music non stop

A turnê gigante da Atalhos na Europa, e mais: LOW, Cidade Dormitório, Wry, Festivais do Nordeste.

Cidade Dormitório

Cidade Dormitório - foto: divulgação

IndieAmérica tá na área!!

Nossa coluna se chama IndieAmérica e tem foco na valorização da Cena Indie Latina, mas sem nunca  esquecer o que há de melhor rolando por aí no mercado musical, nós falamos sobre festivais, turnês, lançamentos e novos artistas de todas as partes das Américas e também do resto do mundo. A IndieAmérica é seu espaço para conhecer coisas novas, ficar por dentro das novas tendências e abrir caminho para o NOVO.

A coluna vai viajar por diversos países e começa destacando a saga européia da banda ATALHOS, que nasceu em Birigui e está ganhando o mundo, já na metade da sua terceira turnê internacional em apenas 06 meses. A banda lançou seu novo álbum “A Tentação do Fracasso” no começo de Março e já passou por Estados Unidos (+10 shows passando por SXSW, Treefort Music Fest, Freakout, 01 session para a Paste Magazine) e Argentina (02 shows, um deles Sold Out) e agora se prepara para realizar a segunda parte da maior turnê de sua vida, cruzando +09 países da Europa de uma só vez. Todos os detalhes dessa aventura deliciosa dos novos heróis do indie nacional vocês acompanham aqui, na sua coluna IndieAmérica.

Falaremos sobre alguns festivais importantes do Nordeste que acontecem nos próximos dias, como o BR-135 (em São Luís do Maranhão), o No Ar: Coquetel Molotov (que acontece em Recife, Pernambuco) e o Festival DoSol (que acontece em Natal, Rio Grande do Norte).

Também vamos contar sobre a incrível história da banda LOW e o legado deixado por Mimi Parker, vocalista e baterista da banda, que nos deixou na semana passada, vítima de um câncer no ovário.

Lembrando que está chegando a hora de mais uma leva de lançamentos da Before Sunrise Records, com novos álbuns dos incônicos WRY, da sensação indie BR Cidade Dormitório e da banda de shoegaze portuguesa FROM ATOMIC. Os links estão na matéria, fiquem atentos e escutem agora mesmo!

DICA:

Escutem a playlist especial em homenagem a Mimi Parker, da seminal banda de slowcore LOW. (leiam a mini-matéria sobre a morte de Mimi Parker).

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Atalhos realizou shows na Suíça, França, Alemanha, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, República Tcheca, Áustria.

Fotos: Carlo Montalvão

Um dos nomes mais promissores da nova cena Indie BR, a Atalhos embarcou para Europa dia 12 Setembro onde está realizando a sua terceira turnê internacional em menos de 06 meses. A tunê Européia da Atalhos começou dia 14 de Setembro e vai até 16 de Outubro. A banda já tocou na Suíça, onde realizou 03 shows: Zurich, Basel e Corselles/Neuchatel; França, com shows em Valence, Angôuleme, Nantes, Paris, Rouen, Capbreton; Alemanha, com show em Mannheim e Reino Unido, com shows em: Liverpool, Birmingham, Manchester, Londres, Cardiff, Chelmsford e teria um em Margate, que acabou sendo cancelado por problemas da produção local.

Dia 23/Setembro (Sexta)
Paris, FR

Chegamos cedo em Paris porque a passagem de som seria cedo e o pessoal da banda queria andar um pouco por Paris. Baixamos no hotel primeiro e deixamos nossas bagagens, depois fomos para o centro da cidade e almoçamos num mercado de peixe japonês, onde comemos noodles. Depois do almoço fomos para o venue e a banda passou o som. Após a passagem, eles saíram para caminhar por Paris e eu fiquei no venue trabalhando em algumas coisas do Brasil.

O show em Paris começou com abertura da banda Nasty Joe, excelente grupo de post-punk da cidade de Bordeaux. O show foi deles foi ótimo e muito energético, preparando bem o público para o show da Atalhos.

show lotado em Paris, na França.

A casa estava lotada quando a banda paulista subiu ao palco para realizar um dos melhores shows da turnê até o momento. Era jogo ganho, mas o entrosamento dos primeiros shows fez com que a banda marcasse muitos “gols” nessa noite em Paris e o resultado foi uma goleada de alegria para o público presente.

Atalhos no Supersonic em Paris, FR.

Dia 24/Setembro (Sábado)
Rouen, FR

Chegamos em Rouen e fomos direto ao venue, a recepção foi ótima, tomamos algumas cervejas, passamos o som, depois jantamos com os organizadores do evento na cidade, o clima era ótimo.

O show em Rouen foi um dos melhores da turnê, o lugar era um porão que ficava abaixo do bar e lotou com o público presente, que suava horrores no calor úmido dos subterrâneos. Foi uma das noites em que mais vendemos merch na lojinha, muitas camisetas e LPs ganharam o público local. O show em Rouen foi bem divertido e quente!

Dia 25/Setembro (Domingo)
viagem de Ferry Boat da França até Reino Unido

Acordamos muito cedo, por volta das 6 da manhã, para evitar qualquer transtorno de trânsito na saída da cidade de Rouen, pois haveria uma maratona muito importante acontecendo naquela manhã. Deu tudo certo, pegamos a estrada e pudemos testemunhar um belíssimo nascer do sol no caminho até o Porto de Calais, onde pegamos o Ferry Boat para a cidade de Dover, no Reino Unido. Chegando em Dover, pegamos estrada direto e viajamos por cerca de 5 horas até chegar na cidade de Chester (perto de Liverpool), onde dormimos.

