“A esquizofrenia da favela” – Série da HBO conta a história do funk carioca
Nova série produzida pela HBO Max conta a história do funk carioca, a “música eletrônica brasileira”, contada por seus principais atores
Acaba de estrear no canal de streaming HBO Max o documentário Funk.Doc – Popular e Proibido. A produção tem o objetivo de passar a limpo a história do gênero musical brasileiro derivado do Miami Bass, quebrar os preconceitos que ainda existem e mostrar a importância social e musical do Funk na periferia carioca.
“A bagunça, a catarse, esta esquizofrenia que a favela tem, é só o material bruto” – conta Renan da Penha, um dos entrevistados para o documentário. Hermano Viana escreveu: “eles fazem música do mesmo jeite que constroem suas casas”. Partindo dessas duas visões, é mais fácil compreender como os elementos do gênero eletrônico musical mais popular do país foram se empilhando em uma “casa” que hoje abriga e anima milhões de jovens, de todos os lugares e classes sociais.
O documentário traz depoimentos de nomes importantes do funk desde sua primeira geração até os tempos atuais: Mr. Catra, em uma de suas últimas entrevistas, além de MC Rebecca, Ludmilla, DJ Renan da Penha, DJ Marlboro, Valesca, MC Carol, Lellê, MC João, Deize Tigrona, MC Guimê, Buchecha, Tony Tornado, DJ Rennan da Penha, MC Bin Laden, Menor do Chapa, entre outros.
A temporada tem seis episódios e conta como o gênero surgiu nas favelas cariocas, protagonizou polêmicas, escancarou preconceitos até ganhar popularidade nacional e reconhecimento mundial. Além disso, em tempos atuais, toda uma geração de artistas com forte olhar social e combativo se apropriaram do gênero para composições que empoderam minorias.
O funk carioca deixou de ser somente um produto do Rio de Janeiro, e hoje serve de base para rappers paulistanos, artistas do norte e nordeste, em misturas interessantes com outros ritmos regionais.
A direção de Funk.Doc – Popular é proibido é de Luiz Bolognesi. A série estreou dia 5 de setembro e tem novos episódios todas as terças-feiras.