bill murray Bill Murray — foto: divulgação

O cômico engano que fez Bill Murray aceitar o papel nos filmes do Garfield

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Saiba como Bill Murray, ator conhecido por protagonizar dezenas de filmes notáveis, topou — por engano — trabalhar em Garfield.

 

Bill Murray, além de ator adorado responsável por uma sequência de filmes cultuados, é também conhecido por um comportamento divertidamente excêntrico como invadir festas de casamento para trabalhar no bar, pedir para entrar em jogos de futebol nos parques de Nova Iorque e (a melhor de todas), roubar batatas fritas no prato das pessoas em lanchonetes e responder, ao ver que a vítima notou que o ladrão é ninguém menos do que Bill Murray: “ninguém acreditará em você”.

Profissionalmente, Murray se comporta de forma igualmente intrigante. Não tem agentes ou produtores. Mantém em seu apartamento uma secretária eletrônica, onde qualquer interessado pode deixar um recado fazendo a proposta de um filme. Não lê roteiros, improvisa nas falas e chega a hora que quiser nos estúdios para gravar.

Bill Murray tem dezenas de filmes no currículo. Obras-primas como  “Encontros e Desencontros” (2003), “Flores Partidas (2005)” e “Viagem a Darjeeling” (2007). Além dos independentes e cults, vários blockbusters como Os Caça-fantasmas (1984) e As Panteras (2000).

Bill Murray em Flores Partidas

Bill Murray em Flores Partidas – foto: divulgação

Porém, dada sua forma de escolher os papéis, não raro o ator aparece protagonizando alguns filmes de doer as córneas. Caso do infantil Garfield e sua sequência. Certamente, produtores e diretores com ótimos roteiros devem ter se perguntado: “Garfield?!?!??!”

 

 

A real é que a história de como Bill Murray aceitou fazer o filme é mais um episódio da divertida carreira do ator, contada por ele mesmo em entrevista ao podcast Sitdown with Willie Geist.

Segundo o próprio, durante uma audição aos recados de sua secretária eletrônica, Murray ouviu o convite para ingressar no elenco do filme sobre o preguiçoso felino enviado pelo diretor Joel Cohen.

“Na verdade, eu não li o script e esta com vontade fazer alguns destes super filmes de animação que estavam rolando. Como gostava muito do trabalho dos irmãos Coen, aceitei” – disse Murray ao podcast.

Se você é um leitor com atenção de Sherlock Holmes, já matou a charada. O autor do recado não era Joel Coen, da cultuada dupla que chamamos Irmãos Coen (Adam e Joel), diretores de clássicos como “O Grande Lebowski” e “Onde Os Fracos Não têm Vez”.

E sim, Joel Cohen.

Ao perceber o erro (depois do contrato assinado, que ainda contava com uma sequência) Murray tentou, sem sucesso, salvar-se um pouco do desastre. “Tentei reescrever algumas falas e deixar o gato mais interessante”, contou.

Com isso, Murray acumulou em sua bagagem, dois filmes absolutamente aquém do padrão de qualidade que mantêm em seu currículo. O gato Garfield não está sozinho. Filmes como “Rock The Casbah”, “Aloha 5.4” e até mesmo a sequência de “Os Caça-fantasmas”, são considerados erros de escolha de Bill.

Por sorte, são a imensa minoria.

Bill Murray em A Vida Marinha

Bill Murray em “A Vida Marinha” – foto: divulgação

 

 

 

 

 

 

 

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.

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