DJ Marky lança Influences 2 com joias que vão da acid house a raridades BR. Esta entrevista vai te botar dentro da cabeça dele
O ano era 2002. Estava em Londres pra cobrir o Homelands, festival que movimentou a região de Winchester entre 1999 e 2005 e chegou a ser um dos maiores de música eletrônica da Inglaterra. Depois da maratona do festival, estiquei uns dias em Londres pra poder ver a estrela nacional da música eletrônica em ação. DJ Marky iria tocar no clube Fabric, e eu não podia perder.
Sabia que seu nome estava bombadíssimo na Inglaterra, graças ao sucesso da então recém-lançada LK, com samples de Carolina Carol Bela (de 1969, de Jorge Ben e Toquinho), produção de Marky e Xerxes de Oliveira, o XRS. O sucesso de LK levou a dupla até o programa de TV inglês Top of The Pops, por onde costumam passar todos os grandes nomes da música mundial. O single LK tornou-se o mais bem-sucedido da história da música pop brasileira na Inglaterra, superando Tom Jobim e Sepultura.
LK – DJ Marky e XRS
Agora de volta ao Fabric. Cheguei ao clube com Anderson Noise, que tinha tocado por aqueles dias em outro clube mítico que não existe mais em Londres, o The End, e o próprio Marky. Vínhamos da casa de Oliver, onde os dois sempre ficam hospedados.
Fomos recebidos com champanhe na cabine, onde MC Stamina cantava sobre o set de Patife. Na hora da passagem de um DJ para o outro, com Marky e Patife fazendo bagunça à frente das pick-ups, a casa veio abaixo. Meninos e meninas ingleses gritavam: “Marky! Marky!”. Dois garotos se aproximaram da cabine para exibir camisas da seleção brasileira com o nome Marky atrás.
Noise se virou para mim, tentando me tirar do transe. “Tá passada, amiga? É sempre assim”, disse ele, que já não se impressionava mais com a reação dos ingleses à dupla brasileira de d’n’b.
Assim foi o começo do sucesso internacional de Marky, que nunca mais parou quieto no Brasil. Lá se vão 14 anos desde esta cena que presenciei, e o passaporte do DJ continua sendo pequeno pra tanta viagem. Certamente o vai-e-vém do aeroporto só vai aumentar em 2017 com o lançamento de sua segunda compilação de influências musicais, o disco Influences 2, espécie de continuação de Influences, lançado em 2008. Assim como o primeiro álbum, que saiu em versão tripla em vinil e dupla em CD, além do digital, este novo também foi lançado nesses formatos, pelo mesmo selo londrino, BBE. Influences também acabou virando o nome de uma festa, que começou no finado Vegas Club em 2012 e atualmente acontece a cada dois meses às sextas no Pan-Am.
O disco é um lindo compêndio de músicas que marcaram a vida do geminiano Marco Antonio da Silva, do alto de seus 43 anos, um cara que, muito antes de ser um dos principais DJs do mundo em atuação, é um apaixonado por música.
Do disco, há faixas como Meant Love, do duo inglês Influx Datum, e This Is Acid, um dos maiores clássicos da acid house, lançada em 1989 pelo DJ e produtor de Chicago Maurice. Ambas faixas estão no set exclusivo de influências que Marky mixou especialmente para o Music Non Stop pra servir de trilha enquanto você lê o entrevistão abaixo.
Neste papo que você lê a seguir, Marky falou de sua paixão pela música brasileira dos anos 60, 70 e 80, da compulsão por comprar vinis, de seu filho Gabriel, do amor pela mãe, da sua habilidade nata como DJ e de um de seus maiores ídolos, o DJ Ricardo Guedes. “É legal as pessoas descobrirem um lado diferente que eu tenho. Eu sou um disc-jóquei. Não gosto quando as pessoas dizem: ‘você é rei do drum’n’bass, rei daquilo’. Eu não sou rei de nada”, resume Marky.
Aperta o play e mergulhe na cabeça de um dos principais DJs do planeta.
Music Non Stop – O que te levou a criar essa pesquisa tão ampla que você fez agora para este disco?