Dia 26/Setembro (Segunda)
Liverpool, UK

Acordamos em Chester e deu tempo de dar uma boa volta pela cidade. Achamos uma loja Dr. Martens e acabei comprando uma bota para mim. Tomamos um bom café da manhã e fomos caminhar em volta das ruínas romanas e do Castelo, onde fica a Universidade de Chester.

No começo da tarde, viajamos até Liverpool e fomos direto para o local do show, em Binkerhead, o venue chamado de Future Yard tinha uma estrutura maravilhosa e proporcionou um dos melhores shows da turnê, com a banda afiada e tocando o fino.

Apesar do público pequeno, era segunda-feira, o show fluiu muito bem, o palco era lindo e tudo de primeira.

Dia 27/Setembro (Terça)
Birminghan, UK

Acordamos em Liverpool e fomos dar um passeio pela cidade. Uma volta pela rua onde fica o Cavern Club e aquela mini-saga The Beatles.

Chegamos em Birmingham cerca de 1 hora antes do soundcheck. Passamos no venue, que ficava numa região chamada Digbeth, muito parecida com o clima da série Peaky Blinds. Fomos para o hotel, que tinha um pub na entrada, baixei as malas no quarto e desci para tomar um pintch de Peroni.

Os rapazes desceram e fomos para o soundcheck. O lugar era enorme, cabiam umas 600 pessoas ou mais. Durante o soundcheck foi tudo tranquilo e rápido, deu tempo de curtir o camarim – o melhor disparado da turnê – com direito a série de fotos e muitos snacks deliciosos. Até frutas tinha, algo raro em camarins na Europa.

Nos deram muitos tickets de drinks, mas o pint da cerveja era gigante demais e só consegui beber 03 delas, me sobraram 02 tickets ainda. O show foi ótimo, mas tinha muito pouco público vendo, mesmo assim, cumprimos nosso contrato e o promotor Liam era um cara muito legal, um irlandês maluco por música brasileira.

Na manhã do dia seguinte, acordamos e deixamos o hotel por volta das 10 da manhã, ficamos zanzando um pouco por Digbeth, entrando em lojas de roupas vintage e acessórios. Antes de pegar estrada, ainda fomos provar o famoso Curry local, pois Birmingham é a cidade com a maior comunidade muçulmana da Inglaterra.

Dia 28/Setembro (Quarta)
Manchester, UK

Chegar em Manchester foi como realizar um sonho antigo, o qual sonhei muitas vezes, parecia que sabia o que iria sentir.

Logo na chegada, senti um cheirinho delicioso de erva, duas meninas estavam fumando no beco atrás do venue, fiz amizade e consegui fumar um pouco com elas. O local era de difícil acesso para fazer o load in e tivemos muita dificuldade em subir os equipamentos pela escada muito estreita do venue. Nesse momento me senti meio que no filme Trainspotting, aquela coisa suja, punk, meio roots, totalmente rock and roll. Manchester, babe!

O pessoal do venue era muito legal e nos receberam super bem. O show foi muito legal, tinha meia casa, mas tava OK, foi divertido.

Dia 29/Setembro (Quinta)
Londres, UK

Chegamos em Londres por volta de 15h30, mas gastamos uma hora até chegar ao local do show. O técnico de som chegou por volta de 17h00, é impressionante a pontualidade britânica.

O lugar era uma baladinha moderna, cheia de pessoas cool de Londres. Logo na chegada conheci a Grace, que trabalhava lá no Dream Jaguar Shoes, e ela foi muito doce desde o princípio, ouso até dizer que rolou um clima, mas como a vida em turnê é efêmera e quase não dá tempo de nada, a não ser realizar o trabalho, a noite passou apenas no papo e nos olhares mesmo.

O show de abertura ficou a cargo da banda londrina Terry Pretty, que fez um set bem charmoso com sua formação em sexteto.

A Atalhos subiu no palco por volta de 21h32 e executou um show coeso e perfeito, que deixou os londrinos boquiabertos, o clima era de festa e a diversão tava garantida. Todo mundo dançando e sorrindo. Tinham pessoas que até já conheciam a banda, e num bar lotado podemos encontrar menos de 10% de brasileiros, o que é ótimo!!!! Prefiro mil vezes realizar meus shows na gringa para o público local, do que para a tal “comunidade brasileira”, nada contra quem faz isso qua do realiza turnês internacionais, mas como busco construir uma carreira internacional para meus artistas, o importante mesmo é tocar para audiências diversas. Ouso dizer que conquistamos novos fãs em Londres depois da noite no Jaguar Shoes.

 

Depois do show, viajamos até uma cidadezinha nos arredores de Londres chamada Leatherhead, onde dormimos para já pegar estrada na manhã seguinte rumo a Cardiff, no País de Gales.

Dia 30/Setembro (Sexta)
Cardiff, UK (País de Gales)

Acordamos em Leatherhead e o dia estava nublado e um pouco frio, porém suportável. Eu e Nico fomos em buaca de um bom English breakfast e achamos o Stories Café. Por 6,90£ comemos 02 ovos, 02 fatias de bacon, feijão, 02 torradas tostadas, salsicha e uma boa dose de café, o Nico tomou chá, como sempre. Caminhamos um pouco para fazer a digestão e pegamos a estrada por volta de 14h30.

Assim que chegamos na estrada, a caminho de Cardiff, no País de Gales, a chuva começou a ficar forte e nos acompanhou durante toda a viagem. O clima era feio, frio, muito frio.

