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Carnaval é a música em português que faltava na sua pista de dança. Conheça o trabalho da paulistana Sue

Vamos combinar que não tem nada melhor do que entender a letra da música que você está dançando, né? Aqui mesmo no Music Non Stop a gente vira e mexe compila boas faixas de música de pista em português, como fizemos nesta matéria aqui, com 30 músicas nacionais que são um furacão na pista de dança.

Esta semana recebemos um single bombástico da cantora paulistana Sue Cardoso com produção de Sakr, do selo Easytiger. A música Carnaval caiu num looping interno por aqui. A faixa tem um tempero de Fernanda Abreu da época de Sla Radical Dance Club, uma batida que remete à Hercules and Love Affair, e o jeito de cantar de Sue, que faz pensar em cantoras contemporâneas como Angela Carneosso, do Teto Preto. Ouça.

Carnaval – Sue 

André Sakr, um dos donos do selo Easytiger e produtor que assina Carnaval, conta como rolou o encanto por Sue. “Ela chamou a gente pra mostrar uns sons na casa dela e perguntou se a gente se importava dela cantar ao invés de mostrar coisas no computador. Sentou na cama, fechou os olhos, cantou, e ali eu soube que a gente tinha que fazer algo com ela”, conta.

Além da versão original, o lançamento traz dois dois remixes feitos pelo DJ e produtor Rafael Cancian (About Disco Records), uma versão extended para as pistas e um versão dub. A letra e melodia são da própria Sue, que contou sobre seu processo de composição.

“Às vezes a música nasce, e eu tô dentro do Uber ou do metrô. Quando vem um verso na minha cabeça, eu vou cantando, vou desenrolando a letra, descobrindo o tom certo. A música parece que já vem meio que certa na minha cabeça. Essa música veio num formato muito próximo de várias que eu já compus, começou a se desenvolver na minha cabeça. Às vezes no meio do trabalho, eu corria até o banheiro e gravava uma melodia. Como eu não tenho formação em música, eu também registrava a melodia. Toco um pouco de piano e violão de ouvido. Quando eu tô em casa, começo a brincar com o piano e começa a surgir alguma coisa. Gosto muito de escrever textos em geral. Às vezes eu escrevo uma frase e sai legal. Meu bloquinho de notas do celular tem muita coisa. Um formato que eu já trabalhei muito com amigos é escrever em cima de um beat de alguém”, conta a paulistana de 27 anos.

Ela aprendeu com o pai e o tio a ouvir sons de baile black. “Minha maior referência é o Michael Jackson. Meu pai e meu tio faziam bailinhos na Zona Leste, eles eram muito envolvidos na cena, meu tio tinha uma gravadora, a Five Special. Toda a minha referência vem dos anos 50, 60 e 70, muita coisa da Motown. Depois eu comecei a tocar em bandas de reggae, bem raiz. Atualmente minhas grandes referências são a Beyoncé e a Rihanna. Gosto muito do Die Antword, M.I.A., brasilidades, gosto de ouvir baião, Tom Jobim, Caetano, Chico Buarque e rap nacional, que me inspira muito a escrever. O rap nacional tá vindo aí com muito força, especialmente as mulheres. Rimas e Melodias, MC Carol, Karol Conká. Adoro Jaloo, Rico Dalasam, que é meu amigo, gosto da mistura que ele faz”, conta a cantora.

Para as apresentações ao vivo, Sue já pensa em vários formatos. “O primeiro vai ser com os meninos da Easytiger, selo do Guto Nunes, André Palugan e André Sakr. O Guto me deu aula no IAV (Instituto de Áudio e Vídeo), eu o conheço desde 2012 e ele me apresentou o selo deles. A gente começou a trabalhar junto desde então. Eu tinha já algumas letras, algumas coisas a gente criou junto. Eles criaram toda a música em volta. Tem várias músicas que eu já criei sozinha, mas esse formato foi assim. Eu vou ter um show com banda orgânica e com DJ. Também vou fazer um show só com DJ. E outro mais indie, com synths e bateria eletrônica. E ainda quero outra versão de show que vai ser voz e violão e alguns outros brinquedinhos”, lista Sue.

 

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