Especialistas dão dicas para montar aparelho de som com toca-discos gastando pouco

Claudia Assef
Por Claudia Assef

E o vinil voltou, eba! Difícil resistir ao formato mais charmoso da história, sobretudo quando a oferta só cresce em feirinhas especializadas e em seções dedicadas às bolachas nas livrarias. Isso sem falar nos sebos, que há tantos anos fazem a alegria de colecionadores e gringos de passagem pelo Brasil.

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A feira de vinis de São Paulo, no MIS: LO-TA-DA!

Até um tempinho atrás, ter um toca-disco em casa era coisa para DJ ou audiófilo. Agora que os preços dos aparelhos estão mais baixos e a oferta de aparelhos aumentou, vem outra dúvida: qual é o melhor toca-disco para mim?!

Pensando nisso, o Music Non Stop foi falar com especialistas para montar o som ideal e de baixo custo para quem quer escutar um bom vinil em casa.

PARA QUEM TEM APARELHO DE SOM DAZANTIGAS

A primeira coisa a fazer é olhar o equipamento de som que você tem em casa. Se você tiver um daqueles antigos, muito provavelmente só vai precisar comprar um toca-disco e ligá-lo na entrada phono do seu som. E isso é megasimples de fazer, basta ligar a saída RCA do toca-disco na entrada phono do som.

“Pra quem não quiser gastar muito, indico comprar uma vitrola usada, as Gradientes e as Polyvox são bem legais. Já as Gemini eu não indico, são muito ruins, dão muita manutenção e não têm peça, são descartáveis”, aconselha Lobato, DJ e técnico especializado em conserto de toca-discos há 15 anos.

Lobato indica toca-discos usados das marcas Polyvox e Gradiente pra quem quer gastar pouco

Lobato indica toca-discos usados das marcas Polyvox e Gradiente pra quem quer gastar pouco

Para quem tiver mais grana para investir, Lobato indica a boa e velha Technics, a preferida dos DJs. “E também tem uma marca chamada Citronic, que é muito parecida com a Technics, mas um pouco mais barata”, diz Lobato.

Só para entender o motivo de uma Technics, por exemplo, ser tão mais cara, é que ela pertence à categoria das direct-drives, são mais parrudas, por isso são as indicadas para DJs. A principal diferença entre as vitrolas belt-drive (com sistema de correia, que normalmente são as mais baratas) e as direct-drive (tração direta) é o torque do motor. “Por isso direct-drive é indicada para os DJs, que fazem scratches e param o prato com as mãos. A belt-drive não suporta esse tipo de manipulação e é indicada para uso caseiro”, diz outro especialista, Ban Schiavon, dono da escola e loja de equipamentos DJ Ban.

APROVEITANDO O SEU HOME THEATER

Para quem não tem um aparelho 3 em 1 em casa a dica é ligar o toca-disco num receiver (como aqueles do seu home theater). Só que daí será preciso comprar um amplificador de sinal. Hummm, que diabo é isso? Ban explica:

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Ban Schiavon, o DJ Ban, desvenda os mistérios da impedância magnética para nós, mortais

“Se você ligar um toca-disco convencional diretamente numa entrada auxiliar do seu receiver, o som vai sair muito alto e muito distorcido. Da mesma forma, se você ligar um CD-J numa entrada phono, o som vai sair muito baixo e distorcido, isso por causa da diferença de impedância magnética”, explica o DJ.

“Hoje em dia quase todo mundo tem em casa um receiver, que é uma espécie de central multimídia. Se esse receiver não tiver entrada phono, e o toca-discos não tiver a saída para o line (ou seja, todos os mais antigos), vai ser necessário um amplificador que tenha entrada de phono. Ou então um mixer pequeno e bem simples, que tenha entrada de phono. Esse aparelho vai fazer uma intermediação. Ligará o toca-discos no amplificador e o amplificador no receiver”, explica.

Ban indica mixers ou amplificadores bem simples, “exceto das marcas Gemini e Behringuer, que são muito ruins”.

TOCA-DISCOS COM USB É LEGAL?

“Hoje em dia vendemos muito um toca-discos na Numark (modelo TT USB) que tem a função USB, normalmente quem compra são audiófilos. O grande lance desses toca-discos atuais é que eles não precisam ser ligados em phono. Esses toca-discos novos podem ser ligados diretamente no receiver, sem a necessidade de um mixer ou amplificador”, diz Ban. Além disso, esses toca-discos têm a vantagem de já enviar o conteúdo do vinil para o computador.

VITROLAS VINTAGE: FOFINHAS E CARINHAS

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Veloso Lopes ganhou essa fofura numa promoção

DJ e dono do Cohabar, em Itapevi, Veloso Lopes ganhou uma dessas vitrolas fofuchas que imitam um gramofone numa promoção. “Melhor impossível: ganhei num comércio de bebidas onde faço compras para o meu bar. Ela é perfeita: rola vinil, rádio, pen-drive, cartão de memória e CD”, diz o sortudo.

Uma igual à que ele ganhou pode custar cerca de R$ 1.400 em lojas online. “Só que o som é meio baixo”, diz o dono. Então talvez o custo-benefício não valha tanto a pena, apesar de a vitrola sem bem bonitinha.

Veja aqui uma lista de sugestões de compras indicadas para quem quer montar um som caseiro com vitrola:

VITROLAS

Numark PT 01 USB – R$ 940 na Casa dos Toca-Discos

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Numark TT USB – Está entre as mais vendidas na loja DJ Ban. R$ 1.049,90 na Loja Ban

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Ion Archive LP – Esta é a segunda linha da Numark, ou seja, marca boa. R$ 750, na Casa dos Toca-Discos

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Polyvox TD 6000 – usado, por R$ 419 na mão deste vendedor do Mercado Livre

Polyvox

Vitrola portátil Crosley Cruiser – R$ 599 no Wal-Mart

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Gradiente B-20 – usado, por R$ 420 na mão deste vendedor no Mercado Livre 

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Vitrola ION com dock para Ipad e Ipod – R$ 569,05 no Submarino

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Technics 1200 MK II – Se existe uma Ferrari entre os toca-discos, ei-la. Custa R$ 6.420 na Casa dos Toca-Discos

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Hitachi HT 1000 – Este é um best seller! Barato e faz o serviço! Na Casa Dos Toca-Discos está esgotado (pelo menos no site), mas vale ligar pra saber quando vai chegar. Custa R$ 395 e tem apenas saída de phono.

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AMPLIFICADORES – leia mais aqui

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Pré-amplificador RIAA ELC 104 – R$ 175 na Casa dos Toca Discos 

MIXERS

Stanton M 212 – R$ 299 na Casa dos Toca-Discos 

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Numark C3 – R$ 469,90 na loja Ban

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Claudia Assef

https://www.musicnonstop.com.br

Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.