Dupla Selvagem relembra 7 hits e histórias que marcaram seus 7 anos de carreira
TEXTO ANDERSON SANTIAGO
Faz quase uma década que o fluminense Millos Kaiser e o paulista Augusto Olivani se juntaram para fazer uma festa. Apelidaram-na de Selvagem, ocuparam um bar (o Paribar) do centro de SP em frente a uma praça e chamaram uma galera animada para dançar ao som de seus hits favoritos – que tinham raiz na house, mas passeavam também por música brasileira e disco. O que eles e poucos ali sabiam era a quantidade de fãs que a Selvagem conquistaria ao longo dessa jornada que completa sete anos agora em dezembro.
Hoje, a Selvagem é selo, marca de festas e uma das duplas de DJs mais queridas do Brasil, que viaja o mundo garimpando discos e destilando nas pistas grooves dançantes de sotaque nacional. “Às vezes brincamos que somos a ‘Suíça’ dos coletivos. Surgimos numa época em que não fazia mais sentido bancar o espírito do ‘carão’ e sempre fizemos questão de ser acessíveis, de tocar próximo ao público, de prestigiar as outras festas”, diz Augusto Olivani.
O evento que marca o início das comemorações do sétimo aniversário é uma transmissão inédita de 12 horas com a dupla via Red Bull Radio, nesta quinta (29), a partir das 12h, ao vivo. Ele é parte do Red Bull Music Festival São Paulo, que encerra neste sábado (dia 1/12), apresentando a Zona Limiares, uma rave de 10h com a nata da música eletrônica underground nacional e internacional (mais detalhes no final da matéria).
No programa “12h de Selvagem”, o host Kiko Costato, amigo pessoal que acompanha os garotos desde o início, vai destrinchar a trajetória dos DJs: estarão lá os bafos, babados e hits das primeiras festas no Paribar, passando pelos melhores momentos das edições icônicas de Carnaval realizadas no Rio de Janeiro, e indo até as músicas lançadas pelo selo próprio, o Selva Discos. Além de receber convidados como a cantora Maria Rita Stumpf, musa redescoberta por eles e tema de um documentário produzido pela dupla, Milos e Augusto prometem um TOP 50 com aquelas faixas que foram trilha sonora de muitas baladas inesquecíveis.
“Nunca fizemos festa pensando no dinheiro, sempre foi como um efeito colateral, o principal sempre foi fazer festas que acontecessem –porque, se a festa não acontece, as pessoas não falam dela”, conta Augusto.
A seguir, os DJs selvagens (ou os selvagens DJs?) nos enviaram uma playlist de aquecimento com sete hits essenciais que marcaram suss festas ao longo dos anos. Confira (e prepare-se para não ficar parado):
1) Amor – Selvagem
Um dos primeiros edits que saíam pelo selo B.I.S. Inc. A original é Meire Rose, uma cover tosqueira da seminal I Feel Love, de Giorgio Moroder e Donna Summer.
2) Ossain – Carrot Green & Selvagem
Primeira produção mais autoral da dupla, em parceria com o produtor carioca Carrot Green. Sampleia Antonio Carlos e Jocafi.
3) Everything In Its Right Place – Radiohead (Joe Claussell Edit)
Versão deste clássico do Radiohead. Já foi o clímax de algumas festas no Paribar e no Carnaval do Rio. A dupla a escutou pela primeira vez quando esteve no Loft, de David Mancuso, em Nova York.
4) Onde Está o Amor – The Fevers
Selvagem sempre teve seu lado chacota, aqui representado por esse cover de Love is In the Air. Muitas festas foram encerradas no embalo desse hit.
5) Why – Chic
Versão instrumental do clássico cantado por Carly Simon. Pouca gente sabe, mas o Chic é responsável pela gravação da base instrumental da música. Já foi trilha de muito começo de festa no Paribar.
6) The Backwoods – Breakthrough
Nu-disco de primeira quando o estilo estava no auge. Sempre colocou fogo na pista.
7) Every Now and Then– Ralph Falcon
House de Miami que empurra a pista ao mesmo tempo que traz uma certa melancolia com os pads em acordes menores.
O Red Bull Music Festival encerra sua programação com a festa Zonas Limiares, no dia 1/12,
a partir das 20h, na Fabriketa. Entre os destaques do line-up, estão a norte-americana Avalon Emerson e a irlandesa Or:la, duas jovens que conquistaram fãs e muitos elogios pelos seus sets nos festivais do verão europeu em 2018, e o músico e o produtor italiano Lorenzo Senni, que revive o trance dos anos 1990 com roupagem contemporânea. Todos inéditos por aqui. O time brasuca é formado por nomes como a banda eletrônica Teto Preto, que mostra seu recém-lançado primeiro disco Pedra Preta, a produtora BADSISTA e o jovem DJ paulistano Benjamim Sallum.
SERVIÇO:
12h de Selvagem
Transmissão ao vivo na quinta-feira (dia 29/11) a partir do meio-dia, pelo site
Zonas Limiares
Sábado
(dia 1/12),
A partir das 20h, na Fabriketa (Rua do Bucolismo, 81 – Brás)
Ingressos a partir de R$ 25 pelo site