Eles vêm da Holanda, mas não tem nada a ver com o serrotão EDM de Nicky Romero e companhia. Eles são uma mistura de nu-disco, synth-pop, funk e dance FM,criando um som coringa para DJs dos mais variados tipos e sonoridades. Mas eles estão com ambições muito além da música eletrônica, desejando explodir ao mundo com sua live band e a ajuda de grandes cantores como Mayer Hawthorne, que canta no single do mais recente LP da banda, o Juicy Fruit.
O Kraak & Smaak é tudo isso: uma multipluralidade de ambições, sons e talentos em torno da música. E da Holanda pelo mundo, eles divulgam suas músicas em shows e festivais, além de exibir suas referências sonoras em sets por aí. Na figura de Mark Kneppers (aka DJ Knuppelhaut), o Kraak & Smaak para DJs sets no Dot Club (Curitiba – 01/07) e na festa Turbulência (São Paulo, Lions Nightclub – 02/07).
Music Non Stop – Conte-nos o que você está preparando para o set e para essa vinda ao Brasil.
Kraak & Smaak – É a segunda vez no Brasil! A última foi incrível e mal podia esperar para tocar mais por aqui; achamos muito legal a possibilidade de tocar e ter sucesso em uma das grandes culturas musicais do mundo. Não somos tudo isso!
Nossos sets não mudam muito de um lugar para outro, de um país para outro; a base para nossos sets é claro nossa própria música, adicionada de sabores de nu disco, funk e deep house. E sempre com um calor humano e mente aberta.
Music Non Stop – Vocês lançaram um novo álbum esse ano, o Juicy Fruit. Quais são as particularidades do disco e as colaborações que você poderia destacar?
Kraak & Smaak – Sinto que é um retorno ao nosso primeiro disco, Boogie Angst: a mesma vibe funky orgânica, mas agora mais baseada em canções, quase todas tracks são canções. Acho que era hora de revisitar nosso som desde o último álbum, que era muito mais clubby e eletrônico. Estamos especialmente orgulhosos de ter trabalhado com Mayer Hawthorne. Ele tem sido nosso colaborador há um longo tempo, e finalmente estamos juntos em nosso single I Don’t Know Why.
Music Non Stop – Como é o processo criativo da banda: quem faz o quê e como vocês bolam as letras e os instrumentais?
Kraak & Smaak – Bem, nós somos três: Oscar, Mark e eu, Wim.
Toda parte musical hoje começa com Oscar nowadays – houve um tempo em que Mark trazia toneladas de samples de vinil como bases para trabalharmos, mas desde nosso segundo álbum, Plastic People, que isso tem ficado para trás. Hoje em dia a música se origina bem tradicionalmente: com teclado, um padrão percussivo que aceleramos ou deixamos mais lento.
Para as canções tentamos usar samples vocais, mas agora temos chamados vocalistas que podem escrever suas próprias letras, ou letristas que mandam material para intérpretes. Não somos bons em escrever canções, então para que reinventar a roda? E até o processo final há muito feedback indo e voltando, e acho que é isso que faz do K&S uma banda forte.
Music Non Stop – E como é o networking para conseguir bons vocalistas?
Kraak & Smaak – Nós mesmo que os chamamos, principalmente navegando pela Internet, ouvindo música nova… O lance é encontrar pessoas que já estão trilhando seu caminho, mas que ainda não foram selecionados pelos grandes ainda. E temos dois grandes cantores em nossa live band que também participam do novo álbum: Ivar Vermeulen e Berenice van Leer., just browsing and browsing the internet, listening to new music… it’s all about finding those people who are on their way up but haven’t been picked up by biggies yet. And we have two really good singers who are also in our live band that are also on the new album: Ivar Vermeulen and Berenice van Leer. Eles são tops de linha!
Music Non Stop – A música de vocês tem muitas influências. Quando uma pessoa qualquer, digamos um taxista, pergunta que tipo de música você faz/trabalha, o que você responde?
Kraak & Smaak – Que é música que traz um good feeling às pessoas, mas que também é criativamente interessante mente aberta, desafiadora e muito longe de escolher os caminhos mais fáceis.
Music Non Stop – A Holanda está protagonizando boa parte da onda EDM atual, com DJs como Nicky Romero e todos os outros que tocam no Tomorrowland. Vocês têm alguma ligação com esse som ou esse pessoal?
Kraak & Smaak – Essa é uma questão que tem sido perguntada muitas vezes ;-p
Nós não conhecemos ninguém pessoalmente – a música deles é bem diferente da nossa e, por isso, eles tocam em outros clubes ou festivais.
Mas acredito que a Holanda sempre teve um grande impacto no desenvolvimento da dance music, desde o começo. Talvez pela abertura e o perfil internacional do país? Eu não sei, na real. Não é também que a EDM tenha algum som holandês particular, senão as pessoas estariam dançando por aí em tamancos, haha.
Music Non Stop – Qual foi o último disco que vocês compraram?
Kraak & Smaak – Um single bem legal da Ninja Tune 12”, o relançamento da música do começo dos anos 70 de Henri Texier, Les Là Bas, + o remix do Bonobo. Mas esperamos voltar do Brasil com muitos vinis obscuros brasileiros!
Music Non Stop – Quais os planos para turnês e próximos lançamentos?
Kraak & Smaak – Estamos com um single no gatilho para depois desse com Mayer Hawthorne one, e alguns remixes legais saindo do forno também. E também muito trabalho saindo pelo nosso selo Boogie Angst. E afora isso: tocar, tocar, tocar, na Holanda, Europa, Ásia, em todo lugar!