Taylor Swift Billboard 200 Taylor Swift – foto: divulgação

Cambistas 3.0! Robôs podem estar por trás do caos na venda de ingressos de Taylor Swift. Entenda o caso

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Venda da turnê “Eras”, de Taylor Swift nos Estados Unidos, entrou em colapso após mais de 2 milhões de ingressos terem sido reservados online. Até o senado americano entrou na briga

A cantora estado-unidense Taylor Swift vem batendo todos os recordes possíveis em 2022. Midnights, seu mais recente álbum, chegou a ocupar todas as 10 posições da Billboard em outubro. Swift também foi recordista de prêmios AMA, com seis indicações. A artista já recebeu 37 troféus, sendo a maior vencedora do prêmio na história.

Ainda assim, a caótica abertura da venda de ingressos online nesta terça-feira pode não ter sido devido a seu tremendo sucesso. Há fortes suspeitas de que bots (os programas robôs, usados para agir na internet) estavam comprando milhares de ingressos para revender, com um baita ágio, em sites especializados, como o StubHub. Já foram identificadas ofertas de venda de ingresso no StubHub, da turnê “Eras”, por 28 mil dólares.

Após uma enxurrada de reclamações de usuários, que relataram lentidão e quedas de conexão no site de venda de ingressos Ticketmaster, as vendas  não só foram oficialmente suspensas. A empresa alegou uma “demanda sem precedentes históricos”, com uma reserva de nada menos do que 2 milhões de ingressos.

 

 

Há quatro anos a empresa tem lutado contra a ação dos “cambistas digitais”. Um sistema chamado “Verified Fan” dava acesso mais rápido a quem já havia feito um registro prévio (e confirmado sua identidade). No entnato, a Ticketmaster verificou que 3,5 milhões de contas haviam sido criadas com antecedência, e 2 milhões receberão validação – segundo o jornal Finantial Times –  dado que coloca o sistema em cheque.

A treta tomou proporções gigantescas. Taylor Swift reclamou publicamente da empresa: “eu não vou aceitar desculpas de ninguém, porque nós perguntamos inúmeras vezes se eles eram capazes de lidar com a demanda que tínhamos certeza que haveria”, disse a artista em nota oficial.

A confusão chegou ao governo. Os senadores  Richard Blumenthal e  Marsha Blackburn enviaram uma carta ao Federação de Comércio Americana pedindo explicações sobre o que está sendo feito para combater a invasão de robôs cambistas nas transações online de ingressos. Ambos também questionam o tamanho do monopólio da empres nos Estados Unidos. Recentemente Ticketmaster e Live Nation, duas gigantes do setor, se fundiram, aumentando sua participação no mercado de venda online de ingressos.

Especialistas ouvidos, como o economista Eric Budish, professor da Universidade de Chicago, afirmam que tanto a empresa quanto o artista são responsáveis, por falhas, ao não prever corretamente, tanto a demanda por ingressos (gigante, se olharmos para o retrospecto de Taylor Swift no ano), quanto à ambição desenfreada de hackers cambistas.

 

 

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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