10 atrações do Lollapalooza Brasil 2025 que você não pode perder
Do indie de Foster the People ao metal do Sepultura, passando pela música eletrônica de Charlotte de Witte
Eis que um grande festival divulga seu esperado line-up. O esquema é clássico. Aquele cartaz com as principais atrações em letras bem grandes. Abaixo, em letras menores, os blocos com dezenas de convidados brasileiros e internacionais. Primeiramente, a vista embanana. Automaticamente, nossa atenção vai se concentrando nos artistas que já seguimos e que despertam um apelo afetivo. É aí que mora o perigo. Afinal, uma das grandes qualidades dos festivais é nos apresentar coisas novas. Um olhar mais acurado também aponta tendências musicais e novos caminhos do cenário artístico. E é ali, naquele confuso bloquinho das “atrações médias”, que estão as grandes sacadas da programação do Lollapalooza Brasil 2025, marcado para acontecer em São Paulo entre 28 e 30 de março.
Analisando com uma lupa, o Lollapalooza nos traz informações bem interessantes. O peso dos nomões, os headliners, diminuiu. Uma bela dose de pérolas menos conhecidas do indie rock e do pop tomaram conta da programação. Artistas do funk e do trap também perderam espaço, se compararmos com as mais recentes edições, em 2023 e 2024. Dentre as grandes atrações, aquelas das letras grandes, o festival anunciou Olivia Rodrigo, Justin Timberlake, Shawn Mendes, Alanis Morissette, Rüfüs Du Sol e Tool. A última, surpreendente: o grupo dos anos 90 toca metal progressivo e nunca teve um grande apelo entre o público brasileiro, mas está posicionado no batalhão de frente.
Talvez desejando retomar as raízes que teve junto ao rock independente americano, o Lollapalooza Brasil trouxe algumas surpresas interessantes, que valerão a pena conferir. Quer ajuda na garimpagem? A gente dá!
Parcels (Austrália)
A excelente banda australiana Parcels passeia entre o funk, a indietronica e o nu disco. De estética setentona, o grupo — que já foi produzido pelo Daft Punk — faz música de festa, remetendo a bandas como Jamiroquai e Jungle.
Benson Boone (EUA)
Benson Boone chega para representar um estilo que andou meio esquecido pelos festivais ultimamente: o indie folk, preferido da descolância em tempos de bandas como Alabama Shakes e Mumford & Sons (ambos com passagens em edições passadas do festival). O cantor tem apenas 22 anos e começou divulgando suas músicas no TikTok.
Foster the People (EUA)
O Foster the People não é novidade para os brasileiros, nem para os frequentadores do Lollapalooza. Afinal, já vieram em duas edições (2012 e 2015), e hoje, 12 anos depois de estourarem com o hit Pumped Up Kicks, voltam ao festival. Uma senhora aposta no indie rock para um evento que transitou por tantos estilos diferentes nos últimos temos.
Charlotte de Witte (Bélgica)
A DJ e produtora Charlotte de Witte reativa o DNA da música eletrônica belga, recheado de sonoridades vindas do hard trance e do hardcore eletrônico que inundaram o país desde os anos 90. Interessante para entender como uma nova geração pode criar sem renegar raízes tão profundas.
The Marías (EUA)
Gosta de Metronomy, Phoenix e L’Imperatrice? Então pode reservar seu espaço no show da The Marías, original da Califõrnia. Indie pop sexy, eletrônico e festeiro. Música de elevador, de restaurante e, no momento certo, de festival também. São tão malandros em relação ao próprio som que, para divulgar seu EP Superclean, simplesmente botaram uma câmera na sala de casa, chamaram os amigos e filmaram toda a festinha ao som do novo disco.
girl in red (Noruega)
Mais uma aposta do Lollapalooza na linha do indie rock sussinha, a norueguesa Marie Ulven Ringheim, que você conhecerá como girl in red, aposta no no sonhador e melancólico indie rock nórdico, de onde se reconhecem referências de grupos como Belle & Sebastian, Mazzy Star e First Aid Kit. Recomendado pelo Music Non Stop.
Fontaines D.C. (Irlanda)
Se você gosta do Foster the People, aproveite para ver também o Fontaines D.C. O grupo segue na mesma linha processadona, saturada dos colegas estadunidenses, e reforça a ideia de que o Lollapalooza 2025 está mais indie rock do que nunca. A banda acaba de celebrar dez anos de vida e dá pinta de um dos grandes shows do festival, uma vez que tem o DNA “festivaleiro” em suas canções.
Inhaler (Irlanda)
O voo Dublin–São Paulo vai estar lotado na última semana de março de 2025. Afinal, também é da Irlanda outra ótima representante do rock independente obscuro que ocupou muitas playlists nos últimos anos. Caso do quarteto Inhaler, que proporcionará ao público do Lollapalooza Brasil uma inalação de boas canções feitas para grandes palcos.
Barry Can’t Swim (Escócia)
Dos becos de Edimburgo, Joshua Mainnie foi descoberto pelo selo Ninja Tune em 2020, e vem desenvolvendo sua carreira meteórica como DJ e, principalmente, produtor hypado. O ano de 2024 vem mostrando isso ao mundo. Barry Can’t Swim foi indicado para o prêmio de melhor performance de dance music pelo Brit Awards. Em apenas quatro anos, o produtor já lançou três álbuns. O mais recente é When Will We Land?, de 2023, eleito por diversos veículos europeus como o disco do ano.
Sepultura (Brasil)
A banda brasileira mais conhecida internacionalmente está em turnê para celebrar seus 40 anos de vida. O último show brasileiro do rolê aconteceria agora, dia 8 de setembro, em São Paulo. Uma despedida do grupo que parte para um longa tour internacional. Eis que o Lollapalooza os convenceu a voltar pra casa e, pode anotar, mandar no rolê. O Sepultura merece este lugar e os brasileiros merecem ouvi-los em um grande festival.