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Exposição gratuita “Tempo e Transparência” apresenta José Leonilson, Luiz Hermano e outros artistas cearenses em São Paulo

José Leonilson

José Leonilson - foto: divulgação

Tempo e Transparência ocupa novo espaço cultural em São Paulo, a Casa Gabriel, até fevereiro, expondo seis artistas contemporâneos cearenses

A Casa Gabriel, inaugurada dia 9 de novembro, é um novo espaço dedicado inteiramente à cultura e à arte. Localizada no número 2906 da alameda Gabriel Monteiro da Silva, no bairro Jardim América.

Proposto como de cultura, cujo objetivo é produzir e difundir arte e conhecimento, A casa dá ênfase na produção do Nordeste brasileiro e em novos talentos, oferecendo vivências culturais por meio do exercício do debate e dos aprendizados que o diálogo é capaz de fomentar.

“O novo espaço foi pensado, inicialmente, para ser um estúdio fotográfico. A ideia de construir uma casa de cultura se concretizou enquanto as paredes da construção iam se levantando. O sonho veio com a minha vontade de criar um local de acolhimento da cultura e das artes, com um olhar atento para as manifestações artísticas nacionais e internacionais, porém, sobretudo, que enfatizasse a produção artística do Nordeste brasileiro. Tenho muita consciência da riqueza e do vasto repertório cultural que o Nordeste produz.”, diz a fundadora do espaço, Renata Vale.

O novo espaço abriga, até feveveiro de 2023, a exposição “Tempo e Transparência”. Com curadoria de Marcus Lontra, a mostra coletiva reúne um conjunto de obras de seis importantes artistas contemporâneos cearenses: Azuhli, José Leonilson, Luiz Hermano, Tetë de Alencar, Sérgio Gurgel e Sérvulo Esmeraldo. 

A mostra referencia, inicialmente, Sérvulo Esmeraldo, artista seminal nos movimentos da arte construtiva e cinética brasileira; cujo trabalho dialoga com as obras de José Leonilson e Luiz Hermano, expoentes da relação entre arte e processos artesanais, característica dos anos 80. Os três – Sérvulo Esmeraldo, Leonilson e Luiz Hermano – tem em comum uma espécie de ‘artesania’ em suas obras – rendas com material rígido, bordados, materiais industriais –, remetendo ao trabalho das rendeiras cearenses de forma elegante e provocativa. Num outro eixo, Tetê de Alencar incorpora valores subjetivos e uma poética intimista, além de ampliar o potencial visual da exposição com instalações, vídeos e objetos não convencionais, enquanto Azuhli e Sérgio Gurgel apresentam um conjunto de obras de grande força expressiva e impacto visual imediato.

 

 

Nas palavras do curador, “são obras inquietantes e surpreendentes, que trabalham a ideia da relação do artesanato, de uma construção de obra que dialoga, de certa forma, com tudo o que encontramos ao caminhar na rua. É a arte popular em seu sentido mais amplo – aquela que vemos nas periferias de São Paulo, Rio e Fortaleza, mas com um tratamento muito erudito e sofisticado.”, explica Lontra.

“Quando uma pessoa se dedica a entender um lugar, ela consegue ver toda a riqueza daquela história. E no Nordeste, principalmente os artistas nordestinos, – existe uma coisa muito curiosa sobre a maior parte deles, que é o fato de conseguirem ter uma linguagem muito sofisticada. As cidades de Fortaleza e Recife, por exemplo, são lugares com uma vida cultural muito intensa! Não devem nada a cidades como Rio e São Paulo. Mas, ao mesmo tempo, eles têm uma ‘pegada’, uma sensibilidade de uma cultura popular que está ali pulsando, que está muito evidente. Então é a mistura perfeita entre o popular e o erudito.”, comenta o curador da mostra, Marcus Lontra.

Como ponto de referência, são todos eles artistas cearenses que, ao extrapolar os limites do regionalismo, projetam imagens que se inserem no cenário da arte contemporânea nacional e internacional. Sem menosprezar algumas características locais, com origem na tradição visual nordestina, esse grupo de artistas integra aspectos subjetivos e objetivos, provocando equações poéticas de extrema sensibilidade e inteligência.

No dia da abertura (09/11), está programada uma conversa entre o curador e os artistas Azuhli e Sérgio Gurgel.

Casa Gabriel – foto: divulgação

 

Sobre a Casa Gabriel

A Casa surge, então, como um espaço de arte que apresenta obras de artistas de diferentes gerações e linguagens, mas com ênfase na produção artística e cultural do Nordeste brasileiro, e que desenvolvem pesquisas relacionadas com a memória, a construção do gesto, o equilíbrio e a leveza, as sutilezas formais e a potência cromática.

Exposições, cursos, conversas e seminários fazem parte da grade de programação da Casa, um local que, para além de aproximar e acolher a pluralidade de manifestações artísticas, será palco garantido para novos talentos se expressarem e encontrarem seu habitat.

Serviço


Casa Gabriel 

Inauguração do espaço: 09 de novembro, quarta-feira, a partir das 10h

Endereço: Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 2906 – Jardim América, São Paulo – SP

Exposição: Tempo e Transparência

Período expositivo: 09 de novembro a 11 de fevereiro de 2023

Horários de visitação: Segunda a sexta-feira, das 10 às 19h; sábados, das 11h às 15h

Entrada gratuita

 

Sobre Renata Vale

Nascida em Fortaleza, Ceará, Renata Vale mudou-se para São Paulo em 2011, onde estabeleceu residência. Seu antigo interesse pelas artes visuais consolidou-se diante da efervescência cultural que a capital paulista proporciona. Assim, em 2016, Renata inscreveu-se e passou a frequentar o curso de fotografia da Escola Panamericana de Arte, em São Paulo, e iniciou suas pesquisas e experimentações nesse campo. Em 2019 participou da expedição fotográfica em Alter do Chão, no Pará, com Eder Chiodetto, e ficou raízes permanentes na fotografia.

 

Sobre Marcus de Lontra Costa 

Marcus de Lontra Costa nasceu no Rio de Janeiro e atualmente reside em São Paulo. Na década de 1970 trabalhou com Oscar Niemeyer em Paris e, regressando ao Brasil foi editor da revista Módulo, editada pelo arquiteto. Foi crítico de arte dos jornais O Globo, Tribuna da Imprensa e Revista Isto É. Dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, onde realizou a histórica mostra “Como vai você Geração 80”. Foi curador do Museu de Arte Moderna de Brasília e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Implantou e dirigiu o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães em Recife. Secretário de Cultura e Turismo do Município de Nova Iguaçu. Curador chefe do Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça. Implantou a Estação Cultural de Olímpia/SP. Tem realizado diversas exposições coletivas e individuais em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Natal e Fortaleza.

 

 

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