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David Lynch, Parreira, Yasmin Brunet e juvenis do Fluminense: o rolê mais aleatório de todos os tempos?

David Lynch no Brasil

Foto: Divulgação

Uma cena completamente lynchiana marcou a passagem do lendário cineasta pelo Brasil em 2008

“Ele parece o Pequeno Príncipe“. Você ouve a voz de uma garota e, assustado, volta à realidade. É a filha de Luiza Brunet, Yasmin, a responsável pelo comentário que ligava o personagem de Antoine de Saint-Exupéry ao cineasta David Lynch, em pé em uma sala temperada pelo ar condicionado, lotada.

Você está na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro. O Coral de Oficiais do Forte de Copacabana canta Hey Jude, dos Beatles, acompanhados por palmas preguiçosas do público — uma mistura de socialites, militares e os garotos do time juvenil do Fluminense formam uma surreal mistura de gente que, salvado algo muito lynchniano mesmo, jamais se encontrariam na vida. Ao lado do diretor, no pequeno palco, está Carlos Alberto Parreira, ex-treinador da Seleção Brasileira de Futebol. Você se pergunta se está em um sonho ou em uma realidade alternativa. Não importa, se David Lynch está na sala, nada mais vai ser fácil de entender.

O estranho e metafísico evento aconteceu de verdade. “Não faço a menor ideia do que Lynch estava fazendo lá. E acho que nem ele”, declarou Marcos Andrade, diretor do documentário Transcendendo Lynch, que fala sobre a viagem do cineasta ao Brasil. Em 2008, quando David veio ao Brasil para divulgar seu livro sobre meditação transcendental, Em Águas Profundas.

O celebrado diretor de cinema rodou por diversas cidades do país, chegou a promover uma meditação guiada para cinco mil crianças em Belo Horizonte e ainda deu uma entrevista para o programa de TV Roda Viva. Andrade também não conseguiu descobrir quais foram as circunstâncias que levaram David Lynch a uma associação comercial aleatória. Mas consta que ele falou muito pouco, parecia alheio ao que estava acontecendo ali (já que não fala português) e foi embora no meio da execução do coral de militares.

Parreira dominou a conversa que, levando em conta a presença dos juvenis do Fluminense, tinha mais a ver com futebol do que com cinema. Lynch saiu da sede da associação para nunca mais voltar, e ninguém, simplesmente ninguém pareceu entender o que tinha acabado de acontecer. Foi pra botar o melhor episódio de Twin Peaks no chinelo!

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