Fábrica de dubplates em São Paulo corta vinis de qualidade a partir de R$ 35
FOTOS E VÍDEO FLÁVIO FLORIDO
Desde abril deste ano, no bairro do Cambuci, em São Paulo, existe um exemplar de uma poderosa – e cara – máquina alemã que corta vinil. A Vinylrecorder T-560 faz o corte diretamente na superfície do disco, usando para isso uma agulha de diamante, ligada a um otimizador de frequências sonoras, amplificadores e caixas, usando como base um toca-disco Mk2 Technics.
A chegada da máquina alemã ao Brasil materializou um sonho dos amigos Fredy Xistecê, Biu Ramos e Vice Fiori. Os três se uniram para criar a Lombra Records, uma empreitada que tem como objetivo final cortar dubplates com alta qualidade e preço acessível.
O selo oferece vinis coloridos e pretos nos formatos 7, 10 e 12 polegadas, com preços que começam a partir de R$ 35 a unidade num pedido mínimo de 10 discos (este preço é para o formato 7 polegadas). Outros preços são R$ 50 para os discos de 10 polegadas (pedido mínimo de 10 unidades, ou seja, R$ 500 no total) e R$ 60 para os discos de 12 polegadas (pedido mínimo de 10 unidades, R$ 600 no total).
Até que a Vinylrecorder T-560 chegasse ao escritório da Lombra no Cambuci foram três anos de negociações na Alemanha em inúmeras viagens e mais de R$ 200 mil investidos (grande parte deles só de impostos brasileiros no tramite internacional).
“O selo também tem representação em Brasília e Goiânia, mas a fábrica de corte e tratamento do vinil fica em São Paulo. Fazemos festas, eventos experimentais, feiras de música, lançamos bandas e projetos loucos”, conta o diretor executivo do selo, Fredy Xistecê. “Formamos parcerias internacionais na Alemanha, pra manter a máquina aquecida entre matéria prima e peças. Temos exclusividade disso no Brasil, diretamente com os inventores, que são conhecidos por serem quase impossíveis de serem encontrados ou de quererem vender a máquina, na indústria fonográfica mundial”, conta Fredy, que passou temporadas numa pequena cidade rural do sul da Alemanha aprendendo sobre a engenhoca diretamente com os criadores, os irmãos Ulrich “Souri” Sourisseau e Fritz Sourisseau.
“Para comprar a máquina, além do dinheiro, você tem que receber o ‘sim’ de seus fabricantes, pois é preciso passar por um minuncioso questionário e até mesmo estudo comportamental de quem irá se candidatar a possuí-la, num processo que pode levar de seis meses a um ano”, diz Fredy.
Os irmãos Ulrich “Souri” Sourisseau e Fritz Sourisseau, ex-ferroviário e ex-fabricante de fliperamas e máquinas de caça-níquel, respectivamente, são considerados lendas vivas na indústria fonográfica européia, japonesa e americana.
Engenheiro responsável pelo corte dos disco, Vice Fiori explica como o processo se desenrola no vídeo feito no escritório da Lombra em São Paulo.
Uma das principais lendas que o pessoal da Lombra Records quer esclarecer é sobre a qualidade dos dublastes. Segundo eles, o material disponíveis hoje em dia é tão ou mais resistente que qualquer disco comum de vinil, além de serem mais flexíveis.
A pedido da reportagem do Music Non Stop, Vice cortou um vinil de sete polegadas com a música Kiss, do Prince. A qualidade do áudio ficou bem interessante, como você pode ver no vídeo abaixo.
“Pedidos estão sob consulta, há uma cota mensal para terceirizados. O foco mesmo são os lançamentos do selo”, avisa Fredy. Entre as novidades da Lombra Records está o novo disco do Macaco Bong em vinil, que será lançado dia 23 de junho com show em São Paulo.
Mais informações e contato você consegue acessando a fanpage da Lombra Records.
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