Coala Festival retorna com forró eletrônico, Caetano, Liniker e DJs e quer se firmar com o point da música brasileira menos convencional

Claudia Assef
Por Claudia Assef

Com Caetano Veloso, Emicida e Liniker e os Caramelows entre algumas das principais atrações no line-up, a quarta edição do Coala Festival já tem data e local confirmados: será em 12 de agosto, no Memorial da América Latina. O festival tem como maior desafio tornar a programação mais diversa e democrática a cada ano, tendo o cenário musical brasileiro como ponto focal, além da preocupação de equilibrar a presença de artistas em diferentes momentos da carreira.

Quando surgiu, em 2014, o Coala Festival tinha como objetivo realizar um evento que reunisse atrações musicais que não eram vistas em grandes palcos, apesar de movimentar um circuito fervilhante de São Paulo.  Em 2017, Caetano Veloso marca presença no line-up como a principal atração. Praticamente uma entidade para as novas gerações da música nacional, o cantor e compositor baiano mantém frescor na produção atual,
sobretudo com as parcerias que mantém com gerações mais novas. Emicida foi um desses nomes brindados com participação especial de Caetano na música Baiana, que está no disco mais recente do rapper, Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa, de 2015.

Também confirmado na programação do Coala, Emicida prepara um show especial, no qual vai convidar Rael e Fióti ​para dividirem o palco. Outro headliner é a cantora Liniker, que se apresenta com sua banda, Caramelows, e vai trazer faixas do disco de estreia Remonta (2016), cheio de hits. Se existe alguém que represente o circuito fervilhante em que o Coala se inspirou, essa artista é a cantora e compositora Tulipa Ruiz. ​Confirmada em 2017, ela prepara músicas de seus três discos para a apresentação.

Outro representante do rap marca presença no Coala: Rincon Sapiência. Seu disco de estreia já é um dos mais aguardados do ano. Rincon tem agradado o público com sua imersão no universo da música africana, trazendo influências que vão da capoeira até o blues, passando pelo coco, Tropicália até o afrobeat.

A cantora Aíla promete trazer seus beats paraenses regados com tempero pop ao Coala

Outra cantora que merece atenção no line do Coala é a paraense Aíla. Ela investe numa sonoridade pop que flerta com as distorções do rock e, ao mesmo tempo, com os beats eletrônicos (reflexo da sua conexão com Belém). Agora mergulhe com a gente nos artistas menos conhecidos do cardápio do Coala.

UANÁ SYSTEM

UANÁ significa vagalume em tupi-guarani. Um bichinho que brilhando em lenta cadência estroboscópica cria pontos de luz que lembram estrelas caídas no meio da floresta. UANÁ SYSTEM é um live audiovisual paraense, um verdadeiro caldeirão de fervilhante sinestesia, que traz as mais diversas referências sonoras e visuais combinadas com ritmos e grafias indígenas, cúmbias embebidas em tropicalismo cítrico, banguês envoltos em xita, carimbó sobre palafitas, tecnobrega sob LEDs, guitarrada e outros signos regionais experimentados com o objetivos de conectar, integrar e difundir o valor das riquezas culturais das diferentes regiões amazônicas.

FORRÓ RED LIGHT 

O projeto traz ao palco uma apresentação de música electrónica, toda estruturada em cima de um baile de forró. Os blocos de músicas em cima dos ritmos de baião, xote, frevo entre outros, caracterizam o show. As percussões tocadas ao vivo ajudam a trazer uma atmosfera de cultura popular e também dialogam com o público, que se surpreende ao ver a música eletrônica junto com os instrumentos do forró. Nas composições, o grupo traz um diálogo da música nordestina com global beats, buscando elementos, como ritmos, cantos, instrumentos e timbres que dialogam com a linguagem regional da população sertaneja do nosso Nordeste.

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DJ SHAKA

Gustavo Caram é um produtor de São Paulo. Cresceu em uma família ligada à música brasileira, desenvolvendo um fundo musical importante e especial. Iniciou na produção musical absorvendo o conhecimento de seus amigos, Ceah Pagotto e Rodrigo Vellutini. Como Shaka, ele já tocou em festivais como Tribaltech, Coala Festival e Universo Paralello até casas noturnas como Lions, Clash e muitas outros. Compartilhou o palco com artistas como Criolo, Marcelo D2, Black Alien, Bexiga 70 e Tom Zé.

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DJ EB

Eduardo Barretto, 23 anos, mais conhecido como DJ EB, iniciou sua carreiria aos 14 anos de idade, sempre buscando evoluir e propagar música boa por onde passa. Sua técnica aliada ao conhecimento musical variado dá o toque especial em seus sets, que passam pela raiz do hip hop com pitadas de jazz e soulfunk, deslizando no reggae, sobrevoando a musica brasileira e desembarcando no trap. Aos 16 anos, teve sua primeira residência como DJ, na já extinta casa de música brasileira DI Quinta. Começou a tocar com Rhossi, vocalista do Pavilhão 9, com quem percorreu diversas cidades do Brasil. Atualmente, DJ EB é residente das festas A Crema, no Lions Club, High, no PanAm, Meat, em Campinas, entre outras.

DJ TAHIRA

Com mais de 20 anos de carreira o DJ, produtor e pesquisador musical Tahira é um dos melhores profissionais do país. Mistura gêneros e épocas. Desde sonoridades tradicionais até as mesclas eletrônicas da cultura DJ. No som: fortes influências africanas, latinas, brasileiras, jazz, funk 70s e soul music. Como produtor, seus trabalhos têm recebidos elogios de lendas da cultura DJ como Francos K, Gilles Peterson, Laurent Garnier, Nickodemus, Lefto, Alex From Tokyo, LV, Pablo Fierro, Nightmare On Wax, Whiskey Barons entre outros.

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COALA FESTIVAL 2017
Sábado, ​12 de agosto, a partir das 11h ​
​Memorial da América Latina – Praça Cívica
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda, São Paulo
Preços: ​R$ 90 (meia-entrada) e R$ 180 (inteira)
*A meia-entrada é garantida aos estudantes e às pessoas que levarem um livro
ou um quilo de alimento não-perecível no dia do evento
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Claudia Assef

https://www.musicnonstop.com.br

Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.

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