OK Go - And the Adjacent Possible

And the Adjacent Possible

OK Go

Indie rock | 2025

9/10

Jota Wagner
Por Jota Wagner

 

A banda dos videoclipes superlegais, OK Go, está de volta com álbum na praça após mais de dez anos longe dos estúdios. E não decepcionou. And the Adjacent Possible (belo nome) foi lançado no último dia 11 de abril, com uma boa coleções de canções, diversas e divertidas, como manda um disco legal de banda pop.

Ao colocar a agulha imaginária no disco digital, o resultado assunta nos primeiros segundos, graças àquela desastrada masterização supersaturada que faz com que pareça que estamos ouvindo a música após tomar dois tapas no meio da orelha. Uma técnica utilizada por parte dos artistas para que a música toque mais forte em aparelhos ruins, como celulares e caixinhas bluetooth. Sofre quem gosta de ouvir música em sistemas de som melhores.

Registrada a devida reclamação necessária a toda resenha, vamos falar das canções contidas em And the Adjacent Possible. Damian Kulash, Tim Nordwind, Dan Konopka e Andy Ross, turma de Washington, nos Estados Unidos, transita entre boas baladas, grooves de Stereolab e The Book Lovers, um poquinho de Bowie aqui, de New Order ali, e vai ficando cada vez melhor conforme o álbum se desenvolve. Lindo de ouvir.

Variando entre momentos épicos cheios de emoção e bons sons de festa indie, o álbum do OK Go é profundo e apaixonado, sem histerias. This Is How It Ends, a sexta faixa, é belíssima. Daí para frente, aliás, ouve-se um LP de indie rock quase perfeito. Gostoso, com possíveis hits, se o mundo streamiofônico tivesse mais bom gosto.

Once More with Feeling (é isso!), décima música, é uma delícia, e a despedida com Don’t Give Up Now, um fim perfeito, de filme emocionante a ponto de nos entristecer quando sobem os créditos. Um disco tão bacana que nos faz esquecer de esperar pelos videoclipes.

Jota Wagner

Jota Wagner escreve, discoteca e faz festas no Brasil e Europa desde o começo da década de 90. Atualmente é repórter especial de cultura no Music Non Stop e produtor cultural na Agência 55. Contribuiu, usando os ouvidos, os pés ou as mãos, com a aurora da música eletrônica brasileira.