Chegamos em Cardiff e logo fomos surpreendidos pela beleza da cidade, o lugar do venue ficava bem perto do Castelo. E que Castelo!!!

O load in foi super tranquilo, bem em frente ao venue, o que facilitou muito por conta da chuva. A noite foi ótima, o show era gratuito e a promotora, Liz Hunt, era uma fofa. Ela tem uma banda, The School Band. A banda de abertura atrapalhou um pouco, porque fez um show muito mal executado, o que espantou boa parte do público, mas quando a Atalhos entrou no palco e começou a tocar as músicas de “A Tentação do Fracasso” a audiência voltou, se divertiu e dançou bastante. No final das contas, tivemos uma ótima noite. Cardiff é uma cidade que ferve durante a noite, e está no roteiro das que eu gostaria de voltar. Pessoas bonitas, interessantes, clima cosmopolita e roqueiro. Tão bom estar fora do Brasil, onde as pessoas não entendem o que é rock e muito menos o que é música indie. Na Inglaterra, a sensação é de que estamos em casa e que todos entendem e amam o que fazemos.

Dia 01/Outubro (Sábado)
Chelmsford, UK

Acordei super bem, depois da primeira noite dormindo sozinho, mas tive um contratempo no banheiro, com um escorregão e acabei batendo forte a parte de trás da cabeça. A segunda pancada na cabeça da turnê. Perdi alguns minutos na recepção, fazendo um boletim sobre o ocorrido.

Viagem de Cardiff para Chelmsford cruzava parte do centro da Inglaterra, mas fluiu super bem e rápido, num instante já estávamos chegando lá e indo direto pro venue.

Ao chegar no venue, fomos recepcionados pelo Dave e o Denholm, promotores do show. A noite prometia ser boa porque o lugar era maravilhoso, equipamento todo de primeira, palco super legal. Um venue pequeno e perfeito para shows. Há pouco haviam se realizado shows de The Baggios e Glue Trip lá também.

A banda de abertura era super legal, e acho que tocou por uns 90 minutos ou mais. Foi um show longo, mas muito bom. A Atalhos subiu no palco e as pessoas curtiram muito o show, dançando bastante, sem falar que foi uma das cidades onde mais vendemos Merch (ao lado de Rouen, FR).

Dia 02/Outubro (Domingo)
Chelmsford, UK + Dover, UK

Dormimos na casa do Delm, estávamos tão cansados que nem ligamos muito para as camas de acampamento que ele nos ofereceu. Eu mesmo, cheguei e dormi logo.

Quando acordamos, o Delm fez um ótimo café da manhã para nós com direito a torradas, ovos, salsicha, café e cereais. Depois do café, fomos dar um belo passeio por uma das últimas vilas verdes da Inglaterra. Os lugares por onde passamos eram lindos e tirei muitas fotos dos túmulos que datavam do ano de 1.700 em diante.

Voltamos para a casa, colocamos nossas coisas na van e viajamos até Dover. Na manhã seguinte nosso Ferry Boat de volta para Europa saíria.

Chegando em Dover deu tempo de dar um belo passeio pela cidade. Vi o mar, vi o porto, vi boa parte do centro da cidade.

Voltei para o hotel, comi um doner burger e dormi muito cedo.

Dia 03/Outubro (Segunda)
Dover, UK + Calais, FR + viagem de Van por Bélgica, Holanda, Liechtenstein, até chegar em Münster, na Alemanha.

Acordamos por volta de 8h30 da manhã e fomos direto tomar nosso último café da manhã na Inglaterra.

Depois, ajustamos nossas coisas na van e partimos para a fila do Ferry Boat em Dover, com destino a Calais, na França. Viajamos durante todo o dia, na parte da tarde cruzamos uma parte pequena da França, depois Bélgica, Holanda, Liechtenstein e chegamos na Alemanha. Escolhemos a belíssima cidade de Münster para dormir. Quando chegamos no hostel, saí para caminhar com o Fabiano Boldo e acabamos achando um bar incrível e cheio de pessoas felizes, tomando seus drinks e celebrando a vida. O bar se chamava Cavette.

Na manhã do dia seguinte, acordamos e deu para sentir um pouco a vibe da cidade. Nenhum barulho, nenhuma buzina, tudo acordando e se ajustando lentamente. Diversas bicicletas povoavam as praças e ruas da cidade, o povo em Münster realmente usa a bicicleta como um meio de locomoção. Aproveitei para dar minha tradicional caminhada matinal, olhando as lojas, entrando em cafés, filmando e fotografando pequenos detalhes da cidade que ia encontrando pelo caminho. Sempre busco registrar momentos delicados do cotidiano das cidades por onde andei nas minhas viagens. A Alemanha é especial, um país educado, de povo refinado, os 7×1 nunca fizeram tanto sentido.

Dia 04/Outubro (Terça)
Husum, DE

A viagem até Husum foi tranquila e chegamos na cidadezinha de 22 mil habitantes, no Norte da Alemanha, e fomos direto para o local do show. Lá conhecemos o Oli, um cara super gente boa que fez nossa luz e som durante a noite.

A banda passou o som, enquanto eu montava a lojinha de Merch e depois disso fomos comer um delicioso jantar vegano do norte da Alemanha. Depois fomos para o hotel deixar nossas bagagens e tomar um banho.

Quando voltamos ao venue, havia já um bom público para ver o show, o que foi surpreendente para uma terça-feira numa cidade pequena.

A banda fez uma ótima apresentação e conseguimos vender bastante merch. Depois do show deixamos a van num estacionamento e fomos dormir. A maratona de shows é bastante cansativa numa turnê como essa e no dia seguinte tínhamos viagem para a primeira cidade nórdica da tour, Odense, na Dinamarca.

