Governo aprovou por votação a nova classificação de casas noturnas esta semana. O segmento agora divide o mesmo tratamento que teatros, casas de ópera e museus.
A Alemanha deu mais uma prova de que está à frente de qualquer outro país no que diz respeito à imparcialidade e ao respeito à individualidade no que diz respeito à gestão cultural. Os olhares esta semana estam voltados para a situação das casas noturnas.
O país, que têm a capital Berlim como uma das principais cidades de cultura noturna do mundo, viu o segmento injetar 1,5 bilhões de euros na economia, segundo dados de 2020. Mais do que o fator financeiro, porém, os DJs, produtores e gravadoras alemãs espalham sua cultura pelos quatro cantos do mundo e fazem do país um dos principais pontos de turismo mundiais entres os fanáticos por uma boa pista de dança.
Até a semana passada, o único clube alemão que tinha a classificação de instituição cultural era o icônico Berghain. Os outros residiam na mesma categoria de cassinos e cinemas, rotulado como “casas de entretenimento”. A partir do dia 07 de maio, quando a votação governamental foi oficializada, as casas noturnas terão acesso a novos tipos de financiamento, editais públicos e descontos nos impostos.
A campanha para pressionar o governo por tal mudança foi encampada por uma oganização de classe chamada Clubcomission, formada por empresários, artistas e apoiadores da ideia. Após um parecer positivo praticamente unânima da comissão de urbanismo governamental, a lei foi regulamentada pelo parlamento.
A noite é vista como coisa séria na Alemanha. Segundo a Clubcomission, 3 milhões de turistas visitam anualmente o país atrás da cultura notívaga de Berlim.
Na cidade nem tudo é paz, no entanto. O desenvolvimento urbano e reclamações de perturbação foram responsáveis pelo fechamento de mais de 100 clubs na última década e cerca de 25 estão prestes a encerrar suas atividades. Nem só de Berghain vive a capital.
O Berghain, no entanto, era o único clube classificado desta forma graças a uma rápida virada de jogo por parte de seus proprietários, os amigos Norbert Thormann e Michael Teufele. Ao perceber que a casa ainda continuaria impedida de trabalhar por meses devido à pandemia, mudaram sua função para galeria de arte, montaram exposições e a partir de então, foram reclassificados como instituição cultural.
Agora, oficialmente o governo reconhece os clubes como espaços com um propósito cultural, algo que todo mundo que pega ônibus, trem, ubber o que for para celebrar ao lado de desconhecidos o prazer dança e da música sempre soube.