Handmaid's Tale - O conto de Aia Handamaid’s Tale – quinta temporada – imagem: divulgaçao

Cinco livros essenciais para quem ama Handmaid’s Tale, o Conto de Aia. Quinta temporada estreia no final de semana

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Série premiada Handmaid’s Tale – O Conto de Aia chega à quinta temporada. Listamos cinco livros com universos distópicos que todo fã precisa conhecer

Quinta temporada de Handmaid’s Tale – O Conto de Aia está no ar!

Livros e filmes distópicos sempre serviram como espécie de analgésico em nossas vidas. Ao conhecermos um mundo pior do que o que vivemos, somos tomados daquele breve sensação de que ainda não é o fundo do poço.  Mais do que isso, porém, nos serve de aviso dos perigos que nos assombram se baixarmos a guarda para o autorismo e, principalmente, deixarmos as decisões sobre nosso destino comunitário nas mãos de poucos.

Em tempos loucos como o nosso, vários avisos dados por escritores como George Orwell e seus discípulos acabaram por arranhar fundo a realidade. Mais do que nunca, a ficção distópica carimba um reluzente “cuidado” em nossa testa.

A série Handmaid’s Tale ganhou uma baciada de prêmios. Levou 8 Emmys só na primeira temporada e está na lista do jornal inglês The Guardian entre as 30 melhores séries do século. A quinta temporada estreia no Brasil dia 18 de setembro (e a sexta já está sendo gravada). Chegou a hora de June enfrentar as consequências pela morte do comandante Waterford.

 

 

Filmada em Toronto, no Canadá, Handmaid’s Tale é dirigida por Bruce Miller e baseado no best seller de Margaret Atwood.  A literatura é o grande celeiro das criações sobre futuros distópicos e sabemos que todo fã da série quer mais, muito mais!

Para saciar sua fome de desgraça, listamos 5 livros distópicos essenciais para os fãs de Handmaid’s Tale.

Os Testamentos – Margaret Atwood

Livro Os Testamentos

A história retrata uma época quinze anos depois dos eventos de O Conto de Aia. O regime teocrático da República de Gilead aparentemente se mantém firme no poder, mesmo após as sucessivas tentativas de insurgência. Mas há sinais de que suas engrenagens começam a se deteriorar. Nesse momento crucial da história política do país, as vidas de três mulheres radicalmente diferentes convergem, e as consequências deste encontro poderão ser explosivas. Duas delas cresceram em lados opostos da fronteira: uma em Gilead, criada em meio a privilégios como filha de um importante Comandante, e outra no Canadá, onde frequenta a escola, trabalha na loja dos pais, participa de protestos anti-Gilead e assiste na TV às notícias sobre seus horrores. Os testamentos dessas duas jovens, que fazem parte da primeira geração a chegar à idade adulta nessa nova ordem mundial, são entrelaçados por uma terceira voz: o revelador manuscrito de uma das executoras do regime, uma mulher que exerce sua autoridade implacável por meio do acúmulo e da manipulação de segredos de Estado que podem ameaçar todas as estruturas do poder. Segredos dispersos e há muito enterrados, capazes de unir essas três mulheres, fazendo com que elas encarem quem realmente são e decidam até onde podem ir em busca do que acreditam.

A Polícia da Memória – Yoko Ogawa

A Policia da Memoria - livro

“A polícia da memória”, finalista do International Booker Prize 2020 e do National Book Awards 2019, foi traduzido em diversos idiomas e, mais uma vez, marca o talento da escritora contemporânea Yoko Ogawa. Neste romance em prosa simultaneamente insólita e sensível, o leitor é conduzido ao mundo das memórias perdidas. Uma ilha é vigiada pela “polícia secreta”, que busca e elimina vestígios de lembranças. Objetos, espécies e até famílias inteiras somem sem deixar traços, sem que as pessoas sequer se atentem, ou percebam os desaparecimentos, pois as recordações furtivamente também já se foram. Na trama, uma escritora tenta manter intactos resquícios de histórias, de algo que possa permanecer. Não é fácil, já que tudo ao redor desaparece, e ela não pode contar sequer com a própria memória. O leitor é convidado, instintivamente, a acessar o seu próprio arcabouço de lembranças e percorre uma jornada de recordações que também gostaria de preservar. Algo que tem se tornado familiar na atualidade, e a todos que têm criado um novo mundo, já que o anterior, pré-pandemia, não mais existe, e nunca será como antes. Acessar as memórias é acessar, também, o que criamos e o que se mistura ao real. E ler A polícia da memória é embarcar no mais profundo do ser. Há uma pergunta que circunda toda a narrativa: se pudesse, o que você preservaria intacto, e não perderia da memória?

O Poder – Naomi Alderman

o poder

Em um futuro próximo, as mulheres desenvolvem um estranho poder: elas se tornam capazes de eletrocutar outras pessoas, infligindo dores terríveis… até a morte. De repente, os homens se dão conta de que não estão mais no controle do mundo. O livro narra a história de quatro mulheres e sua jornada para lidar com o conhecimento do “poder”, obviamente uma analogia sobre o empoderamento feminino.  As personagens, relatadas em capítulos diferentes, vão aprendendo sobre as consequências em suas vidas e o compartilhamento do conhecimento, do que é possível a partir de agora.

Não Me Abandone Jamais – Kazuo Ishiguro

Kathy H. tem 31 anos e está prestes a encerrar sua carreira de “cuidadora”. Enquanto isso, ela relembra o tempo que passou em Hailsham, um internato inglês que dá grande ênfase às atividades artísticas e conta, entre várias outras amenidades, com bosques, um lago povoado de marrecos, uma horta e gramados impecavelmente aparados. No entanto esse internato idílico esconde uma terrível verdade: todos os “alunos” de Hailsham são clones, produzidos com a única finalidade de servir de peças de reposição. Assim que atingirem a idade adulta, e após cumprido um período como cuidadores, todos terão o mesmo destino – doar seus órgãos até “concluir”. Embora à primeira vista pareça pertencer ao terreno da ficção científica, o livro de Ishiguro lança mão desses “doadores”, em tudo e por tudo idênticos a nós, para falar da existência. Pela voz ingênua e contida de Kathy, somos conduzidos até o terreno pantanoso da solidão e da desilusão onde, vez por outra, nos sentimos prestes a atolar.

Delírio – Lauren Oliver

Muito tempo atrás, não se sabia que o amor é a pior de todas as doenças. Uma vez instalado na corrente sanguínea, não há como contê-lo. Agora a realidade é outra. A ciência já é capaz de erradicá-lo, e o governo obriga que todos os cidadãos sejam curados ao completar dezoito anos.Lena Haloway está entre os jovens que esperam ansiosamente esse dia. Viver sem a doença é viver sem dor: sem arrebatamento, sem euforia, com tranquilidade e segurança. Depois de curada, ela será encaminhada pelo governo para uma faculdade e um marido lhe será designado. Ela nunca mais precisará se preocupar com o passado que assombra sua família. Lena tem plena confiança de que as imposições das autoridades, como a intervenção cirúrgica, o toque de recolher e as patrulhas-surpresa pela cidade, existem para proteger as pessoas.Faltando apenas algumas semanas para o tratamento, porém, o impensado acontece: Lena se apaixona. Os sintomas são bastante conhecidos, não há como se enganar ― mas, depois de experimentá-los, ela ainda escolheria a cura?

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.