De La Soul encarou casa cheia no sábado com show mais pra De La Future, sem medo de olhar pra frente
Minha décima resenha pro site de Assef vem asap. A banda De La Soul inseriu o Brasil em sua turnê mundial e o trio Posdnous, Dave e Maseo, chamado pela mídia nos anos 90 de hippie hop junto com PM Dawn, A Tribe Called Quest e Jungle Brothers (let’s Google), pelas camisas e colares coloridíssimos destronando o combo clássico dos rappers (adidas + anéis + ouro e motherf…), mostrou que não vivem do passado.
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Chegaram com letras fofas, pré-geek, hedonistas, niilistas e mais istas ao topo da parada, onde reinavam outros brothers and sisters. E sábado (5), no cool Audio Club, numa noitada que celebrava os 14 anos da festa de hip hop mais bem conceituada do país, a Chocolate, uma coprodução entre Guigo Lima e a revista Trip, e booking de Tim Adams, o De La Soul serviu um fricassê de “uh yeah, come on” em uníssono de todas as schools: new, old, future, DJs de house a disco, de techno a hip hop estiveram presentes, e público no swing Chic Show rulez (let’s Google part 2) dançarem pencas.
Impressionante e welcome a mudança em décadas do sub-bass, looks e beats, e o que era clássico ficou mais clássico ainda. Nota 10, pois não pararam no tempo e não fizeram show saudosista; teve dois momentos stop (aquela brincadeira de você virar estátua) e um chocho com área VIP (“vocês nesta área VIP divirtam-se como quem tá na pista e parem de fazer selfies ou conversar, isso é uma festa”).
Rolou um peso sonoro e um look black and white ornando com esta década, e foram as faixas novas do nono álbum, And the Anonymous Nobody, lançado este ano, que me deram a licença poética de apelidá-los de hip gothic hop. Luxo (=uva).
E quebre o primeiro vinil, indiferentemente de qual estilo musical segue hoje, o DJ que não tocou De La Soul lá no século passado, ou, como eu digo, “ontem”. Além de moi, myself and I (parafraseando o hit, ou como dizem hoje, a track monstro deles), as uvas Ring Ring Ring, Say No Go, Eyes Know, Daisy Age entre outras flower hop powers.
Sim, querido leitor do Music Non Stop, foi De La Future, pois o setlist era pra frente. De passado, só tocaram Ring Ring Ring e Me, Myself and I, a fusão mais bem feita da disco com hip hop. E tive sorte de ganhar dois bonus tracks: fui ao show com os ícones Felipe Venancio e Mauro Borges e fiz passinho Soul Train. Merci à tous. Foi De La Heaven.