gravadora Deckdisc, a Polysom, única fábrica de vinis em atividade na América Latina, instalada em Belford Roxo, no Rio, está em fase de testes para começar a produzir suas primeiras bolachas.
Rápido parêntese pra explicar a situação em que se encontrava a Polysom. Funcionando em condições precárias desde 1999, a fábrica foi forçada a fechar as portas em outubro de 2007, atolada em dívidas causadas pela má administração inerente a um negócio que nunca chegou a ser encarado como um business de verdade.
O produtor João Augusto, dono da Deckdisc, atual proprietário da Polysom deu mais detalhes sobre o atual momento da Polysom. Leia a entrevista:
TDJS – Já começou a prensagem de vinis da Polysom? Quem foi o primeiro da fila?
João Augusto – Por causa da complexidade do processo de produção de um disco, a fase de testes está levando mais tempo do que gostaríamos. Trata-se de um trabalho que só podemos comparar a um verdadeiro artesanato. Uma simples visita ao local é capaz de mostrar bem isso. Então, não houve ainda um primeiro e quando iniciarmos serão “vários primeiros”.
TDJS – Quanto vai custar pra prensar por unidade e qual o pedido mínimo?
João Augusto – O preço varia de acordo com uma tabela que estabelece parâmetros diferentes para as etapas da produção: masterização, edição (se houver), corte de acetato, galvanoplastia, prensagem e tipo de envelope. O pedido mínimo é de 300, tanto para vinis de 12” quanto de 7”.
TDJS – Todo mundo será bem-vindo, bandas independentes, gravadoras?
João Augusto – Com certeza. Preparamos um ambiente comercial amigável para qualquer tipo de cliente, até porque temos consciência de nossa responsabilidade em razão da Polysom ser a única da América Latina.
TDJS – Que tipo de artista tem procurado mais a Polysom?
João Augusto – Artistas independentes, gravadoras grandes e pequenas, empresários.
TDJS – Vocês vão fazer compactos e pictures discs também?
João Augusto – Sim, faremos compactos. Mas no início só teremos na cor preta. Depois iremos evoluir para fazer 7″ e 12″ coloridos e pictures.
TDJS – Sobre a gramatura dos discos, quais estarão disponíveis?
João Augusto – Inicialmente, 140 e 160gr. 180gr está em teste.
TDJS – Tem alguma previsão pra esses primeiros discos chegarem às lojas e por qual preço?
João Augusto – Não temos ainda qualquer previsão e esperamos que eles cheguem a preços acessíveis, mas os impostos fazem com que os custos fiquem muito altos.
TDJS – Vocês vão firmar parceria com alguma empresa de toca-discos, pra ajudar a fomentar o mercado de vinis?
João Augusto – Tentamos contatar a Numark para importar alguns toca-discos e aqui não temos nenhum contato. Mas estamos afinados com a opinião de João Araújo: no momento em que o vinil se firmar e os fabricantes notarem isso, aparecerá o interesse de alguém que irá instalar uma unidade produtora em bem pouco tempo. É nossa esperança.