Ney Matogrosso no festival The Town, em 2023. Foto: Tati Silvestroni/Music Non Stop

Por Jota Wagner

21 de fevereiro de 2025

Disponível no Museu da Imagem e do Som, mostra traz o universo completo do artista em figurinos, entrevistas e fotografias

Começou nesta sexta-feira, 21 de fevereiro, a exposição Ney Matogrosso no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, local que já recebeu mostras similares de artistas como David Bowie (o Ney deles), Björk e Rita Lee.

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Dividida em seis áreas, a mostra exibe centenas de elementos têxteis, como figurinos e adereços de shows e videoclipes, além de documentos, capas de álbuns, pôsteres e CDs. Há trechos de uma entrevista concedida por Ney Matogrosso ao programa Notas Contemporâneas, do MIS, na ocasião dos 45 anos do museu. Diversas fotografias emblemáticas de todas as fases do homenageado estão na exposição também, em obras de Madalena Schwartz, Thereza Eugênia, Ary Brandi e Daryan Dornelles.

A exposição, apoiada pela Paris Filmes, celebra também o lançamento da cinebiografia Homem com H, estrelada por Jesuíta Barbosa e dirigida por Esmir Filho, já nos cinemas.

Voltando à linda homenagem que o MIS faz ao Artista (com “A” muito maiúsculo), é na seleção de fotografias expostas nas paredes do museu que o queixo cai. Não existe artista no mundo mais amigo da lente de uma câmera do que Ney Matogrosso, a a mostra faz questão deixar isso bem claro. Com salas divididas com tules pendurados, Juan Cabello Arribas e Viviane Sá, responsáveis pelo projeto expográfico, formam um pequeno e aconchegante labirinto que faz com que nos sintamos dentro do hipocampo de Ney, acessando, em salas divididas por décadas, as memórias do artista que fundiu teatro, música, dança, folclore e avant garde em um mesmo palco.

Matogrosso merecia esta homenagem. As fotos são sublimes, digna daquele livro que a gente propositalmente esquece na mesa de centro quando recebemos visitas. Expõe um cara que nasceu sob as luzes da ribalta e sabe disso. Em centenas de registros, se contorce, expande, encolhe e se modifica nos diversos adereços que usou nos palcos, todos também expostos.

Serviço

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.