music non stop

Story of the Year fala sobre pizza, revival emo, fãs brasileiros e novo disco

Story of the Year

Ryan Phillips, Josh Wills [abaixado], Adam Russell e Dan Marsala formam o Story of the Year. Foto: Divulgação

Em turnê pelo Brasil, Dan Marsala, vocalista da banda americana, conversa com Vitória Zane

Entre pizzas e shows, a banda norte-americana Story of the Year tem trilhado duas décadas de história. Formado por Dan Marsala (voz), Ryan Phillips (guitarra), Adam Russell (baixo) e Josh Wills (bateria), o grupo é um dos mais influentes na cena alternativa emo e hardcore, e carrega hinos com mais de 150 milhões de streams. Depois de 12 anos desde sua última passagem pelo Brasil, eles retornaram em agosto para uma turnê de quatro datas.

O Music Non Stop conversou com Dan Marsala horas depois da apresentação da banda no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (27). Eles tocaram na Farmasi Arena ao lado de Fall Out Boy e Yellowcard. Após dormir um pouco, ficar de bobeira pelo hotel e comer um pedaço de pizza marguerita, o vocalista contou como foram os dois shows que fizeram no Brasil até o momento. O primeiro rolou no sábado passado (23), em Curitiba, no I Wanna Be Tour.

“Os dois shows foram bem diferentes. O primeiro, em Curitiba, foi num festival grande ao ar livre. O sol tava rachando em mim e tinha muita poeira, foi uma loucura. Shows ao ar livre geralmente são mais complicados, principalmente pra cantar. Mas o público tava incrível, e foi muito bom. Já ontem à noite no Rio foi bem legal. Foi superdivertido. Cantar foi mais tranquilo e me diverti um pouco mais, mas as duas plateias foram incríveis. Fazia tempo que a gente não vinha aqui e o pessoal ainda nos curte, o que é demais. Eu nem sabia se iam lembrar da gente ou não. Foi ótimo”, explica.

Brincando com o fato de São Paulo ser a última cidade da turnê brasileira, elevei as expectativas da banda dizendo que os melhores shows estavam por vir. “Ah, cara, tô superanimado pra São Paulo, claro. A gente guardou o melhor pra última, sabe?”, ele retrucou a zoeira. O vocalista, aficionado por pizza, disse que não sabia que o brasileiro gostava tanto desse tipo de comida, mas que já esta provando boas pizzas por aqui e mal vê a hora de experimentá-las em São Paulo. “Ouvi dizer que lá é o lugar pra comer coisa boa.”

O Story of the Year se apresenta nesta sexta-feira (29) no Tokio Marine Hall ao lado de Neck Deep e Yellowcard, e neste sábado (30), no I Wanna Be Tour, no Allianz Parque, ao lado de mais 11 bandas.

Sobre o festival, um dos únicos no país dedicados à cena emo e pop-punk, Marsala declara: “É muito massa. A gente faz vários festivais desse tipo nos EUA e na Europa. Mas aqui no Brasil é a primeira vez que a gente faz algo assim. Estar nesse tipo de local é sempre minha escolha favorita. Você acaba encontrando um monte de amigos e bandas, toca com uma galera que não vê muito… E ainda toca na frente dos fãs dos outros, e a galera que já curte a gente. Eu amo fazer esses festivais grandões, é superdivertido. A gente é bem amigo da Yellowcard também, então estamos felizes de estar aqui com eles. Já fizemos várias turnês juntos”.

Como um  movimento global, é possível dizer que estamos vivendo um revival do emo e dos demais sons que se flutuam por essa cena pop-punk, hardcore, pós-hardcore, screamo, metalcore, metal moderno ou como você preferir chamar. Entre as evidências, estão o sucesso de festivais como When We Were Young e Vans Warped Tour, ambos nos Estados Unidos, além do We Missed Ourselves no México e edições do Emo Fest em diversos países da Europa, como Inglaterra, Irlanda, Holanda e Portugal. No Brasil, I Wanna Be Tour e Polifonia são exemplos desse movimento.

“A guitarra tá voltando com tudo… Tem aquela vibe mais pesada e também o lado mais pop. E é meio estranho que agora tudo é considerado emo. Quando a gente tava começando, tinha um monte de estilos diferentes. Mas hoje em dia é tudo chamado de emo, e pra mim tá de boa. Mas tô muito empolgado. Eu acho que todo estilo tem isso. É legal por uns cinco a dez anos, depois dá uma caída, leva um tempo, aí a galera redescobre e fala: ‘Poxa, eu realmente curto essa música’. E isso sempre acontece. É só uma fase na cena. Mas espero que a gente consiga uns fãs novos, além de manter os antigos e continuar nessa pra sempre”, considera o frontman.

Story of the Year mantém uma carreira de mais de 20 anos, tendo despontado em 2003 com o álbum Page Avenue, que vendeu mais de um milhão de cópias, e ainda mantendo números fortes com o mais recente Tear Me To Pieces (2023), muito bem recebido pelo público, somando mais de 81 milhões de plays no Spotify.

“Quando a gente tava fazendo Tear Me to Pieces, sabia que tinha uma energia boa. Foi a primeira vez desde o Page Avenue que a gente teve uma música que chegou perto dos números que Until the Day I Die ou Anthem for the Dying tiveram. Isso nunca tinha acontecido na nossa carreira, o que é muito legal”, continua.

Sobre spoiler de um novo disco, ele revela: “Cada álbum é meio diferente, mas se a galera curtiu aquele disco [Tear Me to Pieces], vai adorar esse novo. Não posso falar muito ainda. A gente não tem nada 100% pronto, mas já terminamos de mixar e masterizar. Só falta fazer a arte e resolver umas coisas pra lançar. Nos próximos meses a gente vai lançar uma música!”.

Afirmei que a banda precisa voltar no próximo ano para divulgar o álbum na próxima turnê, e ele garantiu que este é o plano: não precisar esperar mais 12 anos para retornar ao Brasil (a última passagem deles por aqui havia sido em 2013). “Queremos voltar logo, com uns amigos, e, tomara, ano que vem. Com a nova turnê, com músicas novas… Com um álbum novo!”

Sair da versão mobile