Massive Attack no Brasil Daddy G e 3D formam o Massive Attack. Foto: Warren Du Preez/Divulgação

COP30 influenciou vinda do Massive Attack ao Brasil

Jota Wagner
Por Jota Wagner

Informação é revelada pelo booker Tim Adams ao Music Non Stop, que também garante: convite para os irmãos Cavalera partiu da própria banda

Seguindo com a insana maratona de grandes shows que tomou conta de São Paulo em novembro, quinta-feira o Espaço Unimed recebe os ícones do trip-hop, Massive Attack. A volta do grupo britânico ao Brasil era especulada com ansiedade nas redes sociais desde que o festival chileno Primavera Fauna os apresentou em seu cartaz de divulgação. Poxa, se já estão vindo aqui do lado, por que não dar uma esticadinha em terras brasileiras?

Graças a Tim Adams, através de sua agência de bookings ON Agency, e a produtora 30e, que vem investindo em atrações do universo alternativo e eletrônico pelo selo ÍNDIGO, rolou. Quase que, digamos, de última hora. O show do dia 13 de novembro foi anunciado oficialmente em 15 de setembro, com apenas dois meses de antecedência, para alívio dos fãs brasileiros que verão também, na abertura, os irmãos Max e Iggor Cavalera, em um projeto que exalta a música indígena brasileira.

O espetáculo, chamado A RESPOSTA SOMOS NÓS, foi concebido com forte apoio de comunidades indígenas. Várias delas estarão presentes no palco ao lado dos Cavalera. Britânicos e brasileiros acreditam que tocar em São Paulo ao mesmo tempo em que líderes mundiais discutem questões ambientais em Belém do Pará pode trazer mais visibilidade às urgências no campo da sustentabilidade e dos povos originários.

Segundo Adams, que conversou com a gente às vésperas do evento, a ideia de convidar os Cavalera veio do próprio Massive Attack. Além disso, a COP30 ajudou a dar um impulso na negociação, uma vez que Robert “3D” Del Naja e Grant “Daddy G” Marshall são ativistas ambientais, responsáveis por projetos interessantíssimos, como um manual para apresentações de menor impacto ecológico. Em 2025, o evento, que rola em Belém do Pará, iniciou no último dia 10, e segue até 21 de novembro.

“Eles queriam vir ao Brasil principalmente por causa da COP30. O meio ambiente é muito importante para eles, sem mencionar que amam o país, sua cultura e seu povo”, explica ao Music Non Stop.

Trazer um show dessa magnitude com pouco tempo de produção gera, mesmo para os mais experientes, grandes obstáculos: “A dimensão da produção foi um desafio. É um espetáculo com efeitos visuais e artistas convidados. Mas vai ser épico”.

Por “artistas convidados”, destaca-se Elizabeth Fraser, do Cocteau Twins. A diva está viajando com a banda, cantando megahits  como Teardrop e Song to the Siren. O setlist das apresentações do grupo na atual turnê latino-americana já anda passeando pelas redes sociais. Confira:

In My Mind (cover de Gigi D’Agostino)

Risingson

Girl I Love You (com Horace Andy)

Black Milk (com Elizabeth Fraser)

Take It There

Future Proof

Song to the Siren (cover de Tim Buckley, com Elizabeth Fraser)

Inertia Creeps

ROckwrok (cover de Ultravox)

Angel (com Horace Andy)

Safe From Harm (com Deborah Miller)

Unfinished Sympathy (com Deborah Miller)

Teardrop (com Elizabeth Fraser)

Group Four (com Elizabeth Fraser)

Levels (cover de Avicii)

Massive Attack x Cavalera: A RESPOSTA SOMOS NÓS

  • As reivindicações de A RESPOSTA SOMOS NÓS podem ser lidas aqui.
  • Links para os grupos indígenas parceiros: APIBCOIABG9
  • O Massive Attack configurou uma turnê regional latino-americana mais ampla, porém limitada, para se adequar às diretrizes do roteiro do Tyndall Centre for Climate Change para turnês de música ao vivo com baixíssimo carbono, e aplicou uma multiplicidade de medidas à turnê de acordo.

Serviço

Data: 13 de novembro de 2025 (quinta-feira)
Local: Espaço Unimed – Rua Tagipuru, 795 – Barra Funda – São Paulo/SP
Horário de abertura da casa: 19h
Ingressos: Últimos ingressos disponíveis via Eventim
Classificação etária: Entrada e permanência de crianças/adolescentes de 5 a 15 anos de idade, acompanhados dos pais ou responsáveis, e de 16 a 17 anos, desacompanhados dos pais ou responsáveis legais

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Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.