Dia 05/Outubro (Quarta)
Odense, DK

Viagem para Odense foi tranquila, chegamos relativamente cedo, bem antes da hora do show e houve uma confusão na informação do local de dormir, o que acabou gerando um pequeno stress entre a banda e eu.

Fiquei no venue, aproveitando a internet gratuita para resolver diversas questões relativas ao show da El Mató A Un Polícia Motorizado, que estava realizando em São Paulo.

O show em Odense foi bom, o venue era maravilhoso e o palco idem, mas eu estava muito cansado e quando acabou o show fomos para o airbnb dormir.

Dia 06/Outubro (Quinta)
Gothenburg, SE

Viajamos para Gothenburg, cruzando boa parte da Dinamarca e chegando lá já fomos surpreendidos pelo clima delicioso da cidade. Tivemos uma certa dificuldade para achar o venue, o que segundo o Jasper – promotor da noite – era bom, pois a festa era num “lugar secreto”.

Ele nos recebeu e subimos até o terceiro andar de um prédio de escritórios e ateliês de arte. O lugar do show parecia um escritório e tinha uma vista bem bonita pela janela. A banda passou o som e enquanto isso eu montava a lojinha. Depois do soundcheck, o Nico ajudou o Jasper a fazer um super curry com arroz e nós comemos muito. A galera foi começando a chegar e quando vimos o lugar já estava super lotado. Mais um sold out para a conta da turnê!! O show em Gothenburg foi um dos melhores da turnê, a galera dançando e pulando sem parar, teve até projeção durante o show.

sold out em Gothenburg, Suécia.

Dormimos numa escola de música incrível, muito foda imaginar que as crianças aprendem a tocar rock desde cedo em Gothenburg, por isso que a Suécia tem uma cena de destaque no gênero.

Dia 07/Outubro (Sexta)
Copenhagen, DK

A viagem de Gothenburg para Copenhagen foi tranquila e valeu a pena cruzar quase toda a Dinamarca, que País bonito!

Chegamos relativamente cedo no venue, na mesma noite tocariam com a Atalhos mais duas outras bandas, uma da Dinamarca e outra de Nova York, chamada Beechwood.

Nosso soundcheck foi depois do Beechwood, que passou o som super rápido e saiu para tirar algumas fotos com uma fotógrafa alema chamada Jules, depois acabamos nos conhecendo e ficando amigos. Ela também tirou algumas fotos do show da Atalhos.

Soundcheck em Copenhagem, outro sold out da turnê!

O backstage era num espaço acima do venue, que parecia uma espécie de hostel, não deu para identificar bem, mas era bem bonito e a comida estava maravilhosa… um curry e uma sopa quente, acompanhados de pão artesanal.

Os 03 shows foram excelentes, a banda dinamarquesa era muito boa. A Atalhos fez um ótimo show e o Beechwood também, apesar da pose um pouco forçada de rockstarts.

Dia 08/Outubro (Sábado)
Aalborg, DK

Chegamos em Aalborg por volta das 17h, e fomos direto para o venue que se chamava 1000Fryd, era lá também onde iríamos ficar hospedados.

Fomos recepcionados pela incrível e super competente Amanda Parra, que cuidou não só de nós, como da produção toral da noite. O 1000Fryd é um venue incrível, totalmente voluntário e com uma história que começou em 1984. Alguns artistas brasileiros já haviam passado por lá como Autoramas, o rapper Edgar e o Dead Fish. A Atalhos estava esclada para fazer a noite com uma novata banda local chamada TELUS, garotos novos, porém muito promissores.

Público lotou o espaço do show em Aalborg, que aconteceu no 1000Fryd.

O show em Aalborg foi um dos melhores da turnê, a banda entrosada no palco e detonando uma atrás da outra. O público chegou junto no palco e dançou muito a cada canção do set. Importante destacar que 97% da platéia era composta por dinamarqueses, e isso era maravilhoso, pois o objetivo de uma turnê como essas é realmente formar público local, de cada País.

Dia 09/Outubro (Domingo)
Aalborg, DK até Hannover, DE

Saimos de Aalborg por volta de 12h30, tínhamos uma viagem de 600km cruzando toda a Dinamarca até chegar na Alemanha, passando por Hamburgo, rumo ao destino final que era Hannover.

Chegando na cidade, fomos direto para o hotel Yors, que era super legal, mas ficava numa zona de prostituição.

Eu e Nico saímos em busca de um lugar para comer e acabamos achando um maravilhoso restaurante THAI, onde tivemos um dos melhores jantares da turnê.

Voltamos para o hotel e dormimos como anjos.

Dia 10/Outubro (Segunda)
Hannover, DE

Acordamos em Hannover e fizemos o check-out do hotel. Guardamos nossas bagagens na van que estava num estacionamento e fomos andar pelo centro da cidade, os rapazes queriam ir numa loja de instrumentos.

Nos encontramos no estacionamento onde a van estava e fomos para o espaço do show por volta das 3 da tarde, para a montagem e passagem de som, havia um cattering vegano delicioso, com queijos, frutas, pães e pastas deliciosas.

O show em Hannover deu pouco público, mas isso foi apenas um detalhe, o mais importante mesmo foi que eles fizeram um showzão e quem viu ficou feliz. Ao final da noite, fomos para a casa onde iríamos dormir e essa foi a melhor parte o dia. O nosso anfitrião, Ralf Paul Neumann, receb bandas há mais de 20 anos no apartamento dele, algumas ficaram muito famosas como o The War On Drugs, que dormiu na casa dele em 05 de Março de 2009. Cerca 4.000 bandas dormiram no apartamento de Ralf e, para nossa sorte, entramos nessa lista. Que honra ouvir as estórias que ele contou, que legal tomar um chá com ele e ficar ouvindo algumas das fitas cassette da gigante coleção dele. Obrigado Ralf Neumann!!

