Erick Jay: shows com Black Alien, prêmios e futuro da música: ‘Trap e reggaeton estão mudando o cenário’
Nesta semana, o DJ Erick Jay parte para a Oceania para shows com o rapper Black Alien. Juntos, os brasileiros vão se apresentar dia 8 de novembro no Ponsonby Social Club, em Auckland, na Nova Zelândia. No dia seguinte, tocam no El Topo Basement, em Sydney, Austrália, e encerram a mini-turnê dia 10, no Duke’s Parlour, em Gold Coast.
Em conversa com o Music Non Stop, Erick Jay conta mais sobre essa turnê que está rendendo bons frutos: “Eu já tinha tocado com o Black Alien algumas vezes. Quando o DJ dele não podia ir aos shows, ele me chamava. Mas, há uns dois ou três meses, ele me convidou para fazer uma live na Red Bull Station, para apresentar o álbum novo dele, ‘Abaixo de Zero: Hello Hell’, e rolou super bem. Daí resolvemos levar o lance para frente e estamos com a agenda lotada até o fim do ano”.
Colecionador de títulos
Essa não é a primeira vez que o DJ se apresenta na Oceania. Em 2018, o paulistano, criado no bairro do Belenzinho, representou a América do Sul no Kame Class World, maior competição de DJs do continente. No mês passado, levou o terceiro lugar na categoria Solo no DMC World 2019, em Londres, Inglaterra, e em 2016 venceu o DMC World, se tornando o 1º (e único) sul-americano a ganhar este título mundial. Depois veio o IDA World 2016, na Polônia e, mais recentemente, o DMC World Online. Prêmios e participações que decoram a estante de conquistas que possui em casa.
“É muita responsabilidade”, fala o DJ sobre representar o nome do Brasil mundo afora.“Ainda mais depois que ganhei o meu primeiro título mundial em 2016. Sou o primeiro DJ da América do Sul a levar esse prêmio que antes era dominado pelos norte-americanos e europeus. Agora, as pessoas não me olham mais como um cara normal, me olham como campeão mundial. Então, isso dá um peso”, completa.
“Eu tento trabalhar a mente para que isso [o peso de ser campeão mundial] não atrapalhe na hora das minhas apresentações”, revela. “E também me preparo bastante tecnicamente, então consigo levar de boa. Mas, é uma grande responsabilidade”.
O DJ é levado a sério?
Viajado pelo mundo, Erick Jay faz uma comparação interessante no modo como o DJ é visto: “No Brasil, a maioria das pessoas pensa que ser DJ não é sério. Alguns contratantes ou pessoas desinformadas não sabem sobre a cultura do DJ. Pensam que é só diversão, e óbvio que não é só isso. DJs são profissionais. No exterior, por exemplo, o DJ é tido como uma profissão mesmo, assim como advogado, médico, etc. Lá fora o DJ é muito respeitado”.
Para ele, a função do DJ vai além de apenas entreter: “Temos que ser psicólogos sem conhecer as pessoas (risos). Com a informação, a educação musical e o entretenimento que levamos para a pista, precisamos fazer com que a pessoa quando entra no lugar para dançar, ela tem que esquecer todos os problemas dela. Entendeu?”.
Para onde vai a música eletrônica?
Após a ascensão e queda de alguns estilos populares que dominaram o mainstream nos últimos anos, como o Dubstep e a EDM, a música eletrônica segue se renovando e indo para caminhos interessantes. Segundo o DJ, o trap e o reggaeton estão dando essa nova cara da eletrônica.
“O trap está cada vez mais forte. Ele já existia, né? Mas começaram a fazer de novo e agora está estourado”, diz Jay. “Assim como o reggaeton, aquele bem latino, bem mexicano, sabe? Esse está grande demais lá fora. Só agora o pessoal no Brasil está começando a entender essa mistura de som latino com o norte-americano. O reggaeton está mudando o cenário da música”.