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Com falas de Liniker, Luedji Luna e Karol Conká, livro sobre cantoras negras chega neste sábado

Cantoras negras

Luciana Oliveira. Foto: Divulgação

Escrito por Luciana Oliveira, Catálogo de Cantoras Negras Brasileiras abrange artistas do século XVIII aos dias atuais

Muita história ainda precisa ser contada na música brasileira. Histórias de artista geniais, que contribuíram com seu talento para a evolução da nossa arte musical, mas por devaneios documentais acabaram ficando esquecidas nas gavetas do mundo. Compositores, músicos, cantores, vivos ou falecidos, precisam agarrar-se à corda jogada por jornalistas, escritores, historiadores e pesquisadores, para escaparem do limo do esquecimento. Se a artista for mulher, o apagamento histórico é ainda mais forte. Se for mulher negra então, a coisa fica mais triste.

Quem viu Maria D’Apparecida esbanjar talento na Ópera de Paris, chegando a ser chamada de “Maria Callas brasileira”, jamais soube que a garota de origem humilde foi filha de uma batalhadora doméstica, vencedora do concurso Rainha das Mulatas na década de 40, e radicou-se na França, onde estudou canto lírico e tocou uma carreira de sucesso que lhe rendeu gravações com Baden Powell e Villa-Lobos. D’Apparecida morreu sozinha em 2017. Seus vizinhos só notaram sua falta duas semanas depois que o coração da cantora havia parado de bater.

É para reparar esta e tantas outras injustiças que a cantora, compositora e pesquisadora Luciana Oliveira lança neste sábado, na livraria Tapera Taperá (Galeria Metrópole), o livro Catálogo de Cantoras Negras BrasileirasNele, a autora apresenta um trabalho de pesquisa de artistas desde o século de XVIII até os dias atuais. “Como o Brasil tem cuidado da memória e do legado das mulheres negras na música? A música, o canto e o repertório dessas cantoras são responsáveis por resgatar e difundir um Brasil quase esquecido”, explica em seu prefácio.

A obra, que chega pela Editora Danda, traz entrevistas de artistas como Liniker, Luedji Luna, Karol Conká, Letícia Fialho, Jaque Barroso, Isaar e Bia Ferreira, das novas gerações. Mas há muito mais. Fala das grandes mulheres guerreiras da arte brasileira com raízes africanas. De longe, nosso maior orgulho, e com quem temos a maior dívida.

O livro destaca tanto as pioneiras que abriram caminhos, preservaram memórias e fortaleceram os laços entre África e Brasil, quanto as artistas contemporâneas que continuam pavimentando o canto negro e feminino no país. Entre os nomes registrados, está Leci Brandão, uma das poucas mulheres a se destacar na ala de compositores da Mangueira, ao lado de outras grandes referências, como Dolores Duran e Dona Ivone Lara.

Serviço

Lançamento do livro Catálogo de Cantoras Negras Brasileiras, de Luciana Oliveira

Data: 15 de fevereiro de 2025 (sábado)
Local: Livraria Tapera Taperá (Galeria Metrópole): Av. São Luís, 187, 2º andar, loja 29 – República, São Paulo/SP
Horário: 19h
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