A convite de minha musa dark, Claudia Assef, faço uma resenha rápida e rasteira (se não me engano era nome de uma coluna da revista Bizz , do século passado) sobre a last dance ou, se preferir, o último show do Fellini.
Querido leitor do Music Non Stop, este dublê de fotografo e jornalista de situação e comportamento – porém profundo boêmio – presenciou com umas 250 pessoas e 5 amigos o último show desta banda de luxe, Fellini, na noite desta quinta (7), no Centro Cultural São Paulo.
Pencas de vezes eles se autodespediram, mas ontem o pajubá (semidiscurso) do vocalista Cadão Volpato foi sério: “este é o último show, estamos velhinhos, daqui cada um volta pro seu asilo num canto da cidade, e o Thomas [Pappon], mais fino, volta pra Londres”.
Em nenhum momento no ar sentimos cheiro de mágoa de uma era áurea de rock paulistano ou de rock europeu (música que fechou o show). O perfume que ficou no ar foi o de uma banda (lá vem clichê) à frente de seu tempo, atemporal, visceral que, em meu dialeto, digo: “uva” (luxo ever).
Sim tinha a musa-mor Lorena Calábria na plateia, amigos escritores, compositores, neorockers, a geração catuaba (os mais animados dançando no clássico canto direito do palco) e, principalmente, tinha os cinco (Thomas Pappon, Cadão Volpato, Jair Marcos, Lauro Lellis e Ricardo Salvagni) mestres de timbres, riffs, bass (como disse Cadão reverenciando Ricardo Salvagni, “o rei do baixo do Morumbi”, chupa, Peter Hook) e groove, que fez da noite desta quinta-feira um dos momentos para tios e sobrinhos presentes guardarem em seus smartheartphones.
Um fricassê de todos os seus discos foi tocado, sob a batuta e olhares às vezes dos integrantes para o maestro Thomas Pappon, no tracklist as lindas Grandes Ilusões, Teu Inglês, Chico Buarque Song (segundo Cadão, gravada pela cantora Céu) e O Destino, que, aliás, ao Fellini sempre pertencerá. Au revoir les garçons (se foi o último show) ou à demain (se fizerem refresh) e merci.