Dia 11/Outubro (Terça)
Hannover, DE até Praga, CZ

Acordamos por volta das 10h00, o nosso anfitrião Ralf Neumann, havia preparado um belíssimo café da manhã. Depois de comermos bastante, ainda troquei algumas palavras com o Ralf, sacamos algumas fotos juntos e o prometi que lhe escreveria para conrinuar nossa conversa e escrever a matéria sobre a história dele. O Brasil precisa conhecer esse cara único!!!

Pegamos estrada direto para a Chez Republic e viagem foi bem tranquila, o show de Pilsen tinha caído então tivemos tempo de viajar tranquilo e chegamos em Praga por volta das 18h. Baixamos no hotel, descansamos um pouco e saímos para conhecer a cidade. Eu, Fabiano Boldo e Nico Paoliello andamos pelo centro de Praga, em busca de um lugar para jantar e acabamos achando um restaurante de comida checa, pedimos um Goulash e 02 pratos com nomes que não consigo descrever, e constituiam-se em dois tipos de repolho (branco e roxo) e dois dumplings recheados de carne defumada. Estava bem gostoso, também tomamos uma caneca de cerveja checa, com certeza uma das melhores da viagem. Durante o passeio pelo centro antigo de Praga também descobrimos que se pode comprar weed em mini-markets ou em lojas especializadas em Cannabis. Andamos bastante, passamos por uma ponte belíssima cheia de estátuas históricas. A cidade de Praga é linda.

Show no Club Kastan, em Praga, CZ.

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Importantes Festivais do Nordeste como BR-135, DoSol e No Ar: Coquetel Molotov voltam com edições brilhantes para o deleite do público sedento por shows e reencontros!

Que o Nordeste é a melhor parte do Brasil isso todo mundo já sabe! Ele sempre nos salva do Caos, seja pelas belezas naturais, suas praias e dunas (que renovam nossos corpos e mentes), seja pelo povo sempre acolhedor, seja pelo clima aconchegante ou até mesmo por ter nos ajudado a nos livrar do fantasma chamado Bolsonaro. Mas uma coisa também muito importante que o Nordeste tem de sobra para nos presentear são os maravilhosos e importantíssimos festivais de música que lá acontecem. E, depois de 02 anos de paralização por conta da pandemia, eles voltam com força total e de forma presencial.

Nessa edição da nossa coluna, iremos falar sobre 03 dos mais importantes festivais que acontecem no Nordeste, como o DoSol Festival, em Natal, no Rio Grande do Norte; o No Ar: Coquetel Molotov, em Recife, Pernambuco e o BR-135 Instrumental, em São Luís do Maranhão.

Para destacar um pouco mais sobre cada uma dessas próximas edições – que voltam em formato presencial após 02 anos de pandemia – a coluna conversou com seus organizadores e organizadoras principais, sempre lançando a mesma pergunta: Qual a expectativa dos organizadores (as) para cada edição que está por vir? Quais são os destaques e particularidades de cada evento?

BR-135 INSTRUMENTAL

Onde? São Luís, MA
Quando? dias 18 e 19 de Novembro
Local: Praça Deodoro
Endereço: Centro Histórico
EVENTO GRATUITO

Principais Atrações: Aldo Sena, Mestre Curica e Clube da Guitarrada, Nomade Orquestra, Camarones Orquestra Guitarrística, Sanfônicos, Ema Stoned e muito mais!!!

BR-135 Instrumental, dia 01

BR-135 Instrumental, dia 02

Luciana Simões (Diretora Artística do BR-135 Instrumental, cantora do Criolina)

A coluna conversou com a diretora artística do evento, Luciana Simões, e buscou saber dela quais são os destaques dessa edição que acontece dias 18 e 19 de Novembro, na XXX  em São Luís do Maranhão.

Luciana Simões, diretora artística do festival BR-135 Instrumental

“Realizamos o festival há 10 anos. E de lá pra cá o festival cresceu em todos aspectos. Mas manteve o mesmo espírito de promover o encontro.
O festival renova nosso sentimento de resistência e ocupação do espaço público com arte e cidadania. Já que acontece na rua e de graça. Os festivais do nordeste tem sido uma grande plataforma de circulação de artistas/bandas de todo país e da América Latina. Sabemos que o nordeste é o grande celeiro cultural do Brasil e é importante que esse circuito se fortaleça cada vez mais e fazer parte desse mapa cultural é uma alegria e oportunidade de compartilhar a diversidade e a riqueza dos nossos ritmos, sotaques, identidade que as pessoas merecem conhecer como tambor de crioula, bumba meu boi e o inusitado fenômeno do reggae no Maranhão.”

NO AR: COQUETEL MOLOTOV

Onde? Recife, PE
Quando? 19 de Novembro
Local: Universidade Federal de Pernambuco
Endereço: Avenida Professor Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária
Ingressos: https://bityli.com/nwEoBbXl

Principais Atrações: Marcos Valle, Jup do Bairro, MC Carol, Tasha & Tracie, Uana, Don L, Letrux part. Supla, Ivyson, Rico Dalasam, Cidade Dormitório e part. Tori, Jovem Dionísio e muito mais!!!

confira o poster oficial do No Ar: Coquetel Molotov

Ana Garcia e Jarmeson de Lima (Diretores do No Ar: Coquetel Molotov)

A coluna conversou com os dois organizadores do evento, Ana Garcia e Jarmeson de Lima, e buscou saber deles quais são os destaques dessa edição que acontece dia 19 de Novembro, e que volta para seu lugar de origem, na Universidade Federal de Pernambuco. Foi lá que o Festival começou e ele volta agora para seu nascedouro em sua 19º edição. Uma Maravilha, né minha gente?

