Neste final de semana (13 e 14/8) acontece em São Paulo o m-v-f (Music Video Festival) no MIS– Museu da Imagem e do Som de São Paulo. É a quarta edição do evento que, além de trazer novidades de audiovisual, sempre traz um convidado especial. Neste ano é a vez do britânico Ninian Doff a participar do bate-papo do m-v-f. Ninian tem no currículo vídeos para bandas como The Chemical Brothers, Miike Snow, Run The Jewels, Kasabian, Mykki Blanco, entre outros.
O trabalho do Ninian vem chamando atenção pela linguagem única nos vídeos musicais, não à toa Doff foi indicado ao prêmio VMA da MTV UK diversas vezes nos últimos anos. Levou os prêmios de 2014 por “Melhor Coreografia” (com o vídeo de Money, do Peace) e “Melhor Video Indie” em 2013 (com o vídeo de “Free (The Editorial Me)”, de Darwin Deez). A crítica especializada tem comparado o diretor a Michel Gondry, que também ficou conhecido pela estética singular em clipes. Batemos um papo com o Ninian sobre o uso da estética sci-fi, a presença de coreografias e sobre como foi dirigir insetos! Se liga.
Music Non Stop – Como começou sua relação com videoclipes?
Ninian Doff – Eu sempre achei os vídeos inspiradores e sempre quis fazer um, mas não sabia como. Então eu mandei uma mensagem online para um músico perguntando se eu poderia fazer um vídeo pra ele de graça! Então eu fiz o vídeo inteiro. Digo, fiz o vídeo inteiro mesmo – eu filmei, editei, fiz toda a pós-produção e efeitos. Eu fiz todos os meus vídeos de início de carreira com câmeras emprestadas e fazia meus amigos serem os atores! Este é o melhor jeito de fazer se você realmente quer ser um diretor – faça alguns vídeos sem gasto, mas coloque toda sua energia e paixão neles, de forma que eles se destaquem. Aï com sorte pessoas verão e te darão dinheiro para fazer seu próximo vídeo.
Music Non Stop – Muitas vezes você utiliza uma estética de ficção científica e distópica em seus vídeos. Como isto é construído com os artistas? Quem vem com a ideia, você ou eles?
Ninian Doff – Todos os vídeos que eu fiz tiveram os briefings bem abertos. Às vezes o artista expressa um tema ou começa uma ideia, mas muitas vezes eu só recebo a faixa e a letra. Então eu fico ouvindo a faixa diversas vezes seguidas e lentamente uma ideia começa a se formar (ou frustrantemente, não forma!). Eu não acho que o meu trabalho seja particularmente sci-fi, mas euacho que eu raramente faço filmes que se passem no mundo real. Eu sempre quero que o vídeo seja inventivo e que te surpreenda completamente, e é por isso que o mundo real não me interessa muito.
Music Non Stop – Você também costuma utilizar coreografias em um contexto diferente, que normalmente não é utilizado. No seu trabalho ela sempre vem numa vibe surreal, conte um pouco sobre isso.
Ninian Doff- É interessante, há alguns anos eu nunca imaginaria que a coreografia teria um papel tão grande no meu trabalho. Grande parte disto se dá pela boa relação criativa com o coreógrafo Supple Nam. Nós trabalhamos juntos pela primeira vez no vídeo do Peace, Money. Eu queria que o aperto de mãos de dois executivos fosse incrível e ele me ajudou a coreografá-los. Daí começou uma relação em que ele realmente pegou minhas ideias e o meu gosto e isso permitiu com que eu pensasse muito mais em dança no meu trabalho. A dança nos videoclipes é uma combinação óbvia, mas eu nunca quero só filmar um vídeo padrão de dança. Pra mim, sempre tem que ser parte da história ou da ideia. Mas mesmo assim, eu amo – ver uma boa dança é um prazer e na realidade é bem cinematográfico.
Music Non Stop – Você também usa diversas técnicas criativas em seus vídeos (efeitos especiais, maquiagem, etc.), como é o processo criativo nestes casos?
Ninian Doff – Eu tenho um histórico em motion graphics, então eu tenho um bom conhecimento técnico. É por isso que a maior parte do meu trabalho inicial era sobre inventar uma técnica visual ou um truque. Apesar de que quando não é um truque de fato, eu procuro fazer o máximo possível na câmera. No clipe do Chemical Brothers, eu usei diversas próteses incríveis e maquiagem para criar os personagens. Nós estamos em um ponto em que estamos tão acostumados a efeitos especiais incríveis que é mais impressionante e especial se feito de verdade, na frente câmera.
Music Non Stop – Em vídeo Love Again você usou insetos em um visual macro incrível. Conte um pouco sobre o processo deste vídeo.
Ninian Doff – Eu tive sorte com este. Eu tenho as ideias e não penso muito sobre a produção, só fico sonhando com o melhor vídeo. E aí se eu levo o trabalho eu sempre tenho um momento hilário com o meu produtor em que a gente fica se perguntando como que iremos fazer aquilo! Pra este vídeo a gente precisava basicamente tirar uma performance emocional de insetos reais e vivos. O segredo foi nos dar tempo – nós filmamos por uma semana fazendo diárias de 16 horas para ter material suficiente para um vídeo de três minutos e meio! Eu trabalhei com um operador de câmera que passou os últimos 20 anos fazendo documentários sobre natureza para a BBC e ele tinha umas lentes incríveis, que me permitiram pegar um ângulo macro com a pegada do “hip hop”!
Além de ver o bate-papo com Ninian Doff, quem for ao m-v-f também terá a oportunidade de experimentar conteúdos de clipe em realidade virtual: Crown, do Run The Jewels, dirigido por Peter Martin, e The Hills, do The Weeknd, com direção de Nabil Elderkin para United Realties. The Missing, videoclipe interativo da banda Cassius, tem direção do We Are From LA, e permite ao espectador manipular os 20 atores do elenco, resultando em um total de 100 combinações possíveis.
Music Video Festival 2016
Sábado (13/8) e domingo (14/8) das 14h às 22h
Entrada gratuita em todas as atividades. Retirada de ingressos com 1 hora de antecedência.
Área externa, foyer, rotunda, nicho do térreo e Auditório MIS – Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo , tel.: (11) 2117 4777
www.mis-sp.org.br
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