Marky – Eu sempre quis lançar esses discos. Eu queria que as pessoas vissem que eu toco drum’n’bass, mas eu gosto de outros estilos, assim como outros DJs. Por isso que eu fiz o disco, e depois quis fazer a noite, aqui em São Paulo. Ainda não consegui fazer a noite lá fora, mas quero ver se consigo fazer e mostrar pras pessoas que o DJ tem que ter uma bagagem musical. A música, pra mim, vem em primeiro lugar. Meu amor pela música. Acho legal fazer compilação com as músicas de que você gosta e que as pessoas nem imaginam, com músicas que você até já tocou e você sempre sonhou que essas músicas saíssem em uma compilação sua e nunca saíram. Esse é um lance muito legal que acabou acontecendo comigo. Acho que eu sou um dos poucos do Brasil, acho até que sou o único, a conseguir fazer um disco nesse gabarito. Queria fazer um disco de música nacional, com as músicas que eu mais amo, mas é difícil fazer aqui também.
Music Non Stop – Você falou em mais ou menos 100 fonogramas que você chegou a separar?
Marky – Até mais.
Music Non Stop – Quais foram os maiores problemas que você enfrentou na hora de fazer a seleção?
Marky – O maior problema foi licenciar as músicas nacionais. Consegui licenciar uma, que é o Manfredo Fest, mas, ao mesmo tempo, ele estava gravando lá fora, por uma gravadora americana, que é a Tabu. Então, na verdade, ele foi o único. Tem o Manuel Azevedo Quartet, Futebol de Bar, música do Cesar Camargo Mariano, que está no disco São Paulo S/A. Ele fez uma versão dessa música. É muito fiel à original, é muito igual, e é incrível. E tenho uma versão do Pasito Allstars de Cosa Nostra, do Jorge Ben, que até parece uma versão do Erlon Chaves e da Banda Veneno, que era a banda dele dos anos 70. Mas eu não consegui licenciar várias músicas que eu queria, Bebeto, Jorge Ben, vários artistas que eu queria. No outro disco eu consegui licenciar algumas, Pulo Pulo, por exemplo, do Jorge Ben, que a gente conseguiu licenciar pelo Japão. Saiu Mutantes, Adeus Maria Fulô, mas só podia sair no CD, não podia sair no disco, mas no disco mixado.
Igual a música do Underground Resistance, eu queria que saísse no disco e não podia. Algumas só podem sair no disco mixado. São coisas contratuais muito loucas, que parecem ser muito fáceis, mas não são. No final eu gostei do resultado, mas queria que tivesse mais funk, um pouco mais de soul, de música brasileira. Achei que o disco ficou até eletrônico demais, mas ficou bem agradável. Acho que ficou bacana o disco.
Music Non Stop – Tem algum achado recente que você tenha tido vontade de colocar na seleção ou são todos discos da sua vida?
Marky – São todos discos da minha vida. Acho que o mais recente é um Laurentius, Karate Samba, que inclusive morou no Brasil. Sempre gostei das faixas de house que ele faz, ele funde elementos de clássicos do techno com brasileiros e Chicago house. Pelo fato de poucos DJs tocarem, especialmente no Brasil, eu queria no disco.
Laurentius – Karate Samba
Music Non Stop – O que você acha que tem de tão especial de música brasileira dos anos 60 e 70 que está sendo tão resgatado, especialmente fora?
Marky – Groove. Tá faltando uma veia negra nas músicas. Hoje tá tudo muito computadorizado. Se não fosse o Airto Moreira não ia existir a palavra percussionista. É o groove, o funk, aquela coisa que te move. Isso é muito incrível. É isso que faz as pessoas dançarem. Se bem que hoje as pessoas estão curtindo músicas com um volume nunca alcançado antes. Mas elas não têm groove, são quadradas. Eu lembro quando o techno era mais melódico, era rápido e melódico, era bonito, tinha piano. Depois veio uma coisa mais minimal, veio Jeff Mills com The Bells, todo mundo gosta, é um clássico. Foi a partir dessa música que eu perdi meu interesse por techno. Tiraram o que tinha de rico na música, a melodia, o soul, o groove. Acho que é isso que a música brasileira tem. Com esse boom da disco music, que é legal, também descobriram o funk, que sempre esteve aí, James Brown, Sly and The Family Stone, Tom Browne… e descobriram que também existia isso no Brasil. Brazilian disco, Brazilian funk. Por isso essa caça por discos do Tony Tornado, do Lincoln Olivetti, Quinteto Ternura. E agora também tem essa onda de macumba, que é uma coisa bem grooveada. Todo mundo agora quer o compacto do Trio Ternura, A Gira, que só tem em compacto e saiu no ano em que eu nasci (1973) e custa uns R$ 1.600, além de ser muito difícil.
