BIKE lança seu novo álbum “Arte Bruta” e uma Live Session na KEXP. Entrevistamos a banda!
IndieAmérica indica: BIKE
A banda BIKE, originária da cidade de São José dos Campos (interior de São Paulo), acaba de lançar seu mais recente álbum “Arte Bruta” (05 de Maio, via Before Sunrise Records / Quadrado Mágico). É o quinto álbum oficial da banda e talvez o que tenha mais toques da musicalidade brasileira.
Conversamos com Diego Xavier, guitarrista e vocalista da BIKE, sobre esse novo trabalho e o momento pelo qual a banda está passando depois de sua primeira turnê pelos Estados Unidos e a abertura do show da banda The Brian Jonestown Massacre, em São Paulo. Na conversa, Diego nos conta um pouco sobre o processo de produção e gravação do novo álbum, além de falar sobre a turnê norte-americana, a gravação na KEXP, campanha de apoio para lançamento do vinil e quais festivais de música eles gostariam de tocar!
Leiam a entrevista abaixo e fiquem por dentro dos planos da banda, o futuro da BIKE está acontecendo agora, os dados estão na mesa.
Depois do trabalho das sessões dos discos que fizemos na pandemia, onde pudemos repassar por todo o nosso repertório, começaram a surgir novas ideias. Julito tinha uma ideia de fazer 2 músicas gigantes, uma pra cada lado de um vinil. Na pandemia, cada um entrou numa brisa sonora particular, mas artistas como Silver Apples, Can e Pedro Santos passaram a ser uma unanimidade entre nós. Assim Julito e Dandas começaram a formar os esqueletos das músicas, pra depois gravarmos uma demo com todos, que seria a guia pro álbum. Em janeiro de 2022 começamos a gravação com Guilherme Held que, com a referência das guias, desenvolveu uma série de novas ideias e propostas pro disco. Gravamos as bases ao vivo, e depois fizemos overdubs de mais guitarras, vozes e percussões. Foi um período de muito aprendizado e vários desafios que a banda ainda não tinha vivido. Estamos muito orgulhosos.
É um disco mais brasileiro. Held bebe muito dessa referência também. Daniel gravou percussão em todas as músicas. Elementos que antes eram uma textura, passaram a exercer outros papéis em nossos arranjos, isso criou uma nova dinâmica mais groovada, sem perdermos nossa pegada.
Pudemos realizar o sonho de gravar uma sessão na famosa rádio KEXP de Seattle, com a DJ Cheryl Waters, que foi a fundo na nossa discografia e nos acompanha desde 2017. Passamos pelo festival Treefort Music Fest e gravamos uma sessão na Radio Boise, também apresentando novas canções. Aqui no Brasil gravamos o programa Cultura Livre, que deve ir ao ar em breve, onde pudemos falar bastante sobre nossa trajetória.
Foi uma grande aventura, mas com certeza nossa melhor turnê internacional, nunca tínhamos ido aos Estados Unidos. Na primeira semana em Austin, TX fizemos 14 shows em 6 dias dentro do festival SXSW. Na semana seguinte, foram 2 apresentações no Treefort Music Fest em Boise, ID a cidade mais acolhedora e amigável possível. E na última semana pudemos gravar a KEXP e na noite seguinte tocar no BAD BAR pra se despedir com louvor dessa temporada. Os contras são sempre os custos, o resto a gente tira de letra. Acho que turnês acabam sendo parecidas em qualquer lugar do mundo. É cansativo, é corrido, nem sempre as condições dos equipamentos ou das casas são boas, assim como aqui no Brasil. Então é preciso ter jogo de cintura e experiência, mas não tivemos grandes imprevistos dessa vez. Foi tranquilo.
07. E sobre a Cena Indie BR, o que vocês acham que poderia melhorar para que as bandas e artistas indie do Brasil ganhassem um maior destaque tanto na mídia, quanto em festivais de música e junto ao público em geral?
