Cocada boa: volume 2 do Get Physical espalha Brasil e América Latina pelo mundo
A ideia inicial do selo Cocada, sublabel do alemão Get Physical que estreou em 2018 com a coletânea Get Physical Presents Cocada, já era boa. Um ano depois, o volume dois da compilação propõe algo ainda melhor e mais grandioso.
Se, no início a ideia era lançar um olhar para a produção do que havia de melhor e mais fresh na produção de música eletrônica brasileira, agora, com Cocada: The Second Season, o plano é abrir horizontes e amplificar as antenas da curadoria cocadense.
“Percebemos que o Cocada poderia se espalhar por toda a América Latina, por isso nossa ideia é potencializar ao máximo talentos dessa região. Esse é o pilar do Cocada: trabalhar a música feita por produtores e DJs da América Latina para o resto do mundo”, diz o DJ e produtor carioca Leo Janeiro, A&R do Cocada, que fez o trabalho de levantamento dos artistas junto com Matt de Plessis, responsável pelo Artists & Repertoire da Get Physical.
Neste segundo volume da compilação Cocada, que foi mixado pela DJ e produtora brasileira Marye (na foto de abertura desta matéria), entraram artistas da Argentina, Colômbia, Bolívia, Cuba e México, além de brasileiros. Além da entrada de hermanos e hermanas para o time, a pegada agora também é ir além das festas e deixar um legado mais sólido por onde a tour do Cocada passar.
“Este é um projeto que vai muito além de lançar produtores e suas músicas, o Cocada é um brand de festas, que vai levar às cidades o Camp Cocada, uma imersão na cultura musical, com rodada de bate-papos entre os artistas da turnê e a comunidade local. Nossa intenção é cada vez mais promover troca de ideias, conexões e potencializar talentos usando a força da nossa network mundial”, diz Roland Leesker, boss do Get Physical e um apaixonado pelo Brasil. “O Cocada quer abrir as portas para as pessoas mostrarem sua criatividade. Queremos ser um hub 360 graus para amplificar talentos latino-americanos para o mundo ”, resume. Nasceu assim a ideia de transformar o Cocada num subselo do respeitado Get Physical, com lançamentos previstos para iniciar no segundo semestre de 2019.
OUÇA COCADA THE SECOND SEASON
O conceito Cocaca acabou servindo de modelo para o Get Physical abrir frentes em outros mercados. Assim nasceram duas novas plataformas internacionais com a assinatura do selo alemão, a Get Physical India e a Get Physical Afrika.
Lançado em fevereiro de 2018, o primeiro volume da compilação reuniu talentos de artistas novos, como Hauy, Afternude, Ossaim e Nuno Deconto, ao lado de nomes que já estão circulando há um bom tempo, como é o caso dos duos Lacozta, Mumbaata e Bruce Leroys e dos produtores HNQO, Carrot Green e André Salata. Também abriu-se espaço para veteranos, como Renato Ratier, Gabe, Rodrigo Ferrari, Flow & Zeo e o próprio Leo Janeiro, que também foi o responsável por fazer a mixagem.
Neste segundo volume, a compilação novamente se alterna entre nomes conhecidos e novos talentos. Tem faixas de pratas da casa, como Leo Janeiro e Roland Leesker, sim, mas também há espaço para novatos, como a própria Marye, que fez a mixagem.
A capa do disco foi desenhada pela artista carioca Lilli Kessler, designer de estampas icônicas que remetem ao Rio de Janeiro com modernidade e leveza e atualmente dão vida a produtos tão distintos quanto malas, bolsas e guarda-chuvas mundo afora.
Se, do lado de fora, a viola está belíssima, do lado de dentro, está melhor ainda. Se alguém duvida que essa Cocada é da boa, é só dar o play. O selo de garantia Get Physical você já conhece…
TRACKLIST
1.Marye – Zenith
Novo nome a despontar na cena eletrônica brasileira, Marye abre a compilação com a hipnótica Zenith, faixa que vem aquele típico vocal de storytelling de house que vai envolvendo até chegar a um ápice! Além de assinar a primeira faixa, ela também fez as mixagens entre as músicas.
2. Bruce Leroys – Liberdade (Extended Dub Mix)
Os cariocas Bruce Leroys assinam Liberdade, passeando por uma deep house com sample vocal dramático. Representando Niterói, a dupla Diogo Vaille e Marcelo Abreu já acumula quase 20 anos de préstimos à música eletrônica nacional.
