INDIO, CA – APRIL 29: Daft Punk performs at the Coachella Music Fesival on April 29, 2006 in Indio, California. (Photo by Karl Walter/Getty Images)

Documentário de 20 anos do ‘Coachella’ faz quarenteners matarem a saudade de festivais

Itaici Brunetti
Por Itaici Brunetti

Para entreter os fãs de música e festivais durante o isolamento social, o Coachella divulgou em seu canal do Youtube o emocionante documentário Coachella: 20 Years in the Desert, em que narra as duas décadas de um dos festivais mais bem sucedidos, e mais “cool”, do mundo, realizado em Indio, na Califórnia, EUA.

Dirigido por Chris Perkel, o filme mostra a ascensão do festival, que começou com uma modesta edição em 1999 ao unir a cena de rock alternativo com a cultura rave, e levou um prejuízo gigantesco que quase faliu a produtora Goldenvoice. No entanto, retornou em 2001 (após uma curiosa história) para se tornar o mega festival hypado que é hoje, chegando a ser citado em episódios de South Park, filmes da Marvel e até em discurso do ex-presidente dos EUA, Barack Obama.

Vale ressaltar que a primeira edição do Coachella Valley Music and Arts Festival (nome original do festival) começou com apenas dois dias de evento; aumentou para três e desde 2011 é realizado em dois finais de semana seguidos, repetindo o mesmo line-up. Os ingressos são disputados a tapas e evaporam assim que começam a ser vendidos.

 

(Foto: divulgação)

 

No filme, há registros incríveis dos shows e relatos que, acredite, mudaram o rumo da música e do entretenimento. Entre eles, estão o revival de bandas clássicas, o destaque da cena roqueira dos anos 2000, a redescoberta da música eletrônica e o estouro da EDM. Também há a ascensão dos rappers “superstars” e a nova geração do pop, representada por artistas cada vez mais jovens.

Listamos abaixo alguns momentos que provam porque o Coachella foi, e continua sendo tão importante para a música e para a cultura pop. O documentário completo pode ser assistido no final da matéria e garantimos que deixará qualquer “quarentener” com vontade de se aglomerar em um show e até de passar perrengues em festivais.

 

(Foto: divulgação)

 

1. Revivals

Uma “marca” do Coachella sempre foi levar ao palco bandas que já tinham cravado o prego no caixão. Nomes que os fãs nem tinham mais esperanças em ver ao vivo novamente, mas o festival conseguiu revivê-los. Pixies, Jane’s Addiction, Bauhaus, Rage Against the Machine, Iggy & The Stooges, Faith No More, Pavement, Siouxsie & The Banshees e Guns N’ Roses com os membros clássicos foram alguns deles.

 

2. Rainha de perto

Em 2006, Paul Tollett, co-fundador do Coachella recebeu uma ligação do empresário de Madonna sugerindo da cantora se apresentar no festival. Infelizmente, o line-up do palco principal para aquele ano já estava completo. Então, qual foi a ideia? Colocar a Rainha do Pop para tocar na Dance Tent, tenda de música eletrônica que, na época, era um espaço bem pequeno para a estrela.

 

3. Robôs que mudaram tudo

Segundo depoimentos dos DJs e produtores Carl Cox, Steve Aoki e Jason Bentley, o show do duo Daft Punk, na edição de 2006, mudou o jogo das apresentações de música eletrônica. Depois que Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter, com seus capacetes robóticos, levaram uma enorme pirâmide iluminada ao palco, nada mais foi o mesmo e os DJs precisaram se reinventar elevando o nível visual e estrutural de suas apresentações.

 

4. Tupac vive

Em 2012, durante o show conjunto de Dr. Dre e Snoop Dogg, o público presenciou uma das surpresas mais sensacionais (e polêmica) já vista até hoje. O rapper Tupac, morto em 1996, surgiu ao palco em holograma para cantar algumas músicas com os dois. Um momento histórico para o festival e para a história da música.

 

5. Headliner de última hora

Ter Prince no Coachella sempre foi um sonho de Paul Tollett, mas o autor dos hits “Kiss” e “Purple Rain” sempre negou em tocar no festival. Nunca quis. Esnobava. Então, em 2008, três semanas antes do festival começar, e com tudo pronto, o próprio músico ligou para Tollett e disse: “Insira o meu logo no cartaz. Quero tocar no sábado à noite”. Assim, o artista ofuscou o Portishead, headliner até então.

 

6. Palco não, uma montanha

Na última edição, em 2019, Kanye West apareceu de surpresa, com um coral e muitos instrumentistas, para realizar o culto musical “Sunday Service” no camping do festival. O concerto não foi realizado em nenhum palco, e sim em cima de uma montanha construída exclusivamente pelo festival a pedido do rapper. Então, dá-lhe incontáveis caminhões de terra e grama artificial trabalhando na madrugada para fazer crescer a enorme colina de um dia para o outro.

 

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