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Blue Lines, disco de estreia do Massive Attack, faz 30 anos hoje. Conheça a história por trás desta obra prima

Massive Attack

Massive Attack - foto: divulgação

Há 30 anos atrás Massive Attack lançava seu primeiro álbum, Blue Lines. O grupo se tornou uma dos mais importantes representantes da música eletrônica mundial

Hoje, 8 de abril de 2021 faz 30 anos que o álbum Blue Lines do Massive Attack foi lançado.

Ainda que a música seja esse organismo tão fluido pulsante e plural, não é demais dizer que o disco de estreia do coletivo pode ser considerado um marco.

A história do Massive Attack começana década de 80 em Bristol, uma das grandes cidades da Inglaterra, localizada a quase 200 km de Londres no sudoeste da Inglaterra.

A cultura da cidade é fortemente influenciada pela cultura Jamaicana, já que parte da sua população foi formada por imigrantes desse país. E é importante dizer que o período também ficou marcado pela opressão perpetrada contra a população de maioria negra, imigrante e suburbana tendo por episódio marcante o motim de St. Paul, bairro do subúrbio da cidade e que eclodiu de uma invasão ao Black and White Cafe ali localizado e que culminou na detenção de 130 pessoas.

Na cultura jamaicana é comum a figura dos “sound systems”, icônicos paredões construídos de caixas som com a finalidade de levar música, a ambientes abertos, mais ou menos como o nosso trio-elétrico. Há toda uma cultura por trás dos sistemas de som relacionada ao reggae e seus gêneros (que não caberá detalhar aqui), mas que em síntese mobiliza pessoas em torno da música. Em Bristol não era diferente e havia grupos com seus “sound systems”, reverberando a cultura jamaicana.

Um desses grupos era o The Wild Bunch, do qual parte de seus membros deram origem ao Massive Attack, que vejo mais como um coletivo do que uma banda, até porque ao longo de sua trajetória contou com a participação de diversos artistas, tendo como seus membros mais permanentes e atuantes Robert “3D” Del Naja e Grant “Daddy G” Marshall.

É importante falar sobre Bristol, pois o disco registra e divulga uma estética musical peculiar que nasceu na cidade e emergiu da efervescência desse contexto e que mais tarde foi chamado pela crítica de trip-hop.

É bem comum que se diga que o disco, em si, não é de trip-hop, mas sim um disco de hip-hop que passeia por diferentes gêneros do estilo. No entanto no álbum fica bastante evidente as influências que consolidaram a estética do gênero pelas faixas que o compõem e que não transitam só pelo hip-hop: em Blue Lines, faixa que leva o nome do disco, One Love e Daydreaming verifica-se a influência do rap boom-bap; no cover “Be Thankful For What You’ve Got” a influência do soul; em Five Man Army do dub; em Lately já uma levada mais de música eletrônica de pista.

Além da construção do disco como um todo, as faixas “Safe from Harm”, “Unfinished Sympathy” e “Hymn of the Big Wheel” já denunciavam para o mundo que algo diferente estava sendo concebido lá em Bristol.

Hoje, 30 anos depois, é mais fácil ver a grandiosidade desse disco que é maravilhoso e do Massive Attack, que lançou outros discos seminais. É difícil dizer se há um melhor, mas certamente influenciaram e influenciam muitos artistas pelo mundo não só na música.

Parabéns ao Massive Attack pelos 30 anos dessa obra-prima que está eternizada na música.

 

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