Crítica: BIKE – Arte Bruta (2023, Before Sunrise Records)
Bike
Arte Bruta
(Before Sunrise Records/Quadrado Mágico Records)
Release Date: May 5, 2023
Hoje temos a oportunidade não apenas de nos aventurar (pense na Amazônia em vez de Ozzies), mas também descobrir um novo território desconhecido no mundo musical. Aproveitando definitivamente a ocasião para inovar nos domínios da música psicodélica, pós-tropicaliana, indie e rock progressivo, temos o prazer de apresentar o mais recente álbum dos exploradores sonoros paulistanos BIKE – seu primeiro disco desde a pandemia – Arte Bruta.
Lançado em conjunto pelos selos Quadrado Mágico e Before Sunrise Records, aqui o BIKE atinge o auge de sua carreira musical até então, atingindo lindamente a maturidade e abraçando um som mais brasileiro. Guiados pelo produtor e guitarrista Guilherme Held, nos poucos anos que a banda levou para gravar este álbum, eles se sentiram confortáveis o suficiente para se aventurar extensivamente em novos reinos musicais e o BIKE encontrou seu lugar como os maiores embaixadores da musicalidade brasileira.
Das 13 faixas em oferta, a banda ainda oferece sua marca registrada psicodélica, enquanto dá lugar a uma onda de explosão criativa, indutora de transe, percussiva e de groove de belo som com toques de rock psicodélico dos anos 60 e 70, krautrock e rock progressivo, ritmos latinos e afro-brasileiros.
No geral, através do álbum Arte Bruta, o BIKE atingiu um nível totalmente diferente em sua carreira musical. Além de BJM, este álbum deve trazer uma emoção madura para os fãs de artistas como The Black Angels, Tame Impala, Kikagaku Moyo, Beak, Os Mutantes, Goat, Osees e até Ty Segall.
Formado em 2015 por Julito Cavalcante (guitarra e voz), Diego Xavier (guitarra e voz), Daniel Fumega (bateria) e João Gouvea (baixo), o BIKE tem uma trajetória de longas jornadas – sonora e geograficamente.
Nos últimos meses, a banda fez extensas turnês, tocou ao vivo no KEXP de Seattle, fez dezenas de shows no SXSW e no Treefort Music Fest, além de abrir para o The Brian Jonestown Massacre em sua cidade natal, São Paulo.
O álbum Arte Bruta representa o processo de autoanálise que essa coleção de psych-rock pós-tropicalia e noise rock passou nos últimos anos, resultando no salto mais ousado da carreira do grupo.
“Nós avançamos em relação ao nosso som nos álbuns anteriores. Conseguimos misturar tudo de mais legal que já havíamos feito com referências novas e antigas que ainda não apareceram em outros discos. Também adicionamos novos elementos e instrumentos artesanais nas músicas. A ideia era soar artístico e cru ao mesmo tempo”, diz Julito Cavalcante.
Chamando a atenção e agradando os fãs desde o lançamento, BIKE é a única banda brasileira que lançou música (“Enigma Do Dente Falso” em 2014) através do selo Columbia Records 30th Century Records, fundado pelo cultuado produtor americano Danger Mouse.
O álbum de estreia do BIKE, 1943, em 2015, foi seguido por Em Busca da Viagem Eterna (2017), Their Shamanic Majesties’ Third Request (2018) e Quarto Templo (2019), cuja música foi aclamada pela crítica.
Até o momento, o BIKE já fez mais de 400 shows em 16 estados brasileiros, desde palcos maiores até casas underground e festivais. Eles também já dividiram o palco com The Black Angels e Os Mutantes. A banda também fez três extensas turnês internacionais pela França, Alemanha, Itália, Bélgica, Escócia e País de Gales e se apresentou em alguns dos principais festivais de música da Europa, incluindo Primavera Sound, Nox Orae, MIL Lisbon e The Great Escape.
A partir de 5 de maio, o álbum Arte Bruta estará disponível nas plataformas digitais finas, incluindo Spotify, Apple Music e Bandcamp em https://bikeoficial.bandcamp.com/album/arte-bruta
fonte original: https://spillmagazine.com/spill-album-premiere-bike-arte-bruta/
origem da fonte: Toronto, CA