Batucada Tamarindo em foto de Aimê Uehara

Batucada Tamarindo traz diversidade da música percussiva BR

Fabiano Alcântara
Por Fabiano Alcântara

Com 12 anos de estrada, experimentando o que existe de mais rico e envolvente nos sons percussivos, a Batucada Tamarindo acaba de divulgar seu primeiro disco. Autointitulado, o registro está disponível no formato de vinil e em nas plataformas digitais, guiando-se pelos ritmos da música negra e brasileira.

“Nesse trabalho tentamos criar algo ímpar, com texturas e camadas que não limitam. Ao contrário disso, abrem caminhos. Nos instrumentos temos, entre outros e diversos, os batas usados na santería cubana, os atabaques do candomblé, ilús e um tipo de ganzá, chamado caracaxá, que utiliza-se nos caboclinhos pernambucanos. Toda essa massa sonora flutua e ganha novas potências com o contrabaixo elétrico, viola, violão e por aí vai. Essa é a nossa identidade e a nossa gênese”, afirma Abuhl Júnior.

Produzido por Webster Santos, projeto tem repertório composto por 8 quentíssimas faixas que, uma uma, apontam para esse diálogo plural do grupo formado por Maurício Badé (percussão e voz), Alysson Bruno (percussão e voz), Abuhl Júnior (percussão e voz), Mestre Nico (percussão e voz), Ilker Ezaki (percussão e voz) e Aimê Uehara (baixo, guitarra baiana e voz). Entre toadas tradicionais e canções próprias, Batucada Tamarindo deságua, entre outros ritmos, no mais festivo coco de roda, maracatu rural, frevo e mandingue.

“Apesar do clima ser assim, tão alegre, não deixamos de lado o olhar politizado em busca de uma sociedade melhor, mais justa e honesta com seus pares. Compreendemos o enorme desafio diário em manter-nos vivos e ativos nos tempos atuais, por sermos um grupo que tem essa premissa da musicalidade negra e brasileira com suas bifurcações, mas isso é o que nos mantém firmes e resistentes na caminhada ”.

Independente, Batucada Tamarindo foi gravado no Estúdio Minduca, com as participações de Lenna Bahule, Yalorixá Genilce de Ògun (Mãe Gê) e Webster Santos.