Music Non Stop – Você vive viajando, e a coisa que eu mais vejo você fazendo nas viagens é… comprar discos. É mais fácil achar um disco brasileiro raro fora do que aqui no Brasil?
Marky – É difícil achar um disco desses, eu levei uns 8 anos pra encontrar A Gira, comprei aqui no Brasil, no Zico e no Chico, eles são careiros mas só têm discos bons e novinhos. E esses discos não custavam nada. De repente todo mundo começa a tocar Olhos Coloridos, as coisas do Mister Sam, Gretchen, Freak Le Boom, que é muito bom. É uma coisa meio latina, meio slow disco. Essa foi a primeira música dela que pegou. Depois a galera começou a procurar músicas nessa pegada, Simone, Tô que Tô, Almir Ricardi, Festa Funk. Festa Funk tocava até na Toco!
Music Non Stop – E tocava no rádio também, né?
Marky – Tocava na Bandeirantes! O Grego, Vadão, Cadico, Iraí tocavam. Almir Ricardi era um hit! Tony Bizarro tocava na Bandeirantes, saiu em disco da rádio. O que me chamava a atenção quando eu era moleque é que essas músicas pareciam muito música gringa, os arranjos. A mesma coisa quando eu ouvi Uncle Funk, o meu pai apareceu com o disco do Deodato e eu tinha o disco da banda Black Rio, Mr. Funky Samba. A versão da Black Rio é muito melhor, mas a do Deodato funciona melhor na pista de dança. O lance da Brazilian disco é legal, mas tem uns caras viajando! Tem uns discos que são muito obscuros, mas os DJs tocam. O Arthur Verocai é um disco lindo, muito moderno. Esse eu entendo a moda.
Music Non Stop – Você acha que tem um Brasil do passado ainda muito inexplorado?
Marky – Tem, tem, tem. Todo dia você descobre música. Seja brasileira, inglesa ou americana. Mas no Brasil tem muitos artistas desconhecidos. Tem até uns discos bregas. Uma música do Reginaldo Rossi, No Claro ou No Escuro. Essa música tocava nas festas de samba-rock, ninguém sabia que era o Reginaldo Rossi. Agora descobriram Alípio Martins, Piranha. Tá todo mundo descobrindo coisas que na época ninguém dava muito valor. É que nem a música da Fafá de Belém que o Tahira fez o remix. Cara, ninguém conhece hoje em dia. Mas eu lembro da minha tia ouvindo em casa sem parar. Muito louco. Se eu tocar pra minha mãe, pra minha tia, elas piram!
Music Non Stop – O fato de você ser brasileiro, toda essa informação tá no seu DNA, além de fazer parte de um inconsciente coletivo nacional. É diferente de um inglês, que cresceu com o Northern Soul, por exemplo. Você sente que as pessoas estão a fim desse “Brazilian Touch” tocado por um brasileiro?
Marky – Na pista de dança, ainda não sei. Mas amigos meus em lojas de discos estão doidos. Eu vejo que tem muita gente na Inglaterra, no Japão. Tem um amigo que é de Nova York, Goldenchild, que é DJ de drum’n’bass, ele começou até a falar português porque ele só quer saber de música brasileira. Eu mando disco direto pra ele. Mas ainda não vejo um movimento de festas rolando. Lembro da época da Movement, fui numa terça-feira no Bar Rhumba e tava tocando Boogaloo, era tudo disco dos anos 70, Carl Tjader, Fania All-Stars, Ray Barreto, Willie Rosário… Quando fui pra Colômbia, eu comprei uns US$ 4 mil em discos lá. Comprei tudo de latin music. Tem uns muito caros, tipo os brasileiros agora. Isso ainda não rolou em forma de noite, mas os discos estão muito em alta, sim.
