10 grandes discos com capas horrorosas. De Beatles a Björk, obras primas musicais embaladas em design medonho
Existem inúmeras capas bizarras e pra lá de nonsense no mundo da música. É só dar uma busca rápida no Google pra achar listas e mais listas de piores capas do ano, da década, da história.
A verdade é que aquele ditado que se aplica aos livros (não julgue um bom livro pela capa, que na real serve pra qualquer coisa/pessoa) se encaixa perfeitamente no universo da música. É a prova de que não se pode confiar numa embalagem, seja ela linda ou horrorosa.
Compilamos abaixo algumas capas medonhas que escondem verdadeiras obras-primas. Se joga.
1. Delilah – From the Roots Up
Álbum de estreia da inglesa Delilah, que chegou à quinta colocação no Reino Unido (nada mal para uma estreante). Talvez se essa capa não fosse tão medonha ele tivesse chegado ao número 1. Porque até hoje a gente não sabe se essa arte foi feita para um comercial de aplique capilar, de salão de beleza, ou mesmo de algum novo shampoo. Pra piorar tudo ela parece ter sido editada em algum app gratuito de smartphone, porque esse fundo com figura geométrica é bem suspeito. E a fonte usada no nome da talentosíssima Delilah (nós do fundo do nosso crítico coração) esperamos que não seja sua logo. Não precisa ser designer ou artista plástico pra achar essa arte com cara de disco de forró eletrônico cheio de covers de hits gringos versionados em português. Mas aí é nos enganamos!
Este disco é uma pérola do trip pop (trip-hop + pop). Corra logo pra ouvir Go, em que Delilah declama os versos (e a melodia) do clássico Ain’t Nobody, da Chaka Khan. Do nada, ela vira o jogo e entra uma mescla de eletrônica, soul e pop. Breathe e Love You So foram outros dois incríveis singles do disco. E ainda tem linda versão do clássico Inside My Love, de Minnie Ripperton, em que Delilah não poupou capricho e técnica vocal pra superar a versão original com seu trip-pop ambient e pitadas de neo soul.
2. Coco Roise – Noah’s Ark
O segundo álbum das irmãs francesas vem embalado nessa capa Globo-rural-jardim-da-infância-dus-infernus que qualquer criança de quatro anos seria capaz de produzir na carteira escolar – exceto pela parte da sacanagem entre os bichos. Ler o nome do duo e o nome do disco é tarefa pra um calígrafo e nem o tom pastel salva tamanha esquisitice artística, que faz você perder totalmente o interesse no incrível conteúdo deste álbum. Confere aqui o minimalismo lírico e experimental da faixa-título pra superar a capa em prol do conteúdo musical.
3. Cerrone – Supernature
4. Gossip – A Joyful Noise
Não, não é a capa da trilha sonora da Bruxa de Blair, ou a volta de Samara lá do poço sem fim. É miss Beth Ditto mesmo, sempre chegada numa esquisitice. Quando a esquisitice fica moderna e legal, a gente agradece. Mas quando fica bizarra como esta capa-demônia, melhor ir direto pra música. Sou suspeito pra falar, porque sempre adorei essa fusão rock + sintetizador + atitude de uma vocalista tão incrível como ela. Ouça Move in the Right Direction e Get a Job. Com apenas essas duas músicas você perdoará essa capa e ficará bem feliz com o conteúdo sonoro.
Get a Job – Gossip
5. Bjork – Volta
Bjorkinha, você fazendo a garota Coca-Cola remixada por Romero Britto depois de uma bala e um after, assim não tem como te defender, amiga. Justo ela, tão visualmente exigente, e que já nos presenteou com capas tão magistrais como as do álbuns Vespertine, com aquele rabiscado hype, ou como a gueixa do século 22 de Homogenic… Mas a gente vai te desculpar, porque Volta tem até o dueto arrepiante com Anthony & The Johnson em Dull Flame of Desire, a africanísssima Earth Intruders e a ruidosa Innocence, em que Björk fez um concurso de vídeo. Olha só o resultado do vídeo vencedor. Incrível
6. Xiu Xiu – A Promisse
Essa capa não precisa nem falar nada, né? É indefensável e figura em quase todas as listas da piores e mais feias artes para um disco de todos os tempos. Acho que, com a capa, Xiu Xiu quis explicar: “gente, essa capa é como nossa música: exótica, simples, orientalmente delicada, mas não vai vender, porque somes hype e queremos causar mesmo”. Eu gosto bastante de algumas coisas deles, mesmo com todo alto nível de experimentalismo sonoro que quase sempre interfere em tudo. Escuta Sad Pony Guerilla Girl pra você adentrar de forma mais light, mas sem perder o fio da meada.
7. Donna Summer – Love to Love You Baby
Toda rainha já teve um pé na lama, no caso, uma capa de disco duvidosa. Na verdade o que fez esta capa entrar nesta lista é esse vestido de feira, sabe-se lá de quem Donna Summer pegou emprestado. Você chega a pensar que ela tem algum defeito genético, porque o seio foi quase bater no umbigo. Se você cobrir com as mãos o amaldiçoado vestido, a capa fica até razoável (mas não pra uma rainha como ela). O que importa aqui são os quase 17 minutos hipnóticos de Love to Love You Baby by Summer e Giorgio Moroder no lado A e no lado B as baladas de chorar sangue, Full of Emptiness e Whispering Waves.
Love to Love You Baby – Donna Summer
8. The Beatles – Yesterday and Today
Se até eles nos presentearam com tamanho desastre, acho que todos podem merecer o perdão. Mas onde o quarteto-arrumadinho de Liverpool estava com o juízo pra produzir uma capa dessas? Apesar do desastre da capa, o disco traz a supercool Drive My Car e Yesterday.
The Beatles – Yesterday
Bee Gees – Life In A Tin Can
Será que eles beberam antes de aprovar essa capa? Muito, né? Tipo assim: “ai, que vontade eterna de viver dentro de uma lata de breja”. Pois pega logo uma bem gelada, porque a gente trouxe o link do disco completo de 1973 (de um Bee Gees sem tantos hits pop ainda). Se joga.
Cher – Take Me Home
Cher poderia figurar como hors concours nessa lista, porque é dona de uma lista de capas-desastre atrás da outra. Mas a gente ama Cher também pelos excessos, pela cafonice intríncesa, caso contrário não seria a Cher! Mas a pergunta que não quer calar : Por que fazer a Xênia A Guerreira da Galáxias Perdidas no seu álbum mais disco – e também o primeiro pelo importantíssimo selo Casablanca? Confira o clássico que dá nome ao disco, Take Me Home, que anos atrás a linda Sophie Ellis Bextor regravou magistralmente.