Amazon Music Unlimited. A guerra do streaming avança para o mundo da música com investida da gigante americana
A “guerra do streaming” que movimenta o mundo dos serviços de entrega online de filmes se acirra também no mundo da música. Todos estão querendo um pedaço do mercado do Spotify.
A semana começou movimentada com os novos movimentos da gigante Amazon para conquistar territórios no mundo da música. O Amazon Music Unlimited, serviço da empresa, tem um missão clara: tirar clientes da dona do mercado atual, Spotify.
Espera-se no mercado musical um movimento parecido com o que ocorreu nos últimos anos no serviço de streaming de filmes, até então dominado pela Netflix. Grandes conglomerados de entretenimento como a Disney, Paramount e a própria Amazon chegaram batendo forte com catálogo de peso e produções exclusivas, além de obviamente não entregar para a concorrente filmes de seus próprios estúdios.
A Spotify atualmente domina o mercado brasileiro, a ponto de modificar a própria estrutura de lançamentos musicais pelas gravadoras e artistas independentes. Foram os algoritmos do aplicativo (que decidem quem vai ou não para playlists ou tem mais exposição) que fizeram que os novos álbum fossem lançados sempre às sextas feiras. Outra tática que se tornou padrão é “esquentar” o algoritmo com diversos lançamentos prévios.
Momento de questionamento da líder
A Amazon Music Unlimited chega com valores na casa dos R$16,90 (ou R$25,90 para planos familiares) e possibilidade de testes por 30 dias gratuitamente. A empresa já tinha um serviço de streaming de música como parte do pacote Amazon Prime. No entanto, enquanto o catálogo deste combo é de 2 milhões de músicas, a Unlimited oferece 70 milhões de canções em seu catálogo. Os demais features do plano são semelhantes aos dos concorrentes (Deezer e Tidal, além do próprio Spotify), como possibilidade de tocar offline, playlists com curadoria e sem os irritantes anúncios.
O bombardeio chega em um momento em que artistas do mundo todo se unem para protestar contra os baixos valores de direitos autorais pagos pelo Spotify em uma campanha mundial chamada de Justice At Spotify. Organizado pelo Union of Musicians and Allied Workers (UMAW), o movimento convoca artistas para se reunirem na porta das sedes da empresa (incluindo São Paulo) para protestar por melhores condições na negociação dos direitos.
A pressão (ainda pequena, mas que tende a aumentar bastante) aliada à chegada de mais bocas famintas para se alimentar deste bolo indica que tem cabeças da Spotify dormindo mal ultimamente. Agora é esperar para ver como as coisas ficarão para consumidores e artistas. Se a briga de tapas entre os gigantes render melhores preços e serviços e assinantes e melhores negociações para os músicos, vale a pena assisti-la de camarote.