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Entenda por que armar raves e distribuir música no Irã pode te levar pra cadeia

Três homens foram condenados a 3 anos de cadeia no Irã por distribuírem música subversiva – “underground” – através da Internet. A pena foi designada ano passado a dois irmãos e um amigo que comandavam o site Barg Music, que distribuía e disponibilizava músicas de diversos gêneros com críticas ao regime islâmico iraniano.

Além da pena, os condenados tiveram que pagar multas de mais de R$ 10.000 e sofreram torturas físicas, segundo a Anistia Internacional. Para a justiça iraniana, tal atividade, tão corriqueira no consumo de música nos países ocidentais, “insultava santidades islâmicas”, “espalhava propaganda antisistema” e tratava-se de “atividades audiovisuais ilegais”, ao se tratar de distribuição de música não-licenciada pelo ministro da Cultura.

A notícia soma-se ao fato recente de músicos de teclados eletrônicos, instrumento considerado ofensivo e não-natural nos regimes islâmicos fundamentalistas, terem sido condenados a dezenas de chibatadas nos territórios dominados pelo ISIS, o Estado Islâmico.

Vale lembrar que o dabke, gênero sírio bastante eletrônico, tem seu ritmo totalmente baseado nos teclados eletrônicos. Omar Souleyman é uma estrela síria do dabke que explodiu no Ocidente, inclusive no contexto da música eletrônica, tendo sido produzido por gente como Four Tet.

Teclados e sintetizadores: instrumento e música “não-islâmica”

RAVING IRAN

Outra atividade musical ilícita no Irã, país do Oriente Médio que recentemente realinhou-se com os EUA e o Ocidente, é armar raves de música eletrônica. Além de ser um evento de música e cultura “ocidentalizado”, deste modo ofensivo sistema islâmico, as raves contam com a distribuição e a exibição de música underground, não oficialesca, o que se encaixa na mesma ilegalidade dos rapazes condenados pelo site de música subversiva.

“Raving Iran” é um documentário recém-lançado que acompanha a vida de Anoosh e Arash, dois DJs de techno da capital Teerã, ilustrando as dificuldades e perigos que eles passam ao armar festas nas regiões desérticas ao redor do país – há relatos de espancamento, mas também do amor e coragem desses DJs e do público.

O filme deve rodar circuitos e festivais de cinema, e o trailer já está disponível.

(via @TheGuardian e @PulseRadio)

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