Ana Garcia e Jarmeson de Lima, diretores artísticos do No Ar: Coquetel Molotov

“Tem sido um desafio realizar mais uma edição neste retorno. É um quebra-cabeça entre criar uma programação diferente do que vem rolando nos outros festivais com as dificuldades de captar recursos em um projeto no Nordeste, em um estado que não tem Lei de Fomento e Incentivo Fiscal com mecenato. Mas isso tem sido a nossa energia motora para fazer acontecer e ter mais um ano histórico. Voltar para a nossa casa na UFPE será emocionante” (Ana Garcia)

“Estamos bem ansiosos com este retorno à forma presencial do No Ar em sua plenitude com vários palcos, ao ar livre e com shows de atrações diversas indo de Marcos Valle a Jup do Bairro. É uma edição que também retoma a principal vocação do festival que é a de revelar novos nomes do país trazendo artistas de bastante representatividade como Djuena Tikuná e Don L, sem deixar de focar nos nomes do estado como Uana, Leo da Bodega e Ivyson, além de muitos outros.” (Jarmeson de Lima)

DOSOL FESTIVAL

Onde? Natal, RN
Quando? de 24 a 27 de Novembro
Local: Arena das Dunas + Palcos espalhados pela cidade (ver Polo Centro Histórico – abaixo)
Endereço: Avenida Professor Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária

Principais Atrações: João Donato, Pato Fu, Cátia de França, Far From Alaska, Jadsa, Potyguara Bardo, BK, Supercombo, Glue Trip, Cidade Dormitório, Sturle Dagsland (Noruega), Atalhos, Jovem Dionísio e muito mais!!!

Poster oficial do DoSol Festival 2022.

– Programação Polo Centro Histórico (Praça Padre João Maria) – Palco Brain/DoSol
18h30 – Walter Nazário convida Cazasuja (RN)
19h30 – Ian Medeiros (RN)
20h30 – Atalhos (SP)
21h30 – Sturle Dagsland (Noruega)
22h30 – Cidade Dormitório (SE)

A coluna conversou com os dois organizadores do evento, Ana Morena e Anderson Foca, e buscou saber deles quais são os destaques dessa edição que acontece de 24 a 27 de Novembro, na Arena das Dunas e em diversos outros palcos espalhados pela cidade de Natal.

Ana Morena (Diretora do DoSol e Presidente da Abrafin)

A musicista, produtora artística e curadora do Festival DoSol, Ana Morena, que também é Presidente da ABRAFIN (Associação Brasileira dos festivais Independentes) falou com a coluna sobre a volta dos Festivais no Nordeste, em especial o DoSol, que acontece de 24 a 27 de Novembro em Natal.

Ana Morena (Diretora do DoSol Festival e Presidente da Abrafin)

“Estamos num misto de alegria imensa e muita ansiedade porque tem mais de 70 artistas envolvidos numa mostra gigante com muitos palcos espalhados pela cidade, muita programação gratuita, com apenas um dia com ingressos, e nesse dia com 30 artistas em ação. A gente também está muito feliz com a curadoria que está totalmente alinhada com o que acreditamos ser a função de um festival que é o de reverenciar artistas conhecidos, misturar artistas de várias estéticas e principalmente apresentar o novo, apresentar artistas que o público não conhece e quem sabe vai virar fã dali em diante. Estamos fazendo isso tudo num momento onde o pensamento crítico e empático é crucial pra reconstrução do país e em meio a uma economia devastada. Fácil não tá, mas nunca foi. É a dor e a delícia de ser artista e ativista cultural nesse país, mas a gente não tem opção, ou a gente produz arte ou definha. Então, bora lá.”

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Toda a resiliência e o legado deixado por Mimi Parker, vocalista e baterista da banda LOW.

Não sei se conseguirei resumir em palavras tudo o que sinto e sempre sentirei quando escuto a música do LOW, em especial a voz de Mimi Parker, uma das fundadoras e líderes da banda LOW (ao lado do seu parceiro de vida e de banda Alan Sparhawk), um dos nomes mais importantes da cena slowcore mundial.

Mimi Parker era a voz e toda a potência, em forma de delicadeza profuda e tocante, marcante, absurdamente linda, que conduzia a sonoridade única do LOW. Banda que conheci em 1995 e que me acompanhou diariamente desde então, são 27 anos ouvindo essa banda diariamente. O primeiro álbum deles foi lançando em 1993, mas só o descobri 02 anos depois, erro que foi corrigido ao longo do anos e de escutas cada vez mais maravilhadas dessa banda sensacional.

Nascida em 1967, Parker cresceu em uma pequena cidade perto de Bemidji, Minnesota. Seu início com a música veio ainda jovem, cantando ao lado de sua irmã, que tocava guitarra e também cantava os vocais. A dupla tocou músicas country e gospel, inspiradas no que cresceram ouvindo em casa. Ela também era percussionista em uma banda de concertos e uma banda marcial em sua escola. Parker conheceu Sparhawk durante seu tempo na escola primária e os dois começaram a namorar no ensino médio. Os LOW nasceram em 1993 – integrando Alan Sparhawk (marido de Mimi) e John Nichols, para além de Parker — e lançaram o primeiro álbum, “I could Live in Hope”, no ano seguinte, que acabaria por ser considerado um dos melhores álbuns dos anos de 1990 pelo ‘site’ de música Pitchfork.