Music Non Stop – E o que você quer atingir com este novo disco?
Marky – É legal as pessoas descobrirem um lado diferente que eu tenho. Eu sou um disc-jóquei. Não gosto quando as pessoas dizem: “você é rei do drum’n’bass, rei daquilo”. Eu não sou rei de nada. Comecei a tocar drum’n’bass primeiro porque eu me identifiquei com o estilo e sabia que eu precisava tocar algo diferente. E deu certo. É legal as pessoas saberem que eu não tenho estilo. A música é mais importante. Acho legal fazer sets mais ecléticos. Me lembra os bailinhos que eu fazia, a galera da rua. Hoje uma das minhas professoras deixou um recado no meu Facebook, ela falou: “você não sabe como eu sou feliz por ter feito parte da sua vida”. Era minha professora de inglês. Fiquei tão feliz que nem consegui responder de bate-pronto. Eu me dedicava muito ao inglês por causa das músicas. Era muito incrível saber que as pessoas iam nos meus bailinhos. É igual matinê, né? Hoje não tem mais. Hoje você tem toda informação, mas as pessoas querem dançar as mesmas músicas. Não sei que disco de clássicos meu filho vai comprar, porque a música não dura mais que três meses. Antes você pagava pra ir ver o DJ, porque você sabia que aquele DJ ia tocar as músicas que você ia curtir. Eu ia todo domingo ver o Guedes na Contramão.
Music Non Stop – Vi um documentário esta semana sobre o Jimi Hendrix… o louco é que falam muito mais da técnica dele do que da música. Na hora eu pensei em você. Além do seu repertório, tem a questão da técnica tua também, né?
Marky – É uma coisa muito natural. Teve uma época que eu não tava conseguindo dormir. Eu acabava de tocar e minha cabeça não desligava. Eu fui no psiquiatra porque eu achei que tava ficando louco. Eu falava pra ele que só pensava nas músicas que eu ia tocar. Eu nunca planejo meus sets, porque não sei o que as pessoas vão querer ouvir. O lance legal de ser DJ é você chegar lá e tocar alguma coisa inesperada, que as pessoas não vão acreditar. Várias mixagens que eu faço são coisas que acontecem na hora. Depois não tem mais. Não sei como explicar como eu toco com toca-discos. Depois eu vejo uns vídeos meus tocando, eu acho até meio ridículo. Mas quando eu tô tocando, eu transpiro música, consigo passar meu amor, minha dedicação através da música. Eu às vezes me pergunto como eu aprendi tudo isso. Um belo dia eu cheguei na casa do meu amigo, que era DJ, e ele me mostrou como mixar. Eu saí fazendo. Não sei explicar. Mas sei que o fato de eu conhecer as músicas de cabo a rabo, desde sempre, isso me ajudou. A partir do momento que eu perder esse drive, acho que vai ser hora de pendurar o fone.
Music Non Stop – Acho que isso tem nome. É arte.
Marky – Acho que é. Hoje em dia tá faltando. Tem muito glamour e pouca arte. É igual a primeira vez que eu entrei no Massivo pra levar disco pro Mauro Borges. Eu olhei e falei: “Que porra é essa?”. Fiquei louco! Era do outro mundo aquilo! Acho que o Massivo teve um impacto muito maior pra mim do que o Hell’s, ainda mais porque o Mauro tocava aqueles discos dos anos 70, que eu tinha em casa. Justamente porque eu via aquela loucura e a música era a que eu gostava, que minhas irmãs dançavam. Mauro Borges eu falei, tipo, cacete!
