foto: Ariel Martin

Dekmantel 2018: convidamos alguns DJs para contar o que mais gostaram no festival

Jota Wagner
Por Jota Wagner

O Music Non Stop falou com cinco DJs da cidade sobre suas impressões em relação ao Dekmantel Festival, que rolou neste último final de semana no Playcenter e no Sambódromo.  Opiniões de quem conhece a fundo a história de grandes festas da paulicéia desvairada desde da aurora da cena eletrônica na década de noventa. Vale conferir!!

foto da pista Selektors lotadinha, feita pelo  Ariel Martin

Eli Iwasa (Caos / Club 88)

“Ainda estou me recuperando da minha primeira experiência no Dekmantel, que foi intensa! De tantos elogios que ouvi de amigos que foram ano passado, resolvi encarar a estrada no domingo, e cheguei para o set do Four Tet no palco principal. Fiquei impressionada com a estrutura, o projeto de iluminação, o soundsystem… e a atmosfera do festival estava ótima. Dava para perceber a atenção com detalhes, o cuidado extra que faz toda diferença, como o repelente na entrada do evento e os banheiros estruturados e sempre limpos. Saí de lá para ver o set do Danny Daze, que na minha opinião, representou muito bem o que é seu espírito como artista, com uma mistura poderosa e dark de techno e electro; vi o Dettmann mais vez com um set avassalador, perfeito para o main stage, e terminei no palco da Gop Tun, para conferir a apresentação de um dos meus favoritos, Floating Points, que tocou de tudo: disco, house, música brasileira. Eu, que achava que voltaria cedo para casa, cheguei em Campinas às 7h da segunda feira, depois do afterparty histórico com Nina Kraviz, Marcel Dettmann e Kobosil tocando juntos, seguidos pelo b2b do Danny Daze e Anthony Parasole, enquanto na outra pista Floating Points e Four Tet se revezavam na cabine. Incrível!”

Rafael Moraes (Yoruba Records / Patuá Discos)

“Mais uma vez o festival reuniu públicos diferentes de maneira democrática e muito positiva. As diferentes propostas de pistas num espaço muito bom foram outro ponto positivo, além do Sound System. Destaques pro Sound System, o palco Na Manteiga, Ney Faustini, Thiago Guiselini, Leonardo Ruas, PG, Ramiro Z, DJ Tudo, Antal, Mano Le Tough, Marcel Dettman, B2B Floating Points e Four Tet dos que consegui ver por mais tempo. Difícil conseguir se organizar e assistir tudo, o que não deixa de ser uma qualidade.”

Benjamin Ferreira (Stay Free / Ursound)

” São Paulo merece um festival desses. O lugar conseguiu ser ainda mais legal que o do ano passado, line up lindo com todos – tanto os artistas locais quanto os de fora, todos do underground – mandando muito bem. Estrutura e atendimentos excelentes… Obrigado, Dekmantel! Esperando ansiosamente pela próxima edição.”

Johnny Da Cruz (EKO)

“O festival estava lindo em todos os aspectos. Acertaram em cheio na locação e também no jogo de luzes, em especial no palco principal e na pista UFO. No quesito música, dekmantel foi dekmantel: A forma como o festival combina estilos tão diferentes que vão da música brasileira ao Techno de Berlim é única e permite que pessoas de diferentes estilos de vida possam viver coisas novas como todo festival deveria ser. Queria muito ter visto Palms Trax mas só pude ir no domingo. Meus destaques vão para Four Tet e Nina Kraviz que simplesmente arrebentou na festa e no after também. Ja tinha visto ela tocar em outras ocasiões, mas essa foi a melhor apresentação dela em São Paulo na minha opinião”.

Camilo Rocha (Nexo Jornal)

“Para além da organização, locação e estrutura ótimas, tudo muito bem ressaltado em muitos comentários e posts, a palavra que melhor define o Dekmantel para mim é intercâmbio: a diversidade das atrações do Dekmantel cria uma teia de referências que é fantástica. Nos palcos, tivemos um leque muito rico de coisas. Fiquei pirando sobre o quanto os artistas se visitaram: adoraria saber que a Maria Rita Stumpf foi ver o DJ Stingray, ou que a Peggy Gou conferiu o Marcos Valle, ou que o Midland conferiu o set da Selvagem, entre muitas outras possibilidades”.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.