music non stop

Discology times

andrew.jpg

Já reparou que o velho é o novo novo?

Esta frase de efeito mequetrefe tem o seu fundo de verdade. No momento em que tendências musicais se esfarelam do dia pra noite, artistas têm revirado o baú para encontrar seus verdadeiros eus (alô, Shenia).

Veja alguns exemplos: o disco mixado pelo LCD Soundsystem, Fabriclive 36, é uma verdadeira ode aos anos 70 e 80. Tem faixas do Chic, Instant Funk, NYC Peech Boys, Was (Not Was)…

Outro Fabriclive, o de número 33, do coletivo Spank Rock, parece até uma discotecagem de casamento, de tanto hit: começa com “The Breaks”, do Kurtis Blow, depois tem Dominatrix (aquela… “Dominatrix Sleeps Tonight”), Yello (“Bostich”) e, jogado entre uns poucos hits atuais, tem até um momento Alpha FM: “Owner of a Lonely Heart”, do Yes.

Outro que diz textualmente “parem de ouvir estas porcarias de hoje em dia, se concentrem nas raízes” é o lord Andrew Weatherall. Um dos nomes mais importantes da música eletrônica na Inglaterra, DJ dos DJs, Weatherall lança na semana que vem o disco “Sci-Fi Lo-Fi”, uma viagem bastante profunda aos sons que o influenciaram. Vai do rockabilly, com Joe Boot And The Fabulous Winds e The Rebs, passa pelo proto-punk dos Strangeloves, o glitter de T-Rex (“Free Angel”) e chega até os 90 com classe, em faixas do Cramps e Primal Scream. Um discaço compilado por um cara que fez sua história principalmente como DJ de música eletrônica.

Eu vejo este movimento acontecendo nas pistas também. Na Discology, festa que eu faço com o meu amigo Camilo Rocha, tem cada vez mais DJs jovens querendo mostrar seus discos velhos. Não é pra nos gabar, mas o que tem de gente bacana pedindo pra tocar não é brincadeira.

Isso sem falar na modinha da space disco, um nome que eu acho meio besta, porque na verdade o que estes produtores novos estão fazendo é disco music, apenas com aparatos e timbres atualizados.

Então, tá, o baú é a bola da vez. I liiike.

Sair da versão mobile