Pessoa escolhe um vinil Crédito: iStock

A volta dos que não foram. Depois do vinil, agora CDs também voltam a crescer em vendas

Luisa Pereira
Por Luisa Pereira

Formato CD volta a apresentar crescimento nas vendas, acompanhando sua mídia papai, o disco de vinil

Basta pensar em uma música e recorrer à internet que é possível ouvi-la em qualquer lugar. Não precisa nem saber a letra dela, pode ser que imitando um som seja possível encontrar a tão esperada canção nos aplicativos de busca e streaming disponíveis por aí. Em alguns casos, nem internet será necessária para ouvir aquelas notas que acalmam e relaxam, é que muitos aplicativos funcionam e tocam música mesmo quando não estão conectados à rede. Com tanta modernidade, a pergunta que fica no ar é a seguinte: ainda existe espaço para os CDs e discos de vinil neste mundo globalizado?

Quando o disco de vinil surgiu ele era inovador. Criado nos Estados Unidos, em 1984, pela Columbia Records, uma das maiores gravadoras do mundo, trazia um formato que facilitava o manuseio, com uma excelente qualidade sonora, além de ser feito de material resistente. A novidade era encantadora, ainda mais se levasse em conta as capas dos álbuns, lindas e intrigantes. Era como se a magia da música já penetrasse através dos olhos e se propagasse por meio daquela ferramenta mágica que armazenava os sons. Colocar uma música para tocar era um momento solene que merecia concentração, toda pompa e circunstância.

A volta dos que não foram

O tempo passou e os CDs e vinis não foram esquecidos. Dando um salto para os tempos atuais, o que se pode notar é uma vontade de refazer essa magia e viver o lúdico da música outra vez. A indústria musical tem investido em álbuns em CD e vinil para promover artistas e reeditar sucessos que fizeram história durante os anos. Em tempos tão digitais, a peça física representa justamente um elo, ou objeto de ligação do fã com o artista.

Uma prova de que vinil tornou-se moderno e tecnológico é o sucesso que faz lá na Coreia do Sul, onde a tecnologia dá aula. Com o sucesso do K-pop, fãs sonham em colecionar os vinis das bandas, que trazem fotos, cards e adesivos, dignos de um colecionador cuidadoso.

O vinil quebrou a barreira do tempo e se tornou popular entre a Geração Z, que já nasceu com o advento das plataformas de música, mas parece ter sido contagiada pelo analógico. Para aqueles que apreciam boa música, a oportunidade de escutar o que o tempo não desfaz é possível por meio do relançamento de clássicos dos Beatles e Pink Floyd, por exemplo.

O sucesso do CD

Desde que tomou o lugar do vinil na preferência dos ouvintes, o CD teve seus dias de apogeu e declínio quando foi substituído pelos aplicativos de música. Porém, nos últimos anos, tem visto sua fama aumentar e começa a se destacar novamente.

De acordo com a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, no Brasil, as vendas de CDs tiveram um crescimento de 139% nos três últimos anos. Além disso, de acordo com dados da consultoria MRC Data, em 2021, 40,6 milhões de CDs chegaram às mãos dos usuários em todo o mundo – crescimento significativo que reflete o interesse pela mídia física. Um resultado muito expressivo e impactante que o coloca à frente as vendas dos discos de vinil que também tiveram uma retomada no consumo. Já os LPs também tiveram aumento nas vendas em 2021 em comparação com 2020. As cópias foram de 27,6 milhões para 41,7 milhões no ano seguinte.

Quem dita a tendência do mercado são os fãs que desejam não só ouvir as músicas como colecionar CDs, como faziam seus pais há tempos atrás. Não é à toa que lojas de discos voltaram a ser frequentadas e procuradas pelos consumidores. Será o retorno do ritual de colecionar música?

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