El Zombie El Zombie. Foto: Divulgação

El Zombie, banda de SKA argentina, chega ao país para oito shows. Conversamos com os integrantes

Jota Wagner
Por Jota Wagner

A partir de sexta-feira, a banda argentina El Zombie inicia uma turnê (ou “gira”, como eles dizem) de oito shows em cidades brasileiras

Mergulhando no SKA misturas qu role vão desde o swing jazz ao reggae e ao rock, a El Zombie passará pelas cidades de Jundiaí, Presidente Prudente, Sorocaba, Pindamonhagaba, Rio de Janeiro, Guarulhos, Piracicaba e Santo André, nessa ordem. Portanto, se você estará por perto, vale a pena conhecer um pouco da longa tradição do país vizinho com o SKA. 

No ano em que completam 20 anos de estrada, o grupo surgido na zona norte de Buenos Aires já dividiu o palco com grupos como The Wailers e The Skatalittes. 

Nossos hermanos terão a oportunidade de conhecer bem nosso terreno musical. Além de comandarem o palco de três unidades do Sesc (Jundiaí, Presidente Prudente e Guarulhos), a banda também tocará em lugares já clássicos na música alternativa, como o Ganjah (na Lapa, Rio de Janeiro), e o 74 Club, em Santo André, onde dividem o palco com a banda Sapo Banjo. 

Nossos vizinhos tem uma longa relação de amor com o SKA, gênero que até hoje influencia muita gente. Com o El Zombie, não foi diferente.

“Meu encontro com o Ska foi rápido. Meu irmão foi musico de uma banda Rosario chamada Scraps, eles participaram nos anos 90s de algumas compilações de bandas argentinas, como Satelite Kingston, Butumbaba ou Karamelo Santo. E, obviamente, também com Los Fabulosos Cadillacs. No plano internacional em minha casa tínhamos muita música de Madness, the Specials, Bad Manners e The Selecter. Pelo que conheci o gênero mesmo antes que o Rock” – conta Guille, guitarrista, vocalista e um dos principais compositores da banda. Já o também guitarrista Gonzi, conta que, no seu caso, “o primeiro encontro com a música Ska foi por casualidade, e foi com os Fabulosos Cadillacs em músicas como “estoy harto de verte com otros”, “mi novia se cayó em um pozo ciego” e nos primeiros discos de Soda Stereo como na música “Mi Novia Tiene Bíceps” ou “Te Hacen Falta Vitaminas”.
Eu antes de ter o privilégio de tocar em El Zombie, fui fã da banda assim que eles foram para mim uma referência no presente”.  A frontwoman Agus, que também falou com a gente, corrobora: “Mas é verdade! Eu escutei Ska quando entrei na banda. Poderia mencionar que o meu primeiro encontro foi com o disco Tragic Kindom de No Doubt”.
O El Zombie já esteve no Brasil a convite da MTV local, no começo dos anos 2000. E, claro, estabeleceram conexões com a música brasileira.
” Nessa visita conhecemos artistas incríveis. Eu curti muito de tocar com Ultramen. Eu gosto muito de Combover, Cigarras e Autoramas. No Brasil tem muita música boa, em todos os gêneros”, conta Gonzi. Guille completa: “Autoramas a gente se conheceu no ano 2015 durante uma turnê em México e fizemos uma amizade que a gente valoriza muito. E das bandas clássicas do Brasil, Paralamas, Raimundos, Charlie Brown Jr., obviamente Tom Jobim, Elis, Caetano, Belchior e tantos outros artistas incríveis daqui. De fato, a gente tenta tomar um pouco essa música no nosso show atual, mas a influência já estava presente em Amanece nosso terceiro disco, “Mi Mundo” começa igual à Aguas de Março, também como adianto podemos dizer que vamos fazer uma versão Zombie de Mulher de Fases, e alguma outra surpresa”. Agus também adiciona mais um artista no repertório de prediletos do El Zombie. ” Desculpem, mas eu gostaria de adicionar a Seu Jorge, amo seus matizes e sua voz profunda!”
El Zombie

El Zombie – foto: divulgação

Prestes a desembarcar no Brasil (a turnê compreende oito shows em dez dias pela região sudeste), perguntamos aos três sobre suas expectativas para o rolê:
Guille:  Nossa, essa é a primeira turnê da banda post pandemia, vamos precisar oxigênio perto do palco (risos).
A gente vem trabalhando num show com muita interação com o público, e para essa turnê preparamos um show especial para o público brasileiro, acho que a galera vai curtir muito.
Agus: Quanta ansiedade! Eu estive estudando muito, fazendo muitas ênfases nos exercícios para melhorar minha capacidade vocal, o que me dá alegria e consciência para cuidar minha voz e chegar perfeita a todos os shows.
Gonzi:  Na turnê anterior da banda pelo Brasil eu era o roadie da banda. Estou muito ansioso e feliz por estar no palco com meus amigos e fazer dançar a todo mundo que vir nos shows. Estamos com muita vontade de nos divertir e prepramos um show muito legal. O pessoal vai ter que estar preparado para saltar, dançar e cantar com a gente.
Confira todas as datas e locais da turnê brasileira do El Zombie:

24.03 – Sesc Jundiaí

25.03 – Sesc Presidente Prudente

26.03 – Little Paul – Sorocaba

28.03 – The Hop – Pindamonhagaba

30.03 – Ganjah Coffee Shop – Rio de Janeiro, com a banda Carbona e o DJ Tyrone Turtle 

31.03 – Sesc Guarulhos

01.04 – Sharx Arena – Piracicaba

02.04 – 74 Club @ Santo Andre, com a banda Sapo Banjo

El Zombie Brasil tour 2023

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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