Era inovador. Gosto de ver coisas assim. Acho que depois de mim veio o Murphy, o Snoop. E acho que Anna, eu vejo que ela tem paixão pela coisa. Gosto de vê-la tocando. Na época que eu comecei, o sonho de tudo mundo era ter um par de toca-disco. Depois que meu nome explodiu, a venda de toca-disco superou a da guitarra. Eu mostrei a matéria pro meu pai, que tocava violão, ele ficou doido, falou que eu tava fazendo as pessoas esqueceram da arte de tocar um instrumento. Pra mim, ver onde eu consegui chegar… acho muito legal. Acho que o Gabriel vai ter muito orgulho.
Music Non Stop – Ela já tem! Tá na cara dele!
Marky – Meu filho me inspira muito. É tudo pra ele e pra minha mãe. Se eu ganho um prêmio, é pra ele. O disco, é pra ele. Pra eles dois. Não tenho palavras pra descrever o meu amor por eles. São as partes principais da minha pessoa, são as pessoas que me completam. Depois que nasceu o Gabriel eu me tornei uma pessoa melhor. Paternidade é uma coisa incrível.
Music Non Stop – E quem você diria que é seu ídolo?
Marky – É o Guedes. Eu queria ser igual o cara. Até tenho uns tiques na hora de tocar, de ficar mexendo no nariz, meu filho até me zoa, mas esse tique com certeza eu peguei de tanto ver o Guedes tocar. Ele foi o primeiro cara que tocou Public Enemy, na Contramão. Foi o melhor clube pra mim. Depois, o Lov.e e o The End. São os clubes da minha vida. O Guedes foi umas inspiração muito forte. E quando eu conheci ele, ele me viu tocando, foi muito louco. Ele virou meu amigo, era uma coisa muito louca.
Todo Mundo É DJ com DJ Marky (2016)
Music Non Stop – Ele tinha uma admiração enorme por você. Dizia que melhor ou igual a ele nos toca-discos, só tinha você.
Marky – Eu via ele falando isso, me lembrava uma história da Elis Regina, que dizia que cantora no Brasil, tinha ela e a Gal Costa (risos). A Bethania devia ficar puta da vida. Mas é isso, algumas coisas que aconteceram na minha vida foram muito legais. A coisa de Londres… eu fui o primeiro cara de fora a entrar, abri porta não só pra outros brasileiros, enfim… ao mesmo tempo tenho amizade com DJs de todos os estilos.
Music Non Stop – Vejo a forma carinhosa como Laurent Garnier, Fabio, Carl Cox falam de você…
Marky – É foda… todos são muito amigos mesmo. Mix Master Mike, Goldie, Gilles Peterson, Grooverider, Goldie, Norman Jay, Moodyman, Kentaro, Green Velvet, Detroit Swindle, Underground Resistance… muita gente. Falo direto com eles, me mandam músicas, eu mando as minhas. Claude Vonstroke pede direto faixas de drum’n’bass pra mim. Hoje eu acho legal que os DJs estão muito mais flexíveis. Acho que por isso tem essa busca pelo passado, de mostrar pras pessoas que é importante. O que acontece muito no Brasil são os modismos, né? É muito radical. Tudo é um ciclo, o Planeta gira. Hoje em dia as pessoas gostam de trap, amanha vai ser house. E uma coisa sempre exclui a outra. Especialmente no que diz respeito a DJs. Sempre trazem os mesmos. Fatboy Slim já veio quantas vezes?
Music Non Stop – A síndrome do Jimmy Cliff…
Marky – É! Faz uns quatro anos, fiz uma gig na Áustria, e toquei Falco, Der Kommissar. O clube veio abaixo. Ele foi o primeiro artista austríaco a fazer sucesso fora. Isso é legal, é ser DJ. Tem que tocar coisas diferentes, inesperadas. No rádio também precisa ter bons DJs pra dar uma agitada na programação. New Order por exemplo eu não toco Blue Monday de jeito nenhuma, às vezes pra dar um gás eu toco Perfect Kiss. Acho legal você atingir o subconsciente das pessoas. Esse é o trabalho do DJ, resgatar essa sensação e no final da noite você ouvir: “você fez a minha noite muito feliz”.
DJ MARKY INFLUENCES NO MIRANTE 9 DE JULHO
Domingo, 25 de junho, das 16h às 22h
Mirante 9 de Julho
Rua Carlos Comenale s/n
Grátis
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