Low lançou 13 álbuns de estúdio completos durante seus 29 anos de história. O casal iria chocar fãs e espectadores quando confirmaram suas afiliações religiosas com a igreja mórmon, embora mantivessem suas crenças afastadas quando se tratava de suas personalidades públicas e identidades sonoras. Quando pensávamos que já tínhamos vivido tudo, eis que surgiu a pandemia. Quando pensávamos que já tínhamos ouvido tudo, eis o novo álbum dos Low. Alan Sparhawk e Mimi Parker fazem música juntos há cerca de 30 anos e estão casados há mais tempo do que isso. Tantos anos depois, ao 13.º álbum, ainda estão a descobrir-se, e a tentar decifrar qual é o seu som, algures entre a dissonância e a harmonia, sempre com intensidade. E nós a assistirmos, ouvindo, maravilhados. Afinal, é possível.

Mimi Parker morreu vítima de um câncer no ovário – com o qual ela vinha lutando desde 2020, quando foi diagnosticada com a terrível doença – ela partiu desse plano no começo da semana passada. Ela deixa seu marido, Sparhawk, e seus dois filhos, Hollis e Cyrus.

Tive a sorte de ver duas apresentações do LOW em 2018, ambas na cidade de Austin, texas, durante o SXSW. Uma delas, histórica, aconteceu no altar de uma igreja católica (para quem não sabe, eu já disse no texto, eles eram Mórmons), nesse show eles simularam o pecado original… Alan cantou uma música mordiscando uma maça, enquanto fazia seu tradicional dueto com Mimi. Em outra canção, ele “trasmutou” um copo de água numa taça de vinho e bebeu no altar da Igreja, oferecendo o brinde ao público. Eu chorei nesse show como uma criança, minha alma se elevou de uma maneira que eu nunca tinha sentido antes. Aquele show do LOW era mais que sublime, era a essência da vida, do amor, da comunhão entre um casal, de tudo que é belo e importante. Nunca esquecerei das sensações daquele dia. Meu corpo inteiro tremendo, as lágrimas saltando dos meus olhos, o sorriso estampado na face, que noite mágica!

Mimi, onde você estiver… OBRIGADO!

Playlist Mimi Parker Forever

Em forma de homenagem, criei uma Playlist com destaques da obra do LOW, em especial da voz maravilhosa e absurdamente afinada de Mimi Parker. Espero que gostem.

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Importante banda da Cena Indie BR, a Cidade Dormitório lança seu segundo álbum “RUÍNA ou o começo me distrai”, via Before Sunrise Records.

O duo experimental e psicodélico Cidade Dormitório, de São Cristóvão (SE), lança hoje seu mais novo disco, RUÍNA ou O começo me distrai ouça aqui. Este é o segundo álbum de estúdio da carreira da dupla formada por Yves Deluc (guitarra e voz) e Fábio Aricawa (bateria e voz) e o primeiro a ser lançado via o selo Before Sunrise Records.

RUÍNA… apresenta dez faixas autorais que exprimem uma post rock melancólico e suavemente lo-fi, reforçando uma estética mais complexa no que diz respeito a arranjos, mas orgânica na espontaneidade de suas melodias, o que causa um atravessamento singular em seus ouvintes, sobretudo na primeira audição do disco. 

Justamente por isso recomenda-se mais de uma escuta do novo disco, para que em cada uma delas ainda mais brisas sejam absorvidas por quem consumir aquele play de modo atento e completo. (Mas vale também como trilha de viagem ou de uma boa faxina em casa, já que o objetivo da Cidade Dormitório é, simplesmente… te fazer sentir).

Com produção musical assinada por Frank Cassino (aka lllucas) e Carlos Bechet e co-produção, mais arranjos criados por Yves e Fábio, RUÍNA… teve suas primeiras expressões de gravação manifestadas no ano de 2020, quando o mundo inteirinho já coçava a cabeça tentando entender o que vinha pela frente com a instauração forçada de uma crise sanitária e pandêmica causada pela Covid-19.

Por causa disso, um novo processo de arranjamento e vivência dessas canções foi também constituído, revela Yves. “Temáticas que já versavam sobre distâncias, causos do cotidiano e experimentalismos de baixo glamour técnico tomam agora um contraste que estende ainda mais as geografias possíveis. Cibertecnologia e a modernidade são algumas das coisas que perpassam pelo disco”, comenta o músico.

Ainda para Yves, “esse rearranjamento da vida, dos afetos e das produções possíveis, em nosso caso, converge fisicamente na estadia há pelo menos um ano nas fronteiras entre o Tijuquinha e o conjunto Eduardo Gomes, numa área batizada pelos moradores de ‘Serra’,  em São Cristóvão, Sergipe, onde a banda está localizada”, destaca.

Esta referência é frisada por Yves pois mesmo com a pandemia, uma obra seguiu um curso habitual durante o mesmo período, sem frear o ritmo dos tratores e escavadeiras, que em poucos meses aplainaram quase integralmente o morro, eliminando também quase por completo a fauna e vegetação do local. 