3. Roland Leesker – Bones (IVA Remix)
Dono da Get Physical, Roland tem visitado o Brasil há alguns anos e, de tão apaixonado pelo país, começou a estudar português e até ganhou o apelido de Rolandinho dos amigos mais próximos. Assim como seus sets, a faixa Bones tem um toque de suspense e tensão, que ganhou contorno e força com o remix da boliviana IVA, um dos maiores talentos do techno de seu país, criadora do festival Electro Preste.
4. Reptare – Stolen Nights
A dupla mexicana Reptare investe em sons mais climáticos e etéreos, chega com Stolen Nights, uma track envolvente e profunda de house que faz lembrar de clássicos como French Kiss, de Lil Louis.
5. Albuquerque, Kaiq – Jardim Elétrico
Dupla bastante conhecida do público do Warung, Albuquerque e Kaiq entraram com essa deliciosa house music de vibe perfeita para a chegada no club.
6. Mezomo – Zimbabwe
Mezomo vem do Sul do Brasil, é head da festa Sunset Sessions, mas poderia muito bem ter nascido na África, pelo menos é o que indica essa faixa matadora que vem lotada de influências de kwaito/gqom/afrohouse.
7. Who Else – Turkana
O argentino Paulo Malde aka Who Else é um velho conhecido de quem curte deep house. Suas produções já viajaram o globo e seu toque de mestre é misturar o característico som de big room, que tanto encanta os argentinos, como toques afro, como ele faz com maestria nesta faixa.
8. Anhauser – Rebone Outra contribuição da Argentina, os irmãos Agustin e Nicolás Festa, que juntos formam o Anhauser, contribui com a hipnótica e sedutora Rebone.
9. Rodrigo Ferrari – Dazzle
Veterano das cabines de som no Brasil, Rodrigo Ferrari toca desde o início dos anos 90 e suas produções mostram cada vez mais que seu coração bate no BPM da house music pulsante e elegante, como é o caso desta faixa.
10. Fran Bortolossi – Sun Stabs
O DJ e produtor Fran Bortolossi, de Caxias do Sul (RS), surge com Sun Stabs, uma faixa de house dessas que cairiam como uma luva em porões suarentos da Chicago dos anos 90.
11. Stanccione – Cancel Chic, elegante, vibrante, a deep house de Caio Stanccione surge como um drink de verão numa noite quente. Sua extensa pesquisa musical como DJ pode ser sentida em suas produções, e Cancel é um belo exemplar de seu potencial para levantar uma pista.
12. Leo Janeiro, Nuno Deconto – Chima
Leo Janeiro e Nuno Deconto, ambos integrantes da primeira compilação Cocada, surgem juntos neste segundo volume com Chima, uma deep house que já chega cheia de climão e se transforma em hino certeiro para jogar as mãos pra cima.
13. Saulo Ferraro – Behind the Candelabra
Um expoente da movimentada cena de música eletrônica de Niterói (RJ), Saulo circula por cabines de clubes cariocas, como o guerreira Fosfobox, há mais de 15 anos. Seu bom gosto como DJ foi cirurgicamente transplantado para suas produções, como é o caso de Behind the Candelabra, uma faixa de tech-house uptempo e enérgica, na medida para dar um refresh na pista de dança.
14. Jovick – Tech Baião
Natural de Natal (RN), o DJ e produtor Jovick trouxe forte inspiração nordestina para a sua Tech Baião, que, como sugere o nome, uniu o folclore de sua terra com beats e camas sintéticas.
15. PAUZA feat. La Real – Carajillo
Impossível ficar parado com essa Carajillo do duo Pauza, formado por Paula Fernandez e Zahira Sánchez, naturais de Havana, Cuba. É uma amostra do poder do Cuban groove para o mundo, e que poder!
16. Claudia Assef – Cuide de Você
Cuide de Você é assinada por Claudia Assef, uma track que começa com techno e chega aos limites do jazz, passando por um monte de coisas que já serviram de influência musical a ela.
ACOMPANHE A TURNÊ DA COCADA
10/05 La Resistência & Silk Beach Club @Buzios
11/05 Radiola @Curitiba
01/06 Chakra Club @São Bento do Sul
27/07 Colours @Caxias do Sul
24/08 Praia do Futuro @Fortaleza
14/09 Sunset Sessions @Santa Maria