Linkin Park Foto: James Murchin III/Divulgação

Spoilers de ‘From Zero’: o que esperar do novo álbum do Linkin Park

Vitória Zane
Por Vitória Zane

Vitória Zane teve acesso antecipado ao aguardado disco que marca a nova fase da banda americana, e conta o que achou da primeira audição

Com lançamento marcado para sexta-feira, 15 de novembro, mesma data de seu show esgotado em São Paulo, o Linkin Park disponibilizou listening events para o público de diversos países durante esta semana, como uma espécie de prèmiere para selecionados irem aquecendo o mercado sobre o que esperar da banda. São Paulo, como cidade que mais ouve LP no mundo todo, foi presenteada com os eventos de audição, além de uma pop-up store com merchandising oficial da banda (disponível para o público geral na Galeria do Rock).

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O Music Non Stop foi uma das primeiras mídias no mundo a escutar o novo lançamento (estamos com moral, né?), e foi convidado para dar suas impressões sobre From Zero. O álbum começa com uma intro que busca situar o ouvinte pela jornada musical proposta pelo grupo. É o típico som que dá a ideia de “estamos ligando os instrumentos e começando de novo”. Mas ao invés de afirmar, eles questionam. Uma voz declara: “Do zero? Tipo, do nada?”, e joga para o ouvinte a responsabilidade de interpretar o que está por vir.

Em seguida, The Emptiness Machine, primeira faixa divulgada desde o retorno da banda em 05 de setembro. Com certeza, a melhor escolha para isso, pois é um som cativante, que vai crescendo e contagiando o ouvinte a acompanhá-lo, com Mike Shinoda introduzido a nova fase até a chegada da nova vocalista, Emily Armstrong. “I only wanted to be part of something” ecoa na canção e faz os fãs se identificarem.

A próxima, Cut The Brigde, mistura as várias fases do LP: tem aquela pegada mais rápida do Shinoda (até numa menção à la hardcore), e outra mais melódica de Armstrong, que se complementam. O refrão traz um fundo de coral e a letra reflete o título. Seria a banda tentando, justamente, quebrar essa distância?

Heavy Is The Crown, tema do campeonato de League of Legends, é a quarta faixa. Já divulgada, ela novamente mostra sintonia entre as habilidades de Mike e Emily. Na letra, será que a banda sente o peso de seu legado? Em seguida, Over Each Other, também já lançada, entra numa vibe mais lenta e melódica, sendo a primeira faixa cantada somente por Emily. Seria uma resposta da cantora àqueles que não curtiram sua entrada no grupo?

Casualty chega chegando. E confesso que me surpreendeu. O início já conta com os gritos de Amstrong, com baterias e guitarras bem marcadas. O som tem até uma pegada punk-rock, o que chamou atenção. Entre vocais alternados dos dois até chegar o refrão, a faixa não perde o ritmo que declarou desde o começo. Nela, também dá pra se ouvir bastante baixo e a mixagem do DJ Joe Hahn (que já faz o gancho para a próxima canção). Realmente, um dos grandes destaques do álbum. Ao mesmo tempo que traz uma inovação no som da banda, apresenta os elementos característicos de cada integrante.

A impressão de Overflow é que ela segue realmente transbordando, conforme a tradução de seu título. É a faixa mais lenta do disco, que flerta bastante com a música eletrônica e o pop mais experimental. É pra deixar todo mundo mais calminho depois da pedrada anterior. Me lembro de ouvir nela bastante a expressão going down, e o que a faixa transmite é exatamente isso: depois da explosão anterior, ela vai se fechando e o nos levando a esse estado. E finaliza com ruídos…

…Que seguem no início de Two Faced. Parece um aviso para o que estava por vir: a mudança de som.  Mas na hora não estava preparada. A guitarra inicial resgata uma memória nostálgica que se equilibra entre os hits A Place For My Head e One Step Closer. O vocal do Shinoda na pegada rap, os scratches do Joe, os berros da Emily… é a faixa que se aproxima mais da essência LP, sendo um outro grande destaque de From Zero. Tanto que no final, eles todos riem, porque sabem que tiraram um sorriso do nosso rosto.

Stained segue a mesma linha de Overflow: uma vibe mais melódica, criando um electro-pop. E a décima, IGYEIH, volta a entrar com os dois pés na porta. Deu pra perceber que a banda tentou fazer esse balanço de faixas leves e fortes, né? Bom, essa é uma das fortes. Posso falar de novo que é um dos destaques do álbum? É outra canção com a pegada Linkin Park do Velho Testamento, em que a faixa vai crescendo junto os vocais, alternados entre melódicos e gritados, além de repetição da expressão “Now I don’t need you”, que tem a ver com o título, “I Gave You Everything I Have”. Sim, LP, sabemos que vocês estão dando tudo o que têm, e nós estamos adorando.

Para finalizar, Good Things Go vem pra deixar o ouvinte tranquilinho, até aumentar o tom. A faixa segue nesse contraste entre leve e pesado, além dos versos típicos de Mike no rap, culminando num destaque para o vocal de Emily.

Com dez faixas e uma intro, From Zero não chega com as respostas, mas com os questionamentos. O Linkin Park mostra uma ótima sintonia e entrosamento nessa nova formação, e não pretender elucidar ninguém, deixando o ouvinte ainda mais curioso sobre o que está por vir. De modo geral, tem músicas que vão combinar perfeitamente com as performances ao vivo, pois é, de certa forma, um álbum com pedacinhos de todos os outros anteriores da banda — de Hybrid Theory a One More Light. É uma ode ao passado e um brinde ao presente.

Vitória Zane

Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música.