Ableton Push 2 ganha distribuição no Brasil, e o louco é que comprar aqui ficou mais barato do que trazê-lo na mochila dos EUA

Daniel Chalfon
Por Daniel Chalfon

No final do ano passado, a Ableton lançou a versão 2 do Push, controlador de software do Live, e ferramenta de trabalho de um monte de gente bacana no mundo da música eletrônica.

Agora finalmente a Ableton ganha distribuição oficial no Brasil através da Music Company.

O Push 2 chega aqui na terrinha na faixa dos R$ 5 mil.

Não é exatamente um brinquedo barato.

Mas para ficar um pouco mais fácil para nós brasileiros eles incluíram a licença do Ableton Suite.

O mesmo produto nos EUA (Push 2 + Ableton Suite) em tempos de dólar a R$ 4 (ou mais…) fica mais caro do que isso.

Tela LCD do Push 2

Testei o Push 2 no estúdio e ao vivo. 

Como ferramenta de estúdio ele melhorou muito. A nova tela LCD é uma maravilha. Todos os comandos e faixas aparecem com nomes completos, as cores são lindas.

Mais do que isso, dá para editar samples no próprio Push, como nos bons e velhos samplers, só que tudo com as waveforms na tela.

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detalhe da edição de waveforms na tela do Push 2

 Os pads estão muito mais sensíveis, agora dá para dizer que ele realmente se transforma em um instrumento, dispensando até mesmo um teclado para quem pegar a manha de tocar na matriz de 64 teclas ao invés do tradicional controlador MIDI na forma de teclado.

 Ao vivo a história é outra.

Precisei reduzir a sensibilidade das teclas no setup do Push 2, porque as sutilezas da maior qualidade se perdem um pouco com o set bombando e você ali, tocando, pulando e suando.

O Push 2, assim como a versão 1, funciona via USB ou com o complemento de uma fonte, que deixa as luzes LED bem mais visíveis.

Na primeira encarnação do Push as luzes extras ajudavam, mas eram apenas um extra, usei o meu tanto sem a fonte que até perdi a dita cuja.

 Já no Push 2 tocar sem a fonte ao vivo é bem incomodo.

A energia extra que a nova tela consome precisa ser complementada pela fonte, senão as luzes ficam realmente muito fracas.

Chega a atrapalhar, ainda mais em um ambiente com luz de refletor em cima.

A caixa vem com um cabo USB com conector em “L” para o lado errado, porque fica bem para cima da entrada de força da fonte. Além disso tem adaptadores para todo o tipo de tomada, até para o nosso glorioso padrão brazuca.

Unboxing do Push 2.

Enfim, o Push 2 é realmente muito bem concebido e construído.

A tela de LCD coloca ele em pé de igualdade para disputar mercado com o Maschine da Native Instruments, não só como controlador mas como um instrumento.

E agora ninguém mais vai precisar trazer um escondido na mochila de viagem.

Daniel Chalfon

Sócio do estúdio AudioArena e da agência LDC, toca baixo e synths no Jules.

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