Amsterdam já um daqueles rolês clássicos para bon vivants de qualquer idade, hedonistas ou não. Sempre se mantendo fiel às origens como cidade portuária das mais ricas e pitorescas, sua vocação hospitaleira se expressa em tudo que faz uma metrópole turística: museus abundam, a vida noturna viceja, paisagens aprazíveis são ubíquas e, a não ser pela relativa dificuldade em encontrar uma cena gastronômica local acessível e diversificada, ela é a metrópole ideal para um evento como o ADE.
Antes que pensem que ele é um festival como os outros, o Amsterdam Dance Event tem raízes fortemente firmadas no tipo de convenção de negócios que um dia se pensou que seria a espinha dorsal da indústria da música eletrônica dançante, como ocorre em Miami, na Winter Music Conference, mas se tornou um elemento sui generis no já vasto cenário de festivais musicais.
Ocupando centenas de clubes e localidades especialmente preparadas da cidade em festividades, palestras, debates, oficinas e tudo o mais que organizadores, expositores, promotores e demais agentes do mercado do entretenimento noturno podem conceber para atrair nossa atenção, o ADE é hoje o evento central dos negócios da música.
Falando assim, até parece convenção de dentistas, mas acreditem que fica bem distante disso, envolvendo ações como o DJ Cook Off, um tipo de Masterchef no qual diversos DJs disputam mediante um juri de gourmets quem cozinha melhor; o Demolition Panel, no qual o barão do Techno, Dave Clarke, preside uma mesa de gigantes e lendas da cena devotados a debulhar sua demo em público (construtivamente, é claro); e, essencialmente, uma miríade tão imensa de noitadas para todos os gostos que é humanamente impossível acompanhar.
Seja o que for que você vá fazer em Amsterdam no período de 19 a 23 de outubro, não vai dar para ficar alheio ao ADE, uma vez que sua existência modifica completamente a dinâmica de uma cidade tão animada por natureza. E, caso não consiga comparecer, nem esquente, vai rolar uma cobertura intensiva de todas as coisas fantásticas que o evento oferece por aqui no Music Non Stop.
Hoje o ADE é o maior evento de DJs e clubes de música eletrônica do mundo. Em 2015, mais de 365 mil pessoas passaram pelos mais de 300 clubes, cinematecas, restaurantes, hotéis, museus, lojas, teatros e praças por onde o festival se espalhou. Foram mais de 2.000 DJs tocando, em mais de 1.000 eventos, tão distintos quanto as demonstrações de composição ao vivo dentro de um museu (como fez Jeff Mills na Casa Rembrandt) e noites bombadas na Amsterdam Arena, com os DJs de EDM mais famosos do mundo tocando diante de milhares de fãs.