Em novo álbum, Moons aposta na textura do analógico: ‘Sempre buscamos essa sonoridade’
Em setembro, o grupo mineiro Moons lançou o esperado terceiro álbum, Dreaming Fully Awake, via Balaclava Records. O trabalho mostra o amadurecimento musical do sexteto, com uma sonoridade que transita entre o folk, o rock e o jazz, sempre tendo a melodia e a melancolia na linha de frente. Em cada canção é possível enxergar influências de ícones marcantes como Tom Verlaine, Nick Drake, Lou Reed, Nico e Chet Baker.
“É um disco para ouvir de manhã cedo ou à noite. É adequado tanto para ir entrando no clima do dia que vem pela frente, mas também para desligar um pouco de toda a rotina”, sugere o vocalista e guitarrista André Travassos em entrevista ao Music Non Stop. Sobre o tipo de som que o grupo faz, ele define: “Somos uma banda de rock. Mas, já ouvimos as pessoas nos chamarem de space rock sem saber ao certo o que isso significa. De fato, esses rótulos e definições eu deixo para os ouvintes exercitarem as suas criatividades”.
Para compor e gravar o álbum, Travassos, mais Jennifer Souza, Bernardo Bauer, Digo Leite, Felipe D’Angelo e Pedro Handam se isolaram em um sítio em Brumadinho, próximo a Belo Horizonte e registraram tudo em um antigo gravador de fita de rolo Tascam 388. “Utilizamos um equipamento 100% analógico na captação do disco, além de termos gravado 90% dele ao vivo com os seis tocando ao mesmo tempo. Tudo isso traz um componente humano muito especial, além de uma textura muito particular. Sempre buscamos essa sonoridade”, diz o músico sobre o resultado.
Cantando em inglês, o Moons faz parte do clube de bandas brasileiras que utilizam a língua estrangeira para abrilhantar a sua arte. “Cantar em português não é uma vontade nossa, não. Estamos muito felizes com a estética e o idioma que escolhemos”, explica Travassos, e continua: “Desde que lançamos o primeiro disco, flertamos com o mercado internacional. É um caminho que estamos seguindo pouco a pouco”.
Confira a entrevista completa abaixo:
Como você define o som do Moons?
André Travassos: Nos consideramos uma banda de rock. Entretanto, dentro desse segmento existem diversas vertentes. Já ouvimos as pessoas nos chamarem de space rock sem saber ao certo o que isso significa. De fato, esses rótulos e definições eu deixo para os ouvintes exercitarem as suas criatividades.
Qual foi a maior mudança dos dois álbuns anteriores para o Dreaming Fully Awake?
Pela primeira vez utilizamos um equipamento 100% analógico na captação do disco, além de termos gravado 90% dele ao vivo com os seis tocando ao mesmo tempo. Tudo isso traz um componente humano muito especial, além de uma textura muito particular. Sempre buscamos essa sonoridade. Ficamos felizes de termos finalmente chegado a esse resultado.
Capa de Dreaming Fully Awake
Vocês se isolaram em um sítio para gravar o álbum. No que esse retiro foi fundamental para o disco?
O principal fator foi podermos desligar um pouco da nossa realidade e focar todas as nossas atenções para a gravação do disco. Foram quatro dias mágicos onde as nossas conexões pessoais, que já são muito fortes em meio a todo o caos da vida moderna, se potencializaram ainda mais. Foi um divisor de águas na nossa relação.
Qual é o momento perfeito do dia para ouvir Dreaming Fully Awake? Qual seria o melhor cenário?
Eu particularmente gosto de escutar o disco de manhã cedo ou à noite. Acho que ele é adequado tanto para ir entrando no clima do dia que vem pela frente, mas também para desligar um pouco de toda a rotina.
Hoje em dia o mercado nacional não é muito favorável para bandas novas que cantam em inglês. As mesmas acabam ficando limitadas a certos espaços. Vocês passam por essa dificuldade? Já pensaram em cantar em português alguma vez?
Essas limitações de fato ainda existem, mas já melhorou bastante. Sobretudo, o público tem sido cada vez menos preconceituoso com artistas brasileiros que não cantam em português. Sobre cantar em português não é uma vontade nossa não, estamos muito felizes com a estética e idioma que escolhemos. Desde que lançamos o primeiro disco, flertamos com o mercado internacional. Ele foi lançado no Japão e acabei fazendo alguns shows solo na Europa. Agora, nosso segundo disco, ‘Thinking Out Loud’, já tem data de lançamento prevista no Japão, Europa e EUA. Portanto, é um caminho que estamos seguindo pouco a pouco. Gostaríamos muito de viabilizar uma turnê internacional por esses países onde estamos chegando.
Ouça em ditto.fm/moonsdreamingfullyawake