
Nostalgia e tensão marcam 8º capítulo de “Missão: Impossível”
Yasmine Evaristo diz o que esperar da possível despedida de Tom Cruise como Ethan Hunt; filme estreia nesta quinta
Em 2026, o primeiro filme da franquia Missão: Impossível completará 30 anos, e nada mais justo do que trazer em Missão: Impossível – O Acerto Final uma grande homenagem a tudo o que o “super-herói” Ethan Hunt viveu nesses oito capítulos.
Produzida e estrelada por Tom Cruise, a oitava aventura — que estreia hoje nos cinemas brasileiros — não deixa de ser um grande compilado de fatos que aconteceram em episódios anteriores e seus desdobramentos. O primeiro, o terceiro e o sétimo filme são referenciados em vários momentos. E talvez seja essa ousadia e esse excesso de retomadas que deixam a produção com um certo inchaço.
Dando sequência a Missão: Impossível – Acerto De Contas, vemos novamente a equipe de Hunt se arriscando em uma trama mirabolante. O agente e seus companheiros se encontram mais uma vez atuando de maneira clandestina, escondidos em qualquer canto do mundo. Entretanto, o governo dos Estados Unidos — encabeçado pela presidente Erika Sloane (Angela Basset) — precisa que Ethan volte para seu país e salve o mundo. A poderosa Inteligência Artificial intitulada de A Entidade está cada vez mais forte e busca tomar o controle de todas as armas nucleares do planeta.
Na tentativa de não deixar dúvidas sobre o que acontece na tela, o filme possui diálogos muito expositivos, bem como muitas retomadas de situações acontecidas nos episódios anteriores. Em inúmeros momentos, Missão: Impossível recorrer aos flashbacks para afirmar o que está sendo expressado pelas personagens em suas explanações. Além disso, existe sempre uma sensação de que o roteiro do oitavo capítulo busca corrigir as incertezas existentes no filme anterior.

Se em Acerto de Contas as personagens tinham que lidar com a tecnologia tomando formas e força semelhante às das máquinas de filmes como O Exterminador do Futuro e Eu, Robô, neste a IA retoma a principal característica da franquia, bem como da série que lhe deu origem: o inimigo sem nome ou rosto, a paranoia da espionagem, o profundo medo de conflitos nucleares e a competição entre potências — ou seja, a Guerra Fria.
Em suma, a produção entrega o que é esperado de um filme de ação. Belas sequência de lutas coreografadas, efeitos especiais bem-executados e toda uma ambientação que nos leva a excelentes momentos de tensão. Os excessos não deixam de ser um problema, mas ainda são menos incômodos do que as incoerências na edição anterior — especificamente as motivações da personagem Grace (Ayley Atwell), que ainda parece deslocada da dinâmica do grupo e não supre a ausência de Ilsa Faust (Rebecca Ferguson).
Outra coisa que a produção faz com primor é manter forte a relação existente entre Hunt e sua equipe, e para aqueles que são mais emocionados, recomendo levar um lencinho, pois em Missão: Impossível – O Acerto Final, temos baixas na equipe tradicional.

Imagem: Reprodução/IMDb
E não se esqueçam de aproveitar o melhor da experiência, de preferência em um cinema IMAX, pois o desenho de som e a trilha sonora são essenciais para que a experiência dessa aventura seja completa. Além disso, destaco aqui a sequência na qual Ethan precisa resgatar sozinho uma peça chave para o desenvolvimento da história, dentro de um submarino naufragado.
A sequência pode ser considerada um filme dentro do filme, mas, antes de tudo, um exercício de um diretor, Christopher McQuarrie, que conhece muito bem o cinema de suspense e de horror, e que sabe como provocar arrepios com suas escolhas de ângulo, cores e desenvolvimento do tempo da narrativa. Tal sequência é digna de comparação com clássicos da ficção científica e do horror como Enigma de Outro Mundo ou Alien.
Além de Cruise, Basset e Atwell, no elenco estão de volta Luther (Wing Rhames), Benji (Simon Pegg), Paris (Pom Klementieff), Kitteridge (Henry Czerny) e Gabriel (Esai Morales), bem como o novato Degas (Greg Tarzan Davis) e Bledsoe (Tramel Tilman).
