Conversamos com Roland Leesker da Get Physical, a gravadora alemã que tem ajudado artistas brasileiros a rodar o mundo
Entenda como a união de Zebralution com a label alemã pode contribuir para potencializar selos e artistas do Brasil pelo mundo.
O nome já diz tudo, Get Physical é uma label de música eletrônica envolvente que tem apenas um critério para os seus lançamentos: Groove. A gravadora que tem base em Berlim, foi fundada por MANDY, DJ T e Booka Shade em 2002 e se tornou rapidamente em uma das marcas mais fortes do cenário de clubes do mundo todo após o sucesso da série de mixes Body Language que hoje já está em seu décimo segundo volume.
Consolidado e com mais de 600 lançamentos, o selo à tempos desenvolve outros trabalhos no segmento, agenciando seus artistas e atuando como brand de festas. Em 2018, Roland Leesker, boss do Get Physical, declarou seu amor pelo Brasil e dessa paixão transformou o selo Cocada Music em sua sublabel. Representada pelo carioca Leo Janeiro com o propósito de amplificar artistas latino-americanos para o mundo, os primeiros lançamentos contaram com produtores da Argentina, Colômbia, Bolívia, Cuba e México, além dos brasileiros.
O próximo lançamento do Cocada Music marca a estréia da dupla Nu Azeite, composta por Fabio Santana e Bernardo Campos. Os artistas que já compartilhavam da admiração sobre o trabalho um do outro, agora reúnem as fortes influências da música brasileira e sua discografia básica em comum como, Banda Black Rio, Gil, Tim Maia e Cassiano para criar sonoridades dançantes.
O primeiro resultado da dupla é o single Me Deixa Louca que será lançado nesta sexta-feira (06 de novembro de 2020) e conta com o vocal de Bia Barros, construído à base de disco funky e referências de brazilian boogie. Sem data para tocar nas pistas de dança de fato, pode-se esperar um som difícil de manter o distanciamento social. Mesmo assim, outros dois lançamentos da dupla já estão previstos para dezembro e janeiro.
O atual cenário da música e do entretenimento devido à pandemia não intimidou que novas idéias surgissem para a Get Physical, que continua a ampliar o seu hub de negócios com o uso da força do seu network mundial. Falamos com Roland Leesker sobre a Get Digital, nova distribuidora digital focada no mercado brasileiro.
MNS: Qual foi o estopim que fez com que você entrasse nesse mercado?
Nós já atuamos no gerenciamentos de outros selos de amigos como City Fox ou Avotré nos ulltimos anos, mas não divulgávamos este serviço ou mesmo investíamos nele como um braço do negócio em si. Agora, desde que a Covid19 trouxe grandes desafios para nos o nosso ecossistema, nós investimos mais tempo, dinheiro e energia neste setor onde vemos muitas possibilidades para criar empregos e renda.
MNS: Pelo que sabemos até aqui, o foco de vocês será principalmente no fomento da cena brasileira e, pouco a pouco, expandindo a área de atuação para a América Latina, certo?
Nosso foco atual é claramente o Brasil. Nós amamos toda a herança musical brasileira e temos um enorme respeito pelo do país e pelo rápido desenvolvimento que tem demostrado em todas as áreas da indústria musical. Mas claro que estamos abertos a outras oportunidades e minha fascinação pessoal por países e continentes como Africa, China ou Índia são certamente uma direção para o desenvolvimento do nosso negócio no futuro.
MNS: A Get Physical, em Berlim, está localizada muito bem em meio a um HUB musical onde outras empresas também se encontram, a exemplo do Beatport. Essa proximidade vai auxiliar também no trabalho da Get Digital?
Certamente é um diferencial muito forte. Temos acesso direto a pessoas responsáveis por serviços importantes. Conhecemos todos muito bem e há muito tempo e isso se reflete em boas negociações que repassamos para nossos futuros e atuais parceiros.
Leo Janeiro complementou que a Get Digital é a solução para esse novo momento.
“Estamos criando um tipo de negócio para ajudar os labels a terem uma performance melhor principalmente no âmbito digital e contribuir para desenvolver o potencial deles através de idéias criativas de marketing.”