O visual da Cidade Dormitório

Na narrativa imagética elaborada pelo duo experimental para estampar o lançamento de RUÍNA…, escolhas precisas de estética visual foram tomadas de maneira muito acertada. Destacam-se os clipes-singles já divulgados pela Cidade Dormitório, como “Salvador” e “Aribé I”, ambos realizados pelo pessoal da Lombada Filmes e a própria capa do disco, feita a partir de uma foto de Bruna Noveli com figurino desenvolvido pelo Movimento Cultural Gyrando Me Acabo Tanay’ura.

foto por Bruna Novelli

Todos estes elementos ajudam, de algum modo, a complementar as letras que são entoadas ao longo de RUÍNA… Quem explica esta conexão é Fábio: “A tristeza progressiva que vinha ao ver o morro se acabar e revelar os tons terrosos da areia aplainada, em contraste com as cores plásticas e artificiais das casas do bairro foi o que inevitavelmente inspirou a gente a fazer aquele ensaio fotográfico. Era como se a gente – com aquelas roupas doidas que tinham tons plásticos e construídas com o lixo do próprio bairro – fosse tudo que foi tirado de lá”, conclui. 

Turnê de lançamento

Uma vez lançado nas plataformas, o Cidade Dormitório já cai na estrada durante este mês de Novembro para fluir com o novo trabalho entre públicos curiosos das mais distintas cidades. A seguir confira o calendário de shows da dupla e acesse aqui para mais informações sobre compra de ingressos e afins:

19/11 – Recife, PE – Festival Coquetel Molotov

23/11 – João Pessoa, PB – Vila do Porto

24/11 – Natal, RN – Festival DoSol

26/11 – São Paulo, SP – Casa Rockambole

Ouça RUÍNA ou o começo me distrai aqui

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Importantes lançamentos do selo Before Sunrise Records: novo álbum do WRY (do Brasil) e dos FROM ATOMIC (de Portugal).

o selo Before Sunrise Records não para de lançar novidades, e além da Cidade Dormitório, outroa dois lançamentos merecem destaque mais que especial e esperam por suas audições e compartilhamentos.

WRY – Aurora (2022, Before Sunrise Records)

Um dos maiores nomes da cena Indie BR, os sorocabanos do WRY acabam de lançar o novo álbum “Aurora”, que é o oitavo disco da carreira deles e o primeiro cantado totalmente em português. A banda já vinha soltando algumas pistas, em singles como “Sem Medo de Mudar” e “Contramão”, confiram abaixo.

“Aurora” também ganhou uma belíssima versão em vinil gatefold, parceria da banda com o selo Bilesky Records, que lançou o álbum em formato físico, compre agora mesmo a sua cópia. maiores detalhes no perfil do artista no Instagram. E confira abaixo a divisão das tracks em Lado A e Lado B.

WRY – Aurora

Tracklist:
Lado A
1 – Sem Medo de Mudar
2 – Contramão
3 – Carta às Moscas
4 – Quero Dizer Adeus
5 – Não Posso Respirar
6 – Labirinto Mental

Lado B
7 – Temos um Inimigo
8 – Pra Onde Eu Vou
9 – Universo Jogador
10 – Coração Sem Educação
11 – Vivendo no Espelho

FROM ATOMIC – Love Fate Now & Forever (2022, Before Sunrise Records/Lux Records)

A banda FROM ATOMIC nasceu pela ideia de Alberto Ferraz em desafiar Sofia Leonor a fazerem algo em conjunto, aos quai s se juntou Samuel Nejati , Numa garagem subterrânea começam a surgir as primeiras melodias que se tornariam a marca da banda.

O som da From Atomic reflecte influências de Yeah Yeah Yeahs , The Jesus & Mary Chain, Cocteau Twins , The Cure, DI IV, Siouxs ie & The Banshees , Joy Divi s ion, The Raveonettes ou Sonic Youth, buscando muito do post-punk britânico da década de 80, mas também algo do indie noise da década seguinte. No entanto, a mi s tura resulta em um som autêntico, cru, mas fortemente apoiado nas melodias pop. A melodia nas palavras cantadas por Sofia Leonor e a maneira como o baixo as interpela, expõe uma narrativa minimali s ta que se funde às guitarras ruidosas de Alberto. O ciclo fecha- se com o rítmo feroz de Samuel na bateria, que enquadra uma atmos fera s imultaneamente negra e luminosa.

NOVO ÁLBUM LOVE FATE NOW & FOREVER (2022, Before Sunrise Records/Lux Records)

Data de Lançamento: 25 de Novembro de 2022

O segundo disco da banda mostra um processo de maturação, em que se reconhece o seu som característico, ao mesmo tempo que se nota uma transição para uma nova musicalidade. Os synths tornaram-se parte dominante da música, levando-a ainda mais além no som etéreo. Os feedbacks de guitarra estão sempre em background enquanto se sentem riffs harmoniosos que acompanham a voz, quase como uma segunda vocalização; o ritmo e coerência da música ficam a cargo de um baixo sujo e uma bateria repleta de reverb, bem ao estilo dos 80´s. O título do disco resume-se a quatro palavras, independentes, cada uma com a sua própria história que, se associadas, nos podem apresentar um completo mundo novo e uma multitude de histórias totalmente diferentes; quatro palavras que, juntas, nos podem proporcionar inúmeras variáveis, incontáveis contos, sonhos e vidas. Na realidade, o significado delas é o que lhe quisermos dar, porque somos nós que decidimos a nossa própria história.

O novo álbum tem lançamento inédito e em simultâneo, em Portugal, pela LUX RECORDS e no Brasil e América Latina pela BEFORE SUNRISE RECORDS, um território frutífero, com tradição de fãs de dream pop e pós-punk.

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E essa foi a sua IndieAmerica… Embarque nesse trem azul!!!
CÂMBIO